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Para Abiec, carne brasileira será protagonista no mercado

ExpoPec LARISSAMELO 19Murillo Soares

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, nosso país deve parar de produzir boi para produzir carne. “Hoje o Brasil exporta carne ingrediente – coadjuvante – apesar de ter todos os requisitos para exportar carne gourmet – protagonista”, disse, durante o primeiro dia de palestras da Exposição das Tecnologias Voltadas ao Desenvolvimento da Pecuária (ExpoPec). O evento, realização pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), o Sindicato Rural (SR) de Porangatu e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), segue até domingo (3).

Segundo ele, assim como acontece com qualquer produto, os consumidores – no caso, países importadores – da carne brasileira têm suas exigências na hora de fechar negócio com os frigoríficos. “Qualquer alimento deve ter valor agregado, saudabilidade e bem-estar, conveniência e praticidade, qualidade e confiabilidade, sustentabilidade e ética”, ressaltou. Segundo Camardelli, produtores de outros países, como Austrália, já se atentaram a isso e têm sua carne reconhecida e com preço diferenciado no Brasil. “Estamos caminhando para este patamar também. Apesar de estar tarde, ainda se tem espaço para estrarmos no mercado”, continuou.

ExpoPec LARISSAMELO 14Sanidade e exportação

Segundo dados da Abiec, o Brasil exporta cerca de 929 mil toneladas de carne para a Rússia, 417 mil para a China e 371 mil para a União Europeia. Apesar de números expressivos, Carmardelli afirmou que há um trabalho maciço de recuperação de mercados há muito embargados ou resistentes à carne brasileira, como os Estados Unidos e a Arábia Saudita.

Além disso, pecuaristas brasileiros, segundo o presidente da sigla, têm prejuízo devido a alguns entraves de sanidade exigidos pela maioria dos países para os quais exportam, como a Rússia e a China. “Algumas das exigências demandam custo grande e, caso a carne não seja aprovada, o prejuízo é enorme”, apontou.

Devido à falta de técnicas sanitárias, continuou ele, muitas mil toneladas de carne são desqualificadas. “Houve o caso de 99 mil fígados que foram descartados por Fascíola hepática, além de muitos casos de cisticercose da carne bovina”, afirmou. Este, para ele, é um grande gargalo que começa no produtor e chega à indústria, que pode ser resolvido com mais atenção e medidas simples, como separação de espaços entre gado e seres humanos e limpeza dos locais de criação.

Manejo

Rubens Catenacci, da fazenda 3R, que palestrou em seguida, também alertou os produtores quando aos atributos da carne exportada. “A qualidade é o caminho da nossa pecuária de corte. Os produtores eram mais acomodados, mas a remuneração tem aumentado de acordo com as melhores condições”, ressaltou. Para ele, 75% da qualidade do bezerro vem do touro, chamando atenção para a genética, um dos tópicos melhor trabalhados em sua criação.

ExpoPec LARISSAMELO 18Catenacci, pecuarista do Mato Grosso do Sul, tem uma técnica especial que aumenta a qualidade de sua criação. Chamado de Creep-Confinatto, Rubens desenvolveu um sistema de produção de bezerros precoces e, em aproximadamente oito meses, entrega um animal com 300 kg quando, em confinamento tradicional, o período total seria de 18 meses. A prioridade é de animais Pura Origem (PO).

A técnica gira em torno de três pontos principais: nutrição, manejo e genética. Os bezerros são todos de uma linhagem excelente, que tende a ser melhorada a cada geração, com alimentação adequada e cuidado específico. “O gado nelore é ótimo para este tipo de criação porque ele aprende rápido os hábitos do manejo”, explicou. No centro de uma área circular, Catenacci criou uma espécie de “praça de alimentação” para as matrizes e outra para os bezerros.

Os animais mais jovens, a partir de 30 dias de idade, ficam neste cerco por aproximadamente três horas diárias comendo uma ração diferenciada, separados das vacas. O restante da área é dividido em dez partes iguais, em formato de pizza. Os animais ficam três dias em cada parte e, após esse período passam para o próximo, num movimento rotacional. “Dessa forma, o gado só come ponta de capim, pois até os animais voltarem para a parte inicial, já tem grama nova”, concluiu. Segundo ele, em 10 meses ele já produz bezerros com 14 arrobas.

Segundo o coordenador da feira e presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, Maurício Velloso, técnicas e informações como as de Catenacci e Camardelli são a essência do que é a Expopec. “A intenção é levar aos pecuaristas um grande fluxo de informação e tecnologia que sejam inovadores e possam agregar valor aos rebanhos de todo o Brasil”, finalizou.

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