Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás recebeu produtores de Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul
O dia 22 de julho foi um dia simbólico e importante para produtores do Estado de Goiás. Reunidos no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), eles vivenciaram uma reunião composta por Assembleia que se iniciou às 10h, e seguiu-se até às 16h30. A Comissão de Pecuária de Leite da Faeg, que organizou o evento trabalhou em suas apresentações a questão do preço do leite, os pontos que os produtores queriam e necessitavam, e principalmente os pontos que envolvem os governos federal e estadual.
“Nós precisamos sair daqui com uma pauta definida, e todo produtor tem que falar a mesma língua. A sociedade precisa saber o quanto gostamos de uma vaca, protegemos o meio ambiente e nossas fazendas,” afirmou o presidente da Comissão, José Renato Chiari. Segundo informações da Comissão, o preço do leite como qualquer outro produto é definido pelo mercado, e alguns fatores podem impactar mais ou menos nos preços recebidos pelos produtores como a quantidade de leite que ele entrega, a qualidade, a região em que se encontra a propriedade e a distância da indústria.
Em junho deste ano, o produtor de leite de Goiás recebeu o valor que variou entre R$1,05 a R$1,70 por litro de leite. A previsão para este período de julho, de plena entressafra, onde se gasta mais para produzir, a indústria sinalizou quedas nos preços que variam de R$0,15 a R$0,45. “Precisamos alinhar a relação entre produtor e indústria. O produtor tem que saber o preço do produto. É preciso antecipar o preço sim,” enfatizou Chiari.
O que queremos e o que necessitamos
Os pontos apresentados pela Comissão foram a realização do dever de casa voltados à qualidade, meio ambiente e bem-estar animal, a relação produtor-indústria, a pauta da dignidade com previsibilidade de preços e antecipação do prazo de pagamento, temas comerciais, políticas públicas e incentivos fiscais.
O presidente do Sistema Faeg Senar, José Mário Schreiner cumprimentou a todos os presentes destacando aquele momento significativo na casa do produtor. “Todos aqui acreditam em Goiás, no Brasil, investem em tecnologia, genética, alimentação. Vamos realizar um movimento nacional em defesa dos produtores rurais. É preciso travar uma discussão porque 5 milhões de pessoas são empregadas nessa cadeia,” relatou o presidente.
O produtor de leite do município de Palminópolis, Edilberto Carneiro que iniciou o movimento desmotivado com a redução no preço do leite pago, esteve presente com seu neto Davi, que fez questão de entregar uma carta ao governador Ronaldo Caiado solicitando socorro a todos os produtores de Goiás. “Esta é a maior oportunidade na cadeia leiteira. Não podemos ignorar o quão é importante e acessível um celular. Ele traz conhecimento, informação, mobiliza,” lembrou-se da gravação do seu vídeo direcionado ao presidente Jair Bolsonaro.
Luta continuada
O governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado esteve presente na Assembleia junto ao secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Antônio Carlos de Souza Lima Neto. “Hoje é um momento emblemático. Comecei minha luta aqui nessa casa há 35 anos. Nossa luta é continuada, de todos os dias e todo produtor merece ser respeitado,” disse o governador.
No reforço de que todos ali tinham um governador, o compromisso feito é para ser cumprido. “Vamos decidir esse assunto no Palácio, convocar todas as indústrias para inovar e iniciar uma nova prática no Estado. O debate será de forma honesta, clara e transparente. Essa situação tem que ter uma solução,” informou Caiado. Ele questionou sobre como se comercializa um produto sem saber o seu valor, e que o leite precisa ser beneficiado como produto de Goiás.
Durante a manhã foram feitos esclarecimentos sobre o preço do leite, apresentações referentes às Instruções Normativas 76 e 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com seu representante, o coordenador de estudos, Eduardo Mazzoleni. As normativas tratam das características e da qualidade do produto na indústria e são definidos critérios para obtenção de leite de qualidade, que englobam desde a organização da propriedade, suas instalações e equipamentos, até a formação e capacitação dos responsáveis pelas tarefas cotidianas, o controle sistemático de mastites, da brucelose e da tuberculose.
Ainda foi discutido sobre o Acordo Mercosul/União Européia - desafios e Oportunidades para o setor lácteo.
Comunicação Sitema Faeg Senar
Imagens: Fredox Carvalho