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Caixa oferece R$ 7,5 bilhões em crédito na safra 2019/20

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Depois de registrar uma queda de quase 20% nos desembolsos de crédito rural durante a última safra (2018/19), a Caixa Econômica Federal resolveu traçar uma nova estratégia para voltar a crescer nesse mercado e vai ofertar R$ 7,5 bilhões na safra 2019/20, o que seria um recorde para o banco público. Na última safra, encerrada no dia 30 de junho, o banco desembolsou R$ 4,6 bilhões em crédito rural, conforme dados do Banco Central.

No médio prazo, a Caixa pretende mais do que triplicar a carteira de crédito ao agronegócio, de R$ 7 bilhões para R$ 25 bilhões na safra 2022/23, disse ontem, em entrevista ao Valor, o presidente da instituição, Pedro Guimarães.

Para atingir esse crescimento nos próximos anos, o presidente da Caixa afirmou que o banco vai concentrar a atuação no financiamento a investimentos, como a construção de armazéns, e a compra de máquinas agrícolas. Os investimentos na infraestrutura de agroindústrias também estão no foco do banco, disse o executivo.


A nova estratégia da Caixa ocorre em um momento no qual produtores se queixam da falta de recursos disponíveis para financiar silos em propriedades rurais e a indústria de máquinas reclama da oferta insuficiente de recursos do Moderfrota, linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos subsidiados.

Nesse sentido, a Caixa admite que sua estratégia para o crédito rural se complementa à atuação do BNDES no meio rural, calcada em financiamento com prazo maiores - para pagamento em 10 a 15 anos.

"Vamos focar em coisas específicas, buscando mais operações de investimento. Vamos crescer no crédito rural, mas nem de perto penso em competir com o Banco do Brasil", ressaltou Guimarães. "A expansão que faremos será importante para o agronegócio, mas vamos atuar onde já estamos", disse.

O presidente do banco fez questão de frisar que a instituição continuará aplicando taxas de juros do Plano Safra e operando com custeio agropecuário, a modalidade mais demandada de crédito rural no país, mas com menos ênfase.

A nova ordem na Caixa é mirar menos os produtores rurais pessoa física e mais empréstimos para empresas rurais e cooperativas de produção agropecuária. Esse público será sustentado principalmente por uma nova linha de crédito para investimento que o banco vem estruturando e deve lançar neste ano.

Segundo Guimarães, a primeira experiência da Caixa no agronegócio, no início do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, foi "ruim". Para ele, o banco errou ao expandir suas operações com foco no varejo, de maneira agressiva, mas sem a devida estrutura de equipe especializada para atender à crescente demanda por crédito agrícola no país. Essa escolha resultou no aumento indesejável do nível de inadimplência, a que ultrapassou a casa de 1% - média atual do indicador na área rural.

No setor agrícola, é comum ouvir queixas à atuação da Caixa. A avaliação é que o banco estatal teve um desempenho tímido no mercado de crédito rural, ao contrário do que parecia ser após uma grande campanha de marketing promovida pelo banco nos últimos anos - a campanha contava com os cantores sertanejos Paula Fernandes e Almir Sater.

Para mudar o quadro, além de ampliar a rede de agrônomos que atuam em suas agências bancárias já a partir da atual temporada, a ideia da Caixa é ampliar o montante de financiamentos a juros livres, sobretudo emitindo mais Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), título financeiro que é isento de Imposto de Renda e vem crescendo como fonte de recursos para as operações de crédito rural. A emissão de LCAs também vem sendo intensificada pelo Banco do Brasil, líder histórico em crédito rural e dono de uma carteira de cerca de R$ 190 bilhões.

Na safra 2018/19, que se encerrou em junho último, o volume de crédito rural com base em LCA desembolsado pela Caixa representou menos de 1% dos R$ 4,6 bilhões liberados. Para a temporada 2019/20, a expectativa é que esse percentual atinja 15% das contratações previstas pelo banco, estimou Júlio Volpi, vice-presidente de Produtos da Caixa. O executivo não soube dizer, no entanto, a que taxas de juros esses financiamentos com LCA serão ofertados.

"Quando olhamos para trás e enxergamos onde o banco acertou e errou, vemos que a Caixa pode se tornar um player maior", reforçou o vice-presidente do banco estatal.

Fonte: Valor Econômico

Comunicação Sistema Faeg/Senar

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