Murillo Soares
Há seis anos a Fazenda WB – expoente na produção de soja - realiza o Encontro Tecnológico de Sementes no mês de fevereiro, cujo objetivo é mostrar o crescimento da propriedade e, com a ajuda de parceiros, expor novas tecnologias e técnicas de plantio. Este ano, a sexta edição aconteceu na última quinta-feira (25) e, como sempre, foi fiscalizada de perto pelo proprietário, Walter Celso Brandtner - curiosamente conhecido como Walter “Bandidão”. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, foi um dos convidados e parabenizou Brandtner pela 6ª edição do evento.
Ao discursar, Schreiner ressaltou a importância do encontro, principalmente para aqueles que não têm contato direto com o setor agropecuário. “Muitas pessoas não conhecem o mundo rural; acham que tudo se planta e colhe sozinho”, disse. “Encontros como este mostram que, na zona rural, tem muita tecnologia, muita pesquisa e muito trabalho duro”, completou.
José Mário relembrou também a evolução da soja em Goiás e brincou ao recordar daqueles que não acreditariam na prosperidade da oleaginosa no Cerrado. “Tivemos grande evolução de meados de 1980 até hoje. Quando nossa colheita do grão começou, colhíamos entre 25 e 30 sacos. Hoje são 55, 60 ou mais”, bradou. “O nosso setor cresceu e muito! Temos uma das agriculturas mais desenvolvidas do mundo e somos exemplo no setor”, salientou.
O VI Encontro Tecnológico de Sementes saiu de uma parceria entre a WB Sementes, empresa de Walter Celso, a Produtos Agrícolas, a Pontual Agronegócios e a Adubos Araguaia. “Aqui discutimos novas tecnologias no campo, além de mostrar nossas cultivares. Este ano estamos com nove variedades de soja, talvez os tipos mais produtivos em Goiás”, afirmou “Bandidão”. Ele espera que, na área de sementes, sejam colhidos, aproximadamente, 120 mil sacos de 40 kg.
Segundo ele, outro ponto importante da iniciativa é a interação entre produtores e técnicos. “Todos aqui estão ansiosos para que novas tecnologias cheguem o mais rápido possível no campo”, explicou. Para este ano, estimou-se que seriam 350 participantes, ao todo, um pouco a mais que no ano passado, segundo ele. Para quem esteve na propriedade, os números bateram, quiçá, ultrapassaram a meta estipulada.
Em defesa da “banda” boa
Ao discursas com os presentes, o presidente da Faeg lembrou o sucesso do agronegócio, afirmando que o setor é a “banda” boa do país e “o Brasil que dá certo”, constatou. “Nós é que movimentamos a economia. Nosso setor deveria ser protegido no Brasil e no mundo todo”, bradou. Ao tocar neste ponto, José Mário pontuou atitudes governamentais que, segundo ele, colocam em cheque a produtividade do Agro em Goiás. “Tentar cercar o agro traz prejuízos à sociedade toda”, alegou.
Schreiner citou ainda o atual estado de algumas das principais rodovias goianas. “Não são estradas. São caminhos; picadas”, sublinhou. “Do jeito que está, atrapalha o escoamento da nossa produção. Nem mesmo carros de boi conseguem transitar em rodovias assim”, continuou. Ele lembrou também das recentes cobranças retroativas da Celg para os produtores rurais. “A justiça interpelou pelo setor. Essas cobranças são ilegítimas, ileigais e imorais”, destacou.