Rodolfo Cardoso
Para discutir meios que fortaleçam a cadeia produtiva florestal no estado, a Comissão de Silvicultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), se reuniu na tarde desta segunda-feira (29) na sede da entidade, com produtores florestais e representantes de Sindicatos Rurais (SRs). Na ocasião, o Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empesa em Goiás (Sebrae Goiás) apresentou um projeto que vai investir aproximadamente R$ 3 milhões em ações para o setor. A verba será disponibilizada por um período de 4 anos, e nesse intervalo serão feitos um diagnóstico de plantio e mercado, um prognóstico e o planejamento de novas ações.
A iniciativa, que conta com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), vem em boa hora, já que em Goiás o principal mercado não agrega muito valor ao produto, como no caso papel e celulose. Outra pauta emergente abordada no encontro foi a falta de incentivos e de políticas públicas que fomentem a vinda de empresas deste tipo para o estado. No final do encontro definiu-se que para gerir as ações do projeto será criado um comitê gestor, cuja composição será definida na próxima reunião da Comissão.
A reunião contou com a presença de representantes da Associação dos Produtores de Borracha Natural dos Estados de Goiás e Tocantins (Aprob – GO/TO); da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); do Sebrae Goiás e do Senar Goiás, representada pela consultora técnica Jordana Sara. O encontro foi presidido pelo presidente da Comissão de Silvicultura da Faeg, Walter Rezende.
Segundo Walter, vários estados vêm enfrentando o problema da falta de planejamento na produção florestal e por isso, alguns produtores plantam sem saber a quem vender. Conforme Rezende, um exemplo positivo a ser seguido é o de Bahia e Mato Grosso do Sul, onde o plantio das florestas veio depois que conseguiram organizar o mercado consumidor e com isso evitaram uma produção florestal em desuso. “O que mais tem por aí é floresta em pé sem saber o que fazer. Essa é uma das grandes dificuldades que se tem na silvicultura em Goiás”, disse.
Outros fatores que estão inviabilizando o processo de crescimento da atividade em Goiás são: os fatos de no estado termos apenas o consumo de produtos com baixo valor agregado e das empresas que antes adquiriam florestas dos produtores que estavam se tornando autossuficientes.
Tributação
Atualmente, o percentual que baseia o cálculo do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é de 3% sobre o eucalipto. Mas nem sempre foi assim: Com um percentual de 17%, a Faeg precisou intervir, através de sua Comissão de Silvicultura, e o valor foi reduzido. De acordo com a consultora técnica do Senar Goiás, Jordana Sara, o intuito agora é chegar à isenção. “Nós entendemos que o momento econômico é delicado, por isso outras alternativas precisam ser estudadas”.
Para o produtor florestal Wolney Oliveira, de Rio Verde, com a formação do grupo gestor e com a execução do projeto de Silvicultura, que foi apresentado na reunião, os pequenos e médios produtores deixarão de sofrer com o baixo número de empresas que recebem biomassa. “Inicializando esse projeto haverá uma definição oficial, pois as opiniões serão tomadas em câmaras setoriais e não por uma única pessoa”, disse o produtor.