Murillo Soares
Goiás - e mais 13 estados brasileiros - foram declarados Zona Livre da Peste Suína Clássica, título concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A solenidade oficial aconteceu em 26 de maio, em Paris. A comemoração, no entanto, foi feita na última quinta-feira (23), no Salão Dona Gercina do Palácio das Esmeraldas. O presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Arthur Toledo, ressaltou a importância de um título como este, sobretudo para o Brasil, que é o maior exportador de proteína do mundo. “Tudo o que a Agrodefesa e os órgãos parceiros fazem é para que possamos comemorar em um dia como este”, disse.
Dentre os parceiros, Toledo citou a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), cujo presidente, José Mário Schreiner, estava presente na solenidade. “Para tudo que se discute sobre sanidade animal ou vegetal, a Faeg tem uma visão estratégica, por isso eles também devem comemorar hoje”, sublinhou Arthur. O presidente da Federação ressaltou que é com este tipo de reconhecimento que se mostra a força e a seriedade da Agropecuária brasileira. “Meus parabéns à Agrodefesa que, mesmo enfrentando dificuldades, fez seu dever de casa e superou os obstáculos”, disse.
O secretário Thiago Peixoto, que comanda a pasta de Desenvolvimento do Estado - e, na ocasião, representava o governador Marconi Perillo - reforçou que esta é uma conquista coletiva. “O papel do poder público vem mudando e, hoje, as coisas só vão a diante com muitas parcerias”, afirmou. Arthur Toledo lembrou ainda que a luta da Agrodefesa pela segurança alimentar - qualidade, quantidade, quebra de sazonalidade e preços acessíveis - se dá, sobretudo, pelo setor produtivo. “A defesa de verdade é feita por eles; nós fiscalizamos”, alegou.
Números
O Brasil é quarto maior produtor de carne suína do mundo, segundo Nilo de Sá, diretor executivo da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). “Nosso país representa 7,36% de toda a carne de porco do mundo, embora acesse apenas 8% do mercado mundial”, ponderou. Por isso, continuou ele, o título de Zona Livre da Peste Suína Clássica é tão importante. “Este, no entanto, não é um diploma, que se pendura na parede e vale para sempre. É algo que deve-se renovar gradualmente. Ou seja, nossa luta deve ser contínua”, bradou. “E, ainda, há sempre o risco de novas doenças”, finalizou.