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Norte goiano faz pacto para o desenvolvimento da agropecuária

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thiago niquelandia fredox carvalhoConhecido pela riqueza de minérios, o Norte de Goiás tem na agropecuária uma de suas forças para crescer. Em Niquelândia, município mais populoso, com 46.380 habitantes da região e o maior do Estado em extensão territorial, um pacto de cooperação firmado há um ano e meio entre o setor produtivo e a sociedade civil já dá resultado no campo e na cidade. Da maior produtividade dentro da porteira à autoestima mais elevada, depois da suspensão das atividades da Votoratim Metais, no ano passado, a cidade paulatinamente caminha para viver novos tempos.

Que o diga o produtor José Tiago Bisneto, 31 anos. Desde o começo do ano, ele passou a contar com assistência técnica, uma das iniciativas do pacto de cooperação. Mudou o manejo dos animais da Fazenda Indaiá, incluindo ração balanceada e, recentemente, passou a investir no bem-estar do pequeno rebanho, construindo uma área com sombreamento. “Estamos trabalhando na dieta dos animais para ser a mais correta possível. Até então, eu dava o alimento como tinha aprendido. O que o animal come é o que ele produz”, comenta.

Em julho, após as mudanças, adquiriu mais dez vacas e viu a produção leiteira subir de cerca de 150 litros por mês para pouco mais de 400. “Mudamos o local que os animais ficavam. Montamos um sombrio e colocamos aspersores, para diminuir o estresse calórico. Estamos trabalhando pelo bem-estar”, explica. Agora, a expectativa é obter uma renda melhor para a família, com a produção de leite. “A cidade precisava de um incentivo, de uma força. A tendência é só melhorar e o conhecimento é muito importante”, ressalta.

Além da pecuária leiteira, o Sistema Faeg Senar, via Sindicato Rural (SR) de Niquelândia, tem atendido a região com treinamentos em áreas como olericultura convencional e orgânica, fruticultura, entre outros, informa a gerente de Formação Profissional Rural (FPR), Samantha Andrade. Segundo ela, se destaca ainda a apicultura, também presente em Porangatu.

Na prestação de serviços, há demanda na área de mecanização agrícola de maneira geral, bem como na área de silvicultura, para o plantio e a sangria de seringueiras. “A piscicultura é constantemente demandada pela presença da grande extensão de lâmina d'água do parque aquícola da Serra da Mesa e pela presença também de cooperativas e associações que processam o produto final, o peixe”, cita.

Vertentes e mobilização pacto de niquelandia

A assistência técnica é apenas uma das vertentes do pacto, explica o presidente do Sindicato Rural (SR) de Niquelândia, Cirino Vicente. Às sextas-feiras, por exemplo, uma feira que vai do final da tarde até a noite integra produtores e a população niquelandense. “Foi uma forma de gerar renda e lazer, uma das carências da cidade. Há produtos de horticultura até artesanatos”, exemplifica, ressaltando que “o futuro é o agronegócio, que é autorenovável”.

Segundo Vicente, a cidade tem vocação para a pecuária. Estima-se que o rebanho gire em torno de 275 mil cabeças de gado, entre animais de leite e de corte. Nesse redesenho econômico, a soja e a seringueira ganham força, bem como a horticultura. “Tudo (de horticultura) vinha de fora. Hoje, já estamos com um técnico trabalhando nessa área. A sociedade tem aceitado o trabalho do pacto e acolhendo as orientações”, avalia. Outra preocupação é com a sucessão rural. Por isso, outra vertente do pacto foca a geração de renda, emprego e qualidade de vida no campo.

Secretário de governo e membro do Sindicato Rural da cidade, Paulo Helder Martins diz que o modelo de pacto social visa a mobilização da sociedade e a articulação de forças entre entidades e produtores. “Viabilizamos a participação em eventos para melhorar nosso entendimento sobre política. Cada membro do pacto cuida de uma área, atuando em conjunto”, informa.

Entre as ações do pacto, está um projeto que vislumbra objetivos a longo prazo. A mobilização já contabiliza a formação da primeira turma do curso técnico de Agronegócio, e a finalização de orientações de assistência técnica em várias cadeias produtivas.

O empresário Ronaldo Fernandes da Silva, um dos membros do pacto, cuida da articulação entre associações de bairro. “Somos o maior município do Estado em extensão de terra e o mais rico em água. Com o pacto, percebemos que a cidade tem todo um potencial, mas é preciso mudar a forma de pensar”, ressalta. Entre as ações de formação, Silva cita a visita a outros municípios para conhecer novas realidades para perceber erros e acertos.

Alto Horizonte

O município de Alto Horizonte, também na região Norte, também aposta no fortalecimento do campo para vencer as avalanches no setor econômico que afetam outras atividades. Destaque na geração de emprego e renda, segundo levantamentos recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade se destaca na produção de leite e de gado de corte.

“É isso que vai ficar após a mineração, que é um recurso finito. Estamos preocupados em preparar o produtor rural, dar uma assistência técnica para que no futuro ele não dependa desse valor de incremento da mineração, tenha produtividade, rentabilidade e um negócio sustentável”, explica o presidente do SR Campinorte, que abrange ainda Nova Iguaçu e Alto Horizonte, Washington Luiz de Paulo, citando parcerias entre Faeg, Senar e prefeitura, com assistência técnica e programas de inseminação.

Além do leite e do gado de corte, ele aponta ainda, em menor proporção, a criação de galinhas e plantio de mandioca como opções para o agricultor familiar. “Embora o agronegócio esteja em uma situação vulnerável quanto a mercado, pois não é o produtor quem define o preço do seu produto, a atividade tem sempre se destacado frente à economia. Num cenário de recessão, é ela que tem puxado os números positivamente”, ressalta.

Texto: Diene Batista

Fotos: Fredox Carvalho

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