Em 2021, havia apenas dois criadores. Em 2025, já são 120 recebendo Assistência Técnica e Gerencial (ATeG)
Gilberto Salles começou a criar ovinos de corte há 15 anos em Hidrolândia. Ele conta que há dois anos recebe assistência técnica do Senar. “O apoio do Senar com os técnicos tem feito muito grande no meu criatório. Eu aprendi a usar rações e a balancear tipos de vermes. Com o acompanhamento do Senar, as mães conseguem parir há cada 10 meses dois animais. É grande a diferença entre produzir com material diferenciado e não tenho dúvida disso”, afirma. “Os meus animais já são abatidos com três meses e têm excelente rendimento de carcaça.”
O presidente do Sindicato Rural de Hidrolândia, Fernando Guedes, confirma o ingresso de novos produtores na atividade. “A ideia de ampliarmos a produção de ovinos e caprinos em Goiás surgiu em 2021. Na época, tínhamos apenas dois criadores na região. Aos poucos, promovemos vários cursos pelo Senar Goiás para mostrar o quanto a ovinocultura é um bom negócio”, acrescenta Fernando.
Ainda segundo o presidente do Sindicato, atualmente o Senar Goiás assiste três grupos de produtores assistidos com ideias de ovinocultura na região. “São mais de 120 criadores recebendo assistência técnica e gerencial para melhorar suas atividades”, diz. “Vejo muitos criadores saindo da informalidade para a produção com técnica e geração de renda. Tivemos um salto muito grande e sem dúvida, o Festival contribuiu para criar uma cadeia produtiva de qualidade no município.”
Especialista no setor, Márcio Carneiro destaca que a rapidez no ciclo dos ovinos é um dos grandes atrativos da atividade. “Criar ovinos requer menos espaço e pode gerar maior lucratividade do que as pecuárias bovina que exige ciclos longos. Outro fator importante é que não apenas a carne é aproveitada, temos vários animais que são criados por conta da lã, da pele, dos miúdos e subprodutos, como a tripa e a lã das ovelhas”, indica.
O empresário Fuad Eid Cunha começou a criar ovinos para reprodução e assistência em São Paulo e hoje está à frente da Cabanha Arco em Hidrolândia. Ele conta que a região tem tudo para embalar, no sentido de verticalização da produção, e que tem feito o possível para oferecer uma carne de qualidade. “Eu costumo repetir, por isso acredito tanto no modelo de negócio para o produtor”, destaca.
De acordo com dados da Pesquisa Municipal feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho de ovinos cresceu mais de 20%, em apenas uma década, saltando de 17 milhões de cabeças em 2013 para 22 milhões de cabeças em 2023. Em Goiás, segundo informações registradas no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago) da Agência Goiana de Defesa Agrodefesa (Agrodefesa), o Estado contabiliza 86.697 animais e 3.288 criadores.
Segundo o presidente do Festival do Cordeiro, realizado na última semana de abril em Hidrolândia, o evento deu oportunidade aos produtores rurais de conhecer o potencial da ovinocultura e apresentou à população o sabor da carne ovina, a qual é um produto cobiçado no mercado internacional. “Precisamos atuar mais nos produtores para a atividade, pois há demanda mundial e a oferta da produção brasileira é escassa. Nós, criadores brasileiros não conseguimos suprir o consumo interno. Infelizmente, importamos muita carne ovina”, resume Márcio Carneiro.
Os dados do fórum OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development) confirmam a projeção e apontam crescimento de 10,1% no consumo mundial de carne ovina entre 2023 e 2030. Segundo levantamento do Ministério de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), o preço da carne de ovinos de janeiro a dezembro de 2023, cresceu 12,92%, saindo de R$ 6,48 toneladas/100 kg para 13,80 toneladas no mesmo período de 2022.
Na opinião dos especialistas, o cordeiro é uma carne sustentável com excelente cobertura de gordura e com cortes especiais que desperta atrativos de forma direta à população. A atual situação de aumento do consumo de cordeiro, em Goiás, está sendo refletida na criação de novas cooperativas de carneiros e cordeiros focadas em mercados e associações de criadores.
Os interessados em ter Assistência Técnica e Gerencial ( ATeG) do Senar Goiás, devem procurar um Sindicato Rural.
Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag