Leiloeiros do Estado que não concluírem 50% dos Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) firmados com a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e o Ministério Público Estadual (MP-GO), até o final deste ano, terão as atividades suspensas. A decisão foi tomada durante reunião de leiloeiros na última terça-feira (26), na Emater e repassada na manhã desta quinta-feira (28) aos proprietários que ainda não cumpriram a meta.
No total, Goiás possui 91 estabelecimentos leiloeiros autorizados a fazerem leilões sendo que 62 destes já conseguiram atingir 50% dos ajustes propostos ou concluíram o acordado. No primeiro encontro, realizado na Emater, os proprietários que não concluíram 100% do TAC e acreditam que não conseguirão até o próximo dia 31 de dezembro, solicitaram mais prazo.
Após discussão ficou definido, por unanimidade, que aqueles que não concluírem 50% até o fim do ano terão atividades suspensas. Já quem conseguir a metade das adequações até o fim de dezembro poderão ter os TACs aditivados até o próximo dia 30 de junho de 2014. Para que as decisões sejam tomadas, a Agrodefesa fará uma vistoria e apresentará um laudo em cada propriedade.
Segunda reunião
Para uma segunda reunião, sobraram 20 unidades que foram convocadas para encontro nesta quinta-feira. Entre os municípios que acreditam não conseguir cumprir os prazos estão: Paraúna, Firminópolis, Ipameri, Corumbaíba, Mozarlândia e Jandaia. De acordo com os representantes de empresas e Sindicatos Rurais, na maioria dos casos o investimento é muito alto para pouco retorno.
Osvaldo Moreira, representante do Sindicato de São Miguel do Araguaia afirma que, apesar de o município possuir o segundo maior rebanho do Estado, a rentabilidade com os leilões ainda é muito pequena. “Nos anos de 2012 e 2013 fizemos 23 leilões com venda de 8.524 animais. A receita foi de R$ 180 mil e a despesa, R$ 129 mil. Nosso lucro foi apenas de R$ 51 mil. Apenas para fazer a concretagem precisamos de R$ 167 mil reais. Mesmo com prorrogação, acho difícil conseguirmos concluir tudo”, finaliza.
Em Itumbiara, a nova gestão começou há pouco tempo e as reclamações são de que o leilão foi interditado pelo Ministério Público. Com o parque atual no centro da cidade, é necessário não somente um novo estabelecimento para leilão, mas um novo parque. O custo estimado é de R$ 1 milhão, segundo Gilson Pereira, que representou o município. Situações similares podem ser notadas em Paraúna, Firminópolis e Corumbaíba.
Apesar de ouvir todas as exposições, o presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira afirmou que não será possível adiar ainda mais os prazos. Como justificativa ele disse que alguns TACs foram firmados em 2011 e, portanto, foi dado um prazo maior. “É preciso ressaltar que o prazo não foi de seis meses, infelizmente não posso mais adiar esse cumprimento da lei”, finalizou. Apesar disso, Antenor afirmou que os espaços podem ser reduzidos para uma menor área que a existente e, dessa forma, continuar atuando, mas em menor capacidade.