O projeto é realizado e coordenado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). A ideia, basicamente, é multiplicar o conhecimento sobre a implantação de hortas e, com isso, atender alguns dos objetivos do Programa Horta Para Todos, que visa a instalação de hortas comunitárias na capital. Segundo o gerente de Assistência Técnica e Extensão Rural da Sedetec, Manoel Batista Vaz, a prefeitura já conseguiu implantar 24 hortas comunitárias na capital, mas somente 12 continuam ativas.
Um dos aspectos que inviabilizam a permanência de hortas hoje, nas comunidades, de acordo com Manoel, é o custo do uso da água. Implantadas em áreas públicas e privadas, dependendo do tamanho, as hortas requerem um uso significativo de água, o que faz com que o valor a ser pago acabe prejudicando a rentabilidade e sustentabilidade da manutenção dela. O incentivo e a multiplicação do conhecimento por parte da prefeitura são vistos, no entanto, como algo que auxiliam não só no aspecto econômico, mas também no acesso e produção do alimento.
A inscrição e a participação no curso são gratuitas. Em média, o total de participantes nas edições passadas foi de 16 pessoas. Nesta, o número já aumentou para 19 e existe uma fila de 10 interessados já aguardando a próxima edição, que deve ocorrer em maio. O Senar fornece ainda, durante os dias de curso, a alimentação para os participantes e, ao final, é entregue um certificado garantindo a participação e o aprendizado.
O curso é dividido em aulas teóricas e práticas. As teóricas são dadas em uma sala de aula no Paço Municipal e as práticas ministradas na horta. Aos interessados, o telefone para se inscrever nas próximas edições é o (62) 3524-5736.
Dia a dia
Ao passar pelo local onde fica a horta do Paço, é inevitável não notá-la, diante da ruptura visual que ela gera frente ao ambiente administrativo. Em dois anos de existência, o espaço já foi utilizado para produzir diversos tipos de hortaliças e legumes. Os alimentos, geralmente, são enviados para a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), que os repassam às instituições de caridade cadastradas na prefeitura. No dia a dia, já aconteceram situações de pessoas tentarem invadir o local ou pegar alimentos sem permissão. Entre os servidores municipais, por exemplo, já é sabido que isso não é permitido e que a destinação é direcionada.
A produção é feita o ano todo, o que exige um cuidado e rotina que extrapolam os dias de curso. Manoel, por exemplo, encarrega-se de monitorar e regar os canteiros, geralmente, duas vezes por dia, inclusive em feriados e dias de fim de semana. Ele recebeu a reportagem no local, no sábado (16), para mostrar e contar como tudo funciona. "Eu não aplico veneno nenhum aqui. Se precisar, a gente usa produto natural", diz ele, explicando que um dos ensinamentos do curso é justamente como produzir inseticidas domésticos, com produtos naturais.
De alface a beterraba
Por definição, a horta do Paço é considerada semi orgânica, pois ainda é necessário o uso de adubo químico para enriquecer o solo do local.
Durante o ano, é feita a troca de hortaliças e legumes, conforme a sazonalidade e, para garantir a produção o ano todo, verifica-se ainda o tipo de cultura, se é de ciclo longo, médio ou curto. Desta vez, com o novo curso, deverão ser plantados no local pelo menos cinco variedades de alface, couve, rabanete, beterraba, cenoura, salsinha, rúcula, brócolis, jiló, berinjela, quiabo, rúcula e coentro. Alguns canteiros já foram preparados com antecedência.
Fonte: O popular
Comunicação Sistema Faeg /Senar