Alta nos custos de produção, como a soja e milho para ração, e o maior abate de matrizes, gerado pela alta da arroba do boi gordo, devem limitar a oferta do produto
A oferta de leite no mercado brasileiro deve seguir limitada em 2020, especialmente no primeiro trimestre. A projeção do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indica que esse fato pode sustentar o preço pago ao produtor em patamar mais elevado. “Essa perspectiva está fundamentada na possível alta dos custos de produção e no recente maior abate de matrizes”, comenta a entidade em relatório.
No caso dos custos de produção, os preços do milho e do farelo de soja, componentes da ração, têm subido no mercado brasileiro. O aumento dos valores do milho está atrelado ao forte ritmo das exportações do cereal. Há também que se considerar que, num cenário de incentivo à produção de combustíveis renováveis, o milho tem sido cada vez mais utilizado para a produção de etanol, o que pode reforçar o movimento de valorização desse cereal.
Tendência
A entidade afirma que a dificuldade em se elevar a produção tem se mostrado como um gargalo estrutural para o setor. A principal limitação ao pecuarista é realizar investimentos de longo prazo frente às incertezas no curto prazo, o que inclui a volatilidade das cotações. Estas, por sua vez, dependem de um delicado equilíbrio entre a oferta no campo e o consumo de derivados lácteos. Em 2019, por exemplo, a previsibilidade do mercado foi afetada por duas forças antagônicas: oferta enxuta e retração da demanda – as quais levaram a uma curva de preços atípica no ano passado.
Ainda que as expectativas para a produção em 2020 sejam cautelosas, é importante ressaltar que a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 2% é um fator positivo para diminuir as incertezas.
“Como o consumo de lácteos está diretamente ligado ao aumento da renda, o crescimento econômico pode melhorar as margens da indústria (espremidas em 2019) e permitir que os preços ao produtor se mantenham em patamares elevados, mas mais alinhados ao padrão sazonal”, projeta.
Fonte: Canal Rural
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