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Interconf discute modelo de produção intensiva de carne

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2014-09-18 InterconfMichelle Rabelo
Depois do tom político da abertura da Conferência Internacional de Confinadores (Interconf) 2014, o encerramento do evento trouxe um discurso de alerta: o pecuarista precisa, mais do que nunca, entender que na atividade não há mais espaço para amadores. O cuidado com o bezerro, o acompanhamento do garrote e o investimento na engorda do boi agora são acompanhados por uma gestão específica do negócio e pelo uso de tecnologias que fazem toda a diferença no momento da venda do animal.

O palco do encerramento não poderia ter sido mais propício: tido como um dos melhores confinamentos do Brasil, a fazenda São Lucas, localizada em Santa Helena de Goiás, enche os olhos de qualquer criador que se preze. No local foi realizado um Dia de Campo durante o qual os visitantes puderam, além de conhecer de perto a propriedade, assistirem a palestras sobre o mercado do boi e as perspectivas de preços, as melhores condições de produção de carne, os sistemas de produção intensivos e os planejamentos para a produção de silagem de qualidade e para manutenção da sanidade no confinamento.

Ao todo, cerca de 600 pessoas - entre veterinários, agrônomos, pecuaristas, estudantes e representantes do setor agropecuário - participaram do evento, que foi realizado na última quinta-feira (19). Representando a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) participaram do evento o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da entidade, Maurício Velloso, a assessora técnica para a área de Pecuária, Christiane Rossi, o coordenador do programa Pesebem, Olímpio Tavares, e o Coordenador de Negócios, Romeu Franco.

O grupo assistiu atento às palestras e à apresentação dos números que fazem do confinamento São Lucas um exemplo de sucesso. Hoje o confinamento engorda 40 mil animais – número que há sete anos atrás era 146 – apesar de a capacidade estática ser de 20 mil bovinos. Em média, o animal entra na propriedade pesando 329 kg e deixa local, cerca de 101 dias depois, com 493 kg. Os gestores do local são enfáticos ao dizerem que o segredo do sucesso é investir em gestão, manejo, nutrição, sanidade e mão de obra qualificada.

Segundo os proprietários do confinamento, Alexandre e Gustavo Parize, o pecuarista que investe em tecnologia ganha em tempo e em dinheiro. Ele se refere ao tempo de engorda do animal que sem o confinamento leva cerca de 3 anos para alcançar o peso que atinge em 90 dias dentro da fazenda. Os animais confinados comem por dia entre 15 e 16 kg de ração.

A meta para fechar 2014, é de os currais acolherão 50 mil cabeças de gado. Sobre a busca por renovação da tecnologia na pecuária, o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, Maurício Velloso, diz que o sistema de engorda/confinamento do gado pode ser classificado como industrial devido a tamanho das escaladas envolvidas no processo.

Apresentando a casa
O ritmo de funcionamento do confinamento São Lucas não lembra em nada o dia a dia das fazendas onde há criação de gado de corte. A propriedade é na verdade uma indústria, que neste caso é, de produção de carne.

2014-09-18 Interconf PedroNo Dia de Campo que marcou o encerramento da Interconf, Pedro Veiga apresentou a propriedade que trabalha com um modelo de produção intensiva de carne bovina. “O confinamento é a fase final da produção da carne. É o que há de mais tecnológico no mercado e por isso merece toda a nossa atenção. É aqui que intensificamos o sistema de produção e a sustentabilidade da pecuária. Precisamos enxergar o confinamento também como uma das saídas para que o Brasil atinja em cheio os mercados mais exigentes”.

Ele explicou que assim que chegam no confinamento, os animais passam por uma fase, que dura 3 dias - de recuperação com água limpa e dieta de volumoso. Em seguida, eles seguem para o período de adaptação – que dura 21 dias – durante o qual ele começa a se adaptar ao ambiente do confinamento. É nessa fase que a equipe faz um plano de análise laboratorial de ingredientes para a dieta e padroniza a forma como o animal será alimentado. “Boi gosta de rotina. Ele quer a mesma comida, no mesmo horário”

Pedro Veiga também falou sobre a importância de entender cada fase do animal. A fase de cria é um momento de baixa adoção tecnológica e que ainda está cercado de um tradicionalismo negativo. Ele se arrisca em dizer que o fato é um dos gargalos da intensificação da pecuária. Já a recria, fase ainda muito longa, “quanto melhor eu tratar minha recria, mais ganho o animal terá no confinamento”, explica Pedro Veiga.

Para a assessora técnica para a área de Pecuária de Corte, Christiane Rossi, tanto a genética como os cuidados com o manejo, alimentação e2014-09-18 Interconf Mauricio sanidade para com a vaca prenhe, resultam em um bezerro de qualidade, que posteriormente, se for também cuidado da mesma forma, antecipará e muito os ganhos dos produtores. Ela elogiou o evento que foi palco de discussões sobre os desafios e perspectivas para o segmento, os discursos políticos do setor, as técnicas e estratégias de produção, além das tecnologias e controles para aumentar a produtividade e gestão da propriedade de pecuária intensiva.

O boi na economia
A sócia e diretora da AgriFatto, Lygia Pimentel, palestrou sobre o cenário econômico atual, expondo algumas possibilidades futuras para o criador de gado. Ela fez um panorama do mercado interno e apresentou a classe C (com 113 milhões de habitantes) como fortes consumidores de carne, seguidos pela classe D (com 40 milhões de pessoas), classe A/B (com 31 milhões) e classe E (com 16 milhões de habitantes).

Para Lygia, é importante que o pecuarista faça o planejamento de sua fazenda. “Queremos mostrar que pecuária e confinamento é para fazer conta e tomar decisões embasadas nestes resultados”.

Segundo Lygia, os gastos da população com carne aumentaram. Ao todo, 33% do que o indivíduo gasta com alimentos é destinado para compra da carne, sendo que 46% é gasta com frango, 39% com boi e 15% com suíno. Outro dado importante apresentado pela diretora da AgriFatto é de que 20,5% do que é produzido no Brasil vai para fora do país. Os outros 79,5% são consumidos internamente.

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