De acordo com o presidente do Sistema Faeg/Senar e deputado Federal José Mário Schreiner, a notícia é motivo de muita comemoração e resultado da luta das entidades defensoras do agro, além de claro, do empenho do governo para realizar todas ações corretivas necessárias para o retorno das exportações. "A qualidade da carne brasileira sendo reconhecida pelos Estados Unidos com a reabertura de mercado, reforça que o agro e o produtor rural cada vez mais alavancam a economia do país".
As exportações estavam suspensas desde junho 2017 por causa de problemas relacionados à aplicação da vacina contra febre aftosa. O Mercado americano é considerado um "selo de qualidade" para o produto. O anúncio de reabertura foi feito pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na sexta-feira (21). "Hoje recebemos com muita satisfação uma notícia esperada há muito tempo: a reabertura do mercado de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos", disse a ministra Tereza Cristina em postagem em uma rede social.
O governo dos Estados Unidos confirmou a informação. Segundo o Serviço de Inspeção e Segurança de Alimentos (FSIS, na sigla em inglês), o Brasil cumpriu os requisitos para a reabertura de mercado. "O (...) Portanto, o FSIS está interrompendo a suspensão da exportação de produtos de carne bovina crua para os EUA a partir de 21 de fevereiro de 2020", disse um porta-voz do FSIS.
De acordo com o governo brasileiro, os frigoríficos poderão enviar o produto derivado de animais abatidos a partir da última sexta. Antes da primeira remessa, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do ministério (Dipoa) deve enviar uma lista atualizada de estabelecimentos certificados.
O presidente da associação que representa os exportadores do setor (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, comemorou a decisão e disse que agora é preciso avaliar em que condições se dará essa reabertura. "Quando o mercado foi fechado, nós tínhamos 15 plantas frigoríficas habilitadas [para exportar], agora precisamos saber quais vão ser as características desta reabertura, o volume que podemos vender", disse.
21 abatedouros serão autorizados a vender para os EUA. Os Estados Unidos compraram em 2018 o equivalente a US$ 5 bilhões em carne bovina in natura. Entre janeiro e junho de 2017, último semestre em que o Brasil podia vender para os americanos, os frigoríficos brasileiros negociaram US$ 56,3 milhões do produto para os EUA.
O mercado americano é considerado um "selo de qualidade" para a carne. Isso significa que, ao atender aos requisitos dos Estados Unidos, o produto consegue uma entrada mais fácil em outros países."Isso traz o reconhecimento da qualidade da carne brasileira por um mercado tão importante como o americano", afirmou Tereza Cristina.
Idas e vindas
As exportações estavam suspensas desde junho de 2017, quando os americanos encontraram reações (abcessos) provocadas no rebanho pela vacina contra a febre aftosa, o que não é permitido. A autorização para venda de carne in natura para os Estados Unidos havia sido obtida em 2015 após 15 anos se limitando a vender apenas carne cozida. Desde o último embargo, o Ministério da Agricultura vem tomando medidas para acessar novamente o mercado americano, como mudar a composição da vacina.
Fonte: G1 com adaptações do Sistema Faeg/Senar