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Em Brasília, Faeg discute reuso da água pela agricultura

irrigaçãoLaryssa Carvalho

Quando São Pedro não manda chuva e a solução não cai do céu, o jeito é encontrar meios mais “alternativos” para a crise hídrica. O reuso, método que consiste em reutilizar efluentes de água já usados anteriormente por outros, foi o tema em destaque da Oficina de Trabalho: “Uso racional e Reuso de Água na Agricultura” que aconteceu no último dia 27 de outubro, na sede da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em Brasília. Considerada uma saída não somente para a crise hídrica como também um meio de fertirrigação, o reuso da água não é um assunto novo. Em diversas ocasiões a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) participou de debates. Em Brasília não foi diferente.

Por meio de seus consultores técnicos e da Comissão de Irrigação da entidade, a Faeg reuniu os diversos elos do setor em prol de soluções para os gargalos que permeiam o uso da água na agricultura e as possibilidades e custos da implantação do reuso. “Eu achei uma reunião muito produtiva, por que pela primeira vez foi colocado de fato os prós e os contras do reuso”, afirmou o presidente do Sindicato Rural (SR) de Cristalina da Faeg, Alécio Marótisca.

Ao lado de Marótica, também estiveram presentes no evento a consultora técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), Jordana Sara, o presidente da Comissão de Irrigação da Faeg, Eduardo Veras, e de técnicos de irrigação da Secretaria de Estado de

Alécio MarósticaDesenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED) e representantes da Empresa Brasileira de

Para Alécio, a saída é boa, porém antes de qualquer efetivação é necessário colocar “todas as cartas na mesa”. “Pela primeira vez foi colocado também para que as cidades com menos de 50 mil habitantes seria inviável, pois não conseguiria realmente arcar com os custos desse tratamento. É importante discutir tudo, ponto a ponto, para que o produtor realmente veja no reuso algo vantajoso”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Cristalina.

Para a consultora técnica do Senar Goiás, Jordana Sara, um aspecto interessante para a irrigação é a eliminação dos agentes patogênicos, como possíveis bactérias ou coliformes encontrados nessa água. “O que desperta mais atenção é que essa água, quando utilizada para agricultura elimina-se os agentes patogênicos e não necessariamente as cargas orgânicas”, explicou Jordana. Ela ainda afirma que essas cargas orgânicas funcionariam como “adubo” para a cultura irrigada. “Nós então iríamos, além de irrigar essa plantação, fazendo o que chamamos de fertirrigação”, explica a consultora.

Colocando na ponta do lápis

Para Jordana é necessário trabalhar de perto e passar confiança aos produtores rurais. Foto Larissa MeloPara Jordana, o aspecto positivo da presença desses agentes orgânicos na água de reuso seria uma vantagem econômica para a efetivação do método. “Esse método exige um tratamento primário, muitas vezes não chegaria ao método mais profundo e mais caro, que seria a retirada de toda carga orgânica da água”, explicou Sara. Ainda para a consultora é necessário “estudar a melhor forma para que esse custo não recaia sobre o produtor e seja interessante para todos os elos”.

Enquanto os valores da captação de água para irrigação gira em torno de 0,015 centavos por metro cúbico captado, a mesma medida para utilização da água de reuso custaria aproximadamente R$ 1,60, ou seja, outro ponto que deve ser analisado para a viabilidade desse método de reuso seria um meio eficaz para a redução do valor.

A preocupação com os custos para efetivação do reuso e o impacto no bolso do produtor é, para Alécio Maróstica, um dos aspectos mais importantes que foi debatido durante a reunião. “Nós temos que pensar o seguinte, quanto o produtor irá gastar com isso? Financeiramente é viável? Foi exposto que realmente a parte da retirada dos sais seria mais caro ao produtor. Então as discussões sobre os valores devem ser mais intensas para realmente avaliarmos se a utilização do método é uma boa saída para o produtor em tempos de crise hídrica, por exemplo”, enfatizou o produtor.

Aceitação

Dentre os gargalos que permeiam a utilização do reuso na agricultura, outro aspecto deve ser analisado: a aceitação do consumidor final. Para a consultora técnica do Senar Goiás, todos esses gargalos devem constar no planejamento de reuso. “Devemos pensar o seguinte, será que o consumidor final vai aceitar utilizar um alimento que foi irrigado com água de reuso? Nós já sabemos que, tratando de forma eficaz, esse insumo (água) não gera danos ao produtor desde que aplicadas na técnica correta. As dúvidas ainda são muitas, por isso mais estudos e testes devem ser feitos”, explicou Jordana.

Para a consultora o consumidor deve ter os esclarecimentos necessários sobre a utilização o método. “É importante que o consumidor esteja sempre alerta, entretanto, quando essa água é tratada de forma correta, utilizada e aplicada de forma eficaz, não há riscos ao consumidor. O que devemos questionar é o aspecto cultural, onde a água de reuso não tem uma aceitação grande, e assim analisar se o produtor pode ter sua produção prejudicada caso esse mesmo produto não saia das prateleiras do supermercado”, destaca Sara.

“Recordar é viver”

Goiás nos últimos meses sofreu com a seca. Tanto os moradores da zona urbana quanto os produtores rurais, que encontram na irrigação o meio para aumentar a oferta de alimentos, sofreram com a crise hídrica. Cidades como Senador Canedo, Catalão e Anápolis encontraram no racionamento de água, uma saída em potencial.

O reuso é considerado uma alternativa possível, tanto para o racionamento de água nas cidades quanto para a escassez do recurso no campo. De acordo com Jordana culpar o produtor não é a saída “Não adianta culpar o produtor por uma crise que é recorrente anualmente. Então o que nós da Federação temos enfatizado é que o planejamento de expansão as cidades e imprescindível, não adianta expandir a cidade e não investir em medidas de distribuição de água e tratamento de esgoto. É fácil culpar o produtor rural que também é prejudicado por uma falta de estrutura do saneamento urbano”, afirma, de forma enfática, a consultora.

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