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Atenção redobrada às questões climáticas no período seco: especialistas apresentam prognósticos para estiagem em Goiás

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Uma nova safra se aproxima e surgem dúvidas sobre as questões climáticas, que nos últimos anos têm impactado de forma direta a condução da produtividade no campo. Fenômenos como La Niña e El Niño são pontos decisivos na hora da tomada de decisão com relação ao plantio e para o ciclo da safra 24/25. São várias perguntas para o início do período programado para 25 de setembro, quando finaliza o vazio sanitário, determinado pelo período de 90 dias, quando não se pode plantar e nem manter plantas de soja vivas em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada.

A Expedição Safra Goiás, realizada pela Faeg em janeiro deste ano - que percorreu mais de oito mil quilômetros no estado - traçou um diagnóstico que serviu para direcionar como se dará o próximo ciclo. Na safra 23/24, fatores como temperaturas mais quentes e maior perda de água para a atmosfera, a evapotranspiração da planta e a falta da reposição de água das chuvas provocaram estresse hídrico. A consequência do déficit de água no solo promoveu estresse térmico, com temperaturas três graus acima da média, refletindo na produtividade de forma negativa e impactando na redução da produtividade.

No primeiro trimestre, o período de estiagem em Goiás foi tema de reunião com entidades do agro e produtores rurais, quando foi dado o alerta pela Faeg, em parceria com Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), que esse ano seria mais crítico e com desafios, pois não foi possível obter a recarga hídrica necessária nos mananciais no ciclo passado. Com isso, a vegetação está mais seca, aumentando risco de queimadas, sem falar que os agropecuaristas entraram praticamente no período de estiagem sem as pastagens devidamente recuperadas. “As notícias neste momento não são animadoras para o retorno das chuvas, sendo que a tendência aponta que apenas em outubro vamos ter o retorno de maneira mais tímida e abaixo da média, mas já em novembro o cenário muda e os prognósticos apontam para chuvas inclusive dentro ou acima da média climatológica no Estado. No início do fenômeno La Niña, as chuvas tendem em atrasar no seu retorno e a estiagem a ficar mais extensa, isso não quer dizer que não poderemos ter uma chuva isolada dentro do período de julho a outubro, mas lembrando que chuvas isoladas no período de estiagem não contribuem como, por exemplo, para o início das ações de trabalho de campo”, explica o gerente do Cimehgo, André Amorim.

Especialistas fazem questão de lembrar que olhar para o passado é necessário para uma análise mais coerente e tomada de decisões mais assertivas. O professor doutor Gilmar Oliveira Santos, com formação em Engenharia Ambiental e Agroclimatologia da Universidade de Rio Verde, levanta a importância de observar os ciclos climáticos. “A safra 22/23, na região Centro-Oeste, teve bom volume de chuva pois estávamos praticamente no terceiro ano de La Niña, que garantiu condição atmosférica mais favorável com mais chuvas na região Norte e Nordeste. Isso cria corredores de umidade que trazem de forma indireta melhor distribuição de chuva na região. Agora nós estamos vindo de um período de El Niño muito forte, então criou uma condição de falta de chuva e esse primeiro ano de La Niña ainda está se criando esse corredor de umidade. Vai chegar aqui, mas demora, por isso é preciso cautela, com prognóstico de chegar mais na segunda quinzena de outubro”, explica Gilmar.

A exemplo do ano passado, ele pontua ainda que muitos produtores com algumas chuvas em agosto ficaram otimistas, iniciaram o plantio na abertura da janela e muitos tiveram perdas, com casos de replantios com a falta de chuvas em setembro. “Quando nós analisamos esse período de estiagem, está maior que o normal. Geralmente chove em nossa região até o mês de maio e temos período de 90 dias sem chuvas. Esse ano nós temos um período de seca que começou por volta do dia 15 de abril, portanto teve início mais cedo e deve terminar mais tarde. Em meados de segunda quinzena de setembro, vamos ter em média 150 dias de estiagem, ou seja, quase dois meses a mais sem chuva. O produtor vai ter que ter um pouco mais de cautela, mesmo com o fim do vazio sanitário,” analisa o agroclimatologista.

No prognóstico do especialista, chuvas em volume necessário para desenvolvimento das plantas só no final do mês de outubro, ou seja, o produtor que fizer a semeadura muito antecipada corre o risco de ter o tombamento fisiológico ou cancro do calor, que é fazer a semeadura quando o solo teve um certo grau de umidade, mas logo na sequência há uma redução do volume de chuva, o que prejudica a quantidade necessária de umidade no solo. A orientação é se cercar de todas as informações necessárias, entre elas ter uma estação meteorológica na sua propriedade, para saber o histórico que acontece na propriedade dele e até na hora de fazer algum tipo de manejo, como por exemplo a pulverização.

Pecuária

Outra cadeia produtiva impactada diretamente pelas questões climáticas é a pecuária. “Até esse momento nós estamos com a temperatura amena, com 18 graus pela manhã e no final da tarde chega na casa de 31 graus, dependendo da região do estado. Isso ajuda também a diminuir o impacto do calor na questão do bem-estar animal. Ainda contamos com uma certa ajuda climática, com índices menores de temperatura média, facilitando e favorecendo também a questão do animal à pasto. Outro ponto positivo é que mesmo com o desgaste do capim, o produtor se preparou e consegue segurar o animal. O ajuste de estoque foi uma manobra importante de antecipação do produtor de animais para corte. Observamos também que no caso do gado de leite, o produtor já vem bem estruturado, preparando a silagem e isso ajustando o estoque facilita a passagem do período mais seco do ano, aguardando as chuvas em meados de outubro onde as coisas se normalizam,” afirma o analista técnico do Ifag, Marcelo Penha.

Ele orienta, ainda, aqueles que porventura ainda estão ficando sem alternativa pela quantidade de animais, que duas possibilidades são apresentadas: uma delas depende do fluxo de caixa da propriedade pois teria que alugar pasto para poder desafogar nos meses de agosto e setembro, outra opção seria um manejo na fonte de alimento. “O produtor pode fazer um tratamento diferenciado, utilizando casquinha de soja juntamente com bagaço de cana, juntamente com um proteinado, ou até mesmo utilizando uma ração pronta, variando de 0,3% até 1% do peso vivo animal, dependendo de como estão os animais dele nesse período de final de julho, agosto e setembro”, direciona o analista do Ifag.

Acesse o site do sistema Faeg/Ifag para obter as informações necessárias sobre o clima em Goiás, através do Boletins Agroclimáticos: https://sistemafaeg.com.br/ifa...

Para mais conteúdos como esse, acesse a Revista Campo no site: https://sistemafaeg.com.br/ace....

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