Michelle Rabelo
Iniciada oficialmente na noite desta segunda-feira (31), a Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central, promete movimentar a capital do Mato Grosso do Sul ao longo e toda a terça-feira (1), quando serão ministradas palestras e montadas rodas de discussões sobre o setor em quatro grandes eixos: ciência, tecnologia e inovação, climatologia e qualificação profissional. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, esteve no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, e fez questão de exaltar a importância de inserir a agricultura na pauta diária de discussões. “Vivemos em uma região que há 40 anos atrás não produzia praticamente nada e que hoje se tornou um dos maiores produtores do Brasil. É importante discutirmos, apesar das peculiaridades de cada estado, o todo e fortalecer o centro-oeste”.
A Bienal - realizada em conjunto pelas Federações da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), do Mato Grosso do Sul (Famasul), do Mato Grosso (Famato) e do Distrito Federal (Fape), objetiva esse ano apresentar soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio, aprimorando as técnicas de cultivo e levando mais conhecimento para os produtores e mais negócios para a região. Schreiner destacou a importância da união das federações e do apoio do poder público de cada região. “O que é bom para a agropecuária do centro-oeste não é bom somente para o produtor rural e sim para toda a sociedade como um todo. Quando a produção rural vai bem, a sociedade vai bem”.
Dando boas vindas aos participantes, o presidente da Famasul, Mauricio Saito, lembrou que também é papel da Bienal discutir maneiras de melhorar ainda mais a agricultura no Brasil, ouvindo perspectivas de especialistas na área. “Queremos falar dos problemas, mas também queremos mostrar a força do agronegócio no Brasil. O centro-oeste é responsável por quase 39% da área de plantada no país e daqui saem 44 % da soja e 74% do milho exportados. Isso é altamente representativo e por isso é nosso dever discutir políticas públicas voltadas ao setor”. O presidente da Fape, Renato Simplício, também destacou o valor do evento, mas aproveitou o auditório lotado para citar a agricultura tropical do Brasil, que chama atenção de todo o mundo e que “vem se mantendo firme mesmo diante das crises política, econômica e moral pelas quais estamos passando”.
Schreiner, que também é presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), apontou as melhorias da agropecuária nos últimos dois anos, quando aconteceu segunda edição da Bienal. “Hoje nós vivemos um momento de crise escancarada. Não há mais a camuflagem e sim um Brasil afundado e não há momento mais oportuno para discutir o que está além do agronegócio. É aqui, nesse espaço, que vamos debater ideias, sugerir saídas e ouvir experiências alheias. É aqui, nesse espaço, que vamos dividir a alegria de fazer parte de um outro Brasil: aquele que dá certo por causa da agropecuária”. O presidente da Famato, Rui Carlos Ottoini, também falou da crise, mas bate forte nas oportunidades trazidas pela discussão.
Ao lado de Schreiner, estavam o vice-presidente e o superintendente executivo da Faeg, Bartolomeu Braz e Claudinei Rigonatto, o superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, o superintendente de Desenvolvimento Econômico de Goiás, Antônio Flávio de Lima (representando o governador Marconi Perillo) e os deputados estaduais Jean Carlos e Lissauer Vieira.