Leilões da Conab não beneficiam produtores goianos

Nesta quinta-feira, 6 de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deu continuidade às ações de sustentação de preços aos produtores de milho, por meio de novos leilões de apoio ao escoamentos do grão. As negociações contemplaram as principais regiões produtoras da segunda safra de milho do país: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, onde o preço está abaixo do mínimo calculado pelo Governo Federal. Isso porque na última semana, o preço do mínimo que deveria ser de R$ 19,21, estava no valor de R$ 17,80. Contudo, tais estratégias não surtiram efeitos em Goiás.

Para cobrir a diferença entre o preço de mercado e o preço mínimo de garantia, em Goiás, o Governo Federal propôs dois tipos de operação: o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e o Prêmio para o Escoamento do Produto (PEP). Foram propostos dois leilões, um de 60 mil toneladas de milho, em PEP. Outro de R$ 240 mil toneladas, em Pepro. Um total de 300 mil toneladas a serem negociadas. No entanto, em Goiás, o prêmio proposto pelo governo não cobriu a diferença.

Segundo o consultor da Faeg, Pedro Arantes, pela lógica de mercado, de acordo com a última média, de R$ 17,80, a Conab deveria ter estabelecido um prêmio de R$ 1,41 e não de R$ 0,48 como foi proposto. Para ele, o valor estabelecido não correspondeu a prática de mercado. “O preço adotado pelo governo está bem abaixo do que deveria ser. Portanto, não ocorreu demanda nestes leilões, já que este valor não teve como baixa o preço de mercado, mas sim o de paridade de exportação”, explicou o consultor.

Estas operações foram autorizadas pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep) no início de abril, por meio de portarias interministeriais, que têm a finalidade de garantir preço mínimo ao produtor de milho, incentivando o escoamento do excedente da produção para os grandes centros consumidores.

Texto: Juliana Barros
Foto: Larissa Melo