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Faeg participa de seminário sobre uso da água na agricultura

CNA promoveu seminário para se discutir uso sustentável da água. Foto Divulgação CNAMichelle Rabelo, com informações da CNA
Tema de constantes questionamentos por parte de ambientalistas e de parte da própria sociedade, o uso da água na agricultura foi debatido, na última terça-feira (18), durante seminário na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com o tema “Uso sustentável da água na agricultura– Desafios e soluções”, o evento teve como objetivo apresentar propostas sobre a utilização racional da água na agricultura, bem como discutir o gerenciamento de seu uso em épocas de escassez do recurso, considerando as experiências internacionais de países que tem enfrentado esse problema, com resultados satisfatórios. O presidente da Comissão de Irrigação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Eduardo Veras, participou do evento, ao lado da consultora técnica para a área de Irrigação e Meio Ambiente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), Jordana Sara. A técnica fez questão de frisar a importância de eventos que esclareçam a possibilidade de conciliar agropecuária e sustentabilidade.

Jordana é enfática ao afirmar que é altamente possível fazer o uso da água de maneira sustentável. “Quando se questiona o uso da água na irrigação muita gente esquece que ele passa por uma gestão, que vem justamente para coordenar todos os múltiplos usos do recurso, seja por parte dos centros urbanos, da indústria, da agropecuária, da geração de energia elétrica do lazer e do próprio saneamento. Por isso, é errado pensar que a agricultura consome toda a água do planeta. Pelo contrário, ela consome a porcentagem que lhe foi reservada dentro do percentual que lhe é permitido”. Ao lado da consultora técnica, estavam o superintendente executivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Claudinei Rigonatto, e o presidente da Comissão de Irrigação da entidade, Eduardo Veras.

Na ocasião, o produtor e diretor técnico da Associação dos Irrigantes de Goiás (Irrigo), Alécio Maróstica, apresentou os dados de Cristalina, município onde mora e que produz três milhões de toneladas de grãos graças à irrigação - na década de 90 eram produzidas na cidade um total de 300 mil toneladas. “O país tem água em abundância é nós temos problema de água?! Falta coletividade e um plano de gestão hídrica”, frisou, já ressaltando que é preciso criar um programa de armazenamento de água da chuva, uma vez que em Cristalina chove 1.588 milímetros por ano. Desse total, 588 mm evaporam, 472 mm escorrem e 394 mm vão infiltrar para abastecer os rios durante o ano. “A água que escorre vai parar no mar. Vamos criar tecnologias para dessalinizar? Não é melhor criar um projeto para armazená-la?”, pontuou Maróstica.

Diante do exemplo de Cristalina, Jordana Sara afirma que a irrigação é uma ferramenta sustentável, desde que manejada de forma correta, sempre com auxílio e orientação adequadas. Jordana também destaca a reservação de água como outra parte sustentável da agropecuária, levando em consideração a alta precipitação da região centro-oeste. “Para isso precisamos construir barragens, mas nesse ponto entramos em um novo embate: a utilização das APPs, sendo que hoje podemos fazer intervenção nessas áreas para estrada, mineração, brita, rodovia, areia...mas para produção de alimentos, não. Precisamos repensar várias coisas”.

Uso no mundo
Além de discutir, o evento da CNA teve como objetivo apresentar experiências e resultados obtidos em outros locais, para debater a escassez de água no mundo e a falta dos recursos hídricos em locais como Austrália, Estados Unidos e Israel. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 2050 serão necessários 60% a mais de alimentos no mundo.

De acordo com Adido Econômico de Israel em São Paulo, Boaz Albaranes, seu país tem poucos recursos naturais, mas por terem inovação tecnológica e serem empreendedores conseguiram reverter à situação de escassez de água. “Criamos a irrigação em gotejamento, uma inovação israelense. Pois temos um milhão de metros cúbicos de água, mas a demanda é de dois milhões”, comentou. O Adido acrescentou que hoje Israel coleta 90% de água residual, trata e manda para agricultura. “Para o agricultor tanto faz chover ou não. Ele tem sempre recurso em sua propriedade”, afirmou.

Recurso verde e amarelo
Após a apresentação do israelense, o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrado, Lineu Neiva, apresentou o cenário brasileiro. Segundo ele, em 2050, seremos 9,1 bilhões de brasileiros e consumiremos mais 50% de água, 80% de energia e 60% de alimentos. “Apesar do aumento nas demandas, o Brasil tem condição de fazer um pouco de tudo. Temos grande variabilidade, mas faltam dados e conhecimento para ser tomada uma decisão acertada”, observou.

Para o pesquisador, o país tem terras e água de sobra e tecnologias de irrigação, falta uma política de dados para o calculo da quantidade de alimentos que se necessita produzir e, assim, determinar a quantidade de água necessária. “Acho que os brasileiros utilizam pouca água. A irrigação é pequena, cerca de 6 milhões de hectares, enquanto a agropecuária utiliza 246 milhões de hectares. Temos áreas críticas que precisam de um manejo adequado e eficiente de controle da água”, explicou. Lineu Neiva finalizou falando da questão energética, que para ele é tão importante para agricultura quanto à questão hídrica. “A energia é crucial para o setor, temos que adaptar as tecnologias. É imprescindível fazer gestão e conhecer dados para gerir os conflitos”.

Água em pauta
Segundo o presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior, é importante debatermos a falta de recursos hídricos no mundo, pois é um tema muito relevante para o setor agropecuário. “A água é nosso capital, assim como a terra. O produtor rural está consciente da crise hídrica e, por isso, busca cada vez mais uma irrigação eficiente”, observa. Para exemplificar, João Martins, falou da situação da Bacia do Rio São Francisco que melhorou após os agricultores utilizaram a irrigação por gotejamento, como forma de melhorar o custo e utilizar menos água.

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