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Podologia Equina: mercado amplo e com valores atrativos

Área que busca tratar dos cascos de cavalos e levar qualidade de vida ao animal tem crescido no Estado e exigido profissionais qualificados. Senar Goiás oferece capacitação aos interessados

A infância na fazenda foi rodeada de cavalos. O pai criava os animais e a mãe era joqueta, competia com eles em corridas. O dia de cuidados com o casqueamento e ferrageamento era festa para o menino que ficava o tempo todo observando o manejo. Foi assim que Felipe de Araújo Seabra Sales cresceu e resolveu se dedicar à podologia equina. “Na podologia equina se realiza prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças que podem acometer os cascos dos cavalos. Os cascos são indispensáveis para a saúde como um todo do animal. Afinal, suportam o peso do corpo, dando aderência e protegendo todas as estruturas internas”, explica Felipe.

O aprendizado profissional para atuar na área começou com apenas 15 anos, quando acompanhou um curso de casqueamento e ferrageamento oferecido pelo Senar Central. Com 18 anos, foi servir o exército e lá ficou na área da cavalaria, podendo colocar o aprendizado em prática. Após um ano, ele voltou e solicitou ao Senar Goiás a mesma qualificação para ser ministrada na fazenda dos pais, em Planaltina de Goiás. Além dele, outros moradores da região também participaram.


“Nesse curso, aprendi bastante e contei ao instrutor do Senar Goiás, João Pedro, que gostaria de me aperfeiçoar mais. Ele então me indicou vários cursos fora, como em São Paulo, por exemplo. Além de ferrageamento tradicional a frio, me especializei no quente, que permite fazer o molde exclusivo para atender as necessidades do cavalo. Pode-se destacar as ferraduras ortopédicas para auxiliar animais que tenham tendinite, artrite, laminite que é a inflamação nas lâminas do casco. Esse trabalho é muito amplo, vai além da ferradura. Usamos gesso, silicone e novas tecnologias que permitam uma melhor qualidade de vida do cavalo”, destaca.

Em 2018, com muita dedicação ao trabalho, Felipe comprou todos os materiais necessários, montou uma clínica móvel de podologia equina em sua caminhonete e começou a trabalhar. Logo, passou a atender ranchos e haras até fora do Estado. A carga de trabalho só foi reduzida e ficando restrita a Goiás, porque ele está estudando medicina veterinária. Quer ter uma visão cada vez mais ampla de tudo que envolve a saúde dos animais.

“Na faculdade, temos o Hospital Veterinário e sou eu quem cuida dessa parte relacionada aos cascos dos animais. É um trabalho que exige muita responsabilidade. Quando você se destaca no mercado passa a lidar com animais muito caros. Há algum tempo, eu atendi um cavalo de hipismo, usado em saltos. Ele veio da Bélgica e precisou de cuidados veterinários porque estranhou o clima aqui no Brasil. Está avaliado em R$ 12 milhões”, informa.

O mercado da podologia equina é bem amplo e os valores pagos são atrativos. Na região do entorno de Brasília, onde Felipe trabalha, o processo de casquear e ferrar da forma tradicional custa R$ 200, sendo possível fazer o manejo sozinho em oito cavalos por dia e quatorze com ajudante. Já as ferraduras ortopédicas saem, em média, R$ 300 por casco do animal e é um processo mais demorado.

“Atualmente, trabalho em haras e ranchos que têm cavalos usados para esporte ou éguas matrizes. Já tenho uma agenda de retorno fixa de 30 a 40 dias em cada local. E meu celular não para. Recebo em média 20 mensagens diárias de pessoas procurando meus serviços, mas eu não tenho agenda. Isso mostra um mercado promissor para os que se especializam e desempenham bem a função”, conta.

O Senar Goiás oferece gratuitamente os cursos de casqueamento de equídeos e de ferrageamento de equinos. “Hoje em dia, o termo podologia está mais em alta, pois engloba toda parte locomotora. Nós ferradores temos que ter conhecimento geral, anatomia, fisiologia, biodinâmica do movimento dentre outras e não apenas ‘pregar ferradura’. O mercado é bem amplo. Temos animais de lida, passeio e quando partimos para o lado de cavalos atletas, que existem em vários esportes equestres, todos necessitam de atenção podológica, pois vai interferir no bem-estar, vida útil, desempenho em provas, evitando vários tipos de lesões. Se pararmos para pensar, todo peso do animal está distribuído sobre os cascos”, explica João Pedro Xavier Alves, zootecnista, ferrador e instrutor dos cursos da área no Senar Goiás.

Ele destaca que, na última década, o mercado de cavalos cresceu muito em Goiás e com isso o olhar e atenção para esses animais melhoraram muito em termos de investimentos em genética, qualificação e tratamentos, inclusive podológicos, falando em cavalos de alto rendimento. “Antigamente, existiam as ferradorias. Os donos levavam os cavalos até o local. Porém, com a modernidade e facilidade de locomoção, hoje o profissional vai até o local onde os cavalos estão, com todo seu equipamento podendo prestar um serviço mais personalizado, mais rápido e prático. Falando de mercado promissor, costumo brincar que enquanto nascer cavalos sempre vai precisar de um profissional para cuidar dos cascos. E é essencial que esse serviço seja feito no prazo de quatro a seis semanas, ou seja, todos mês”, informa o instrutor.

João Pedro destaca que o serviço é muito importante, de extrema responsabilidade e é pesado. “O Senar Goiás leva a informação e a capacitação para muitos produtores rurais, para os interessados em trabalhar com a podologia equina. A partir daí começam a cuidar melhor dos seus próprios animais e com isso o cavalo continua só melhorando. Agora, o aluno deve ter muita força de vontade e determinação para avançar na profissão. Costumo dizer que o Senar é a porta de entrada para ter acesso a esse mercado. No mundo do cavalo falamos que a gente estuda, estuda e ainda morremos com coisas para aprender”, conclui João Pedro.

A informação se confirma no sucesso de Felipe que calcula ter feito mais de 40 cursos só do Senar Goiás. “Eu já fiz várias vezes os voltados para minha área de atuação e apesar de ter muita experiência sempre aprendo em cada um deles. E vou além, já fiz o de doma racional de equinos, rédeas de equinos, equideocultura, foram dezenas. Sempre indico para aqueles que queiram trabalhar na área ou então para oferecer melhor qualidade de vida e ter melhores resultados com os animais da propriedade”, finaliza Felipe.

Para ter acesso aos cursos basta procurar um sindicato rural. A agenda também pode ser acessada em: https://sistemafaeg.com.br/sen.... Já os que querem se aperfeiçoar com assuntos relacionados ao tema é possível fazer as qualificações: Horsemanship e Legalidade na Produção de Equídeos, totalmente online por meio do site: https://ead.senargo.org.br/.

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