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Faeg e produtores propõem mudanças ao Fundepec Goiás

comissão corte - mauricioMichelle Rabelo

O Fundo para o Desenvolvimento da Agropecuária do Estado de Goiás (Fundepec) foi fundado para promover o desenvolvimento da pecuária goiana no que se refere às questões sanitárias, principalmente no combate da febre aftosa. Hoje, porém, o rebanho do goiano conquistou uma condição sanitária favorável em relação à doença, e o Fundepec poderia ser direcionado para outras ações que já produzem impacto negativo nas exportações goianas, como a tuberculose e a brucelose. Com esse argumento, criadores de gado de corte pediram a ampliação da atuação do Fundepec.

O tema foi discutido na última reunião da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), durante a qual o presidente do Fundepec, José Magno Pato, explicou que a entidade já está revendo seu estatuto e que mudanças devem ocorrer no próximo ano.

Na ocasião, os produtores aproveitaram a presença de José Magno Pato para levantar questionamentos sobre o Fundepec, como o valor e o destino da verba arrecadada pela entidade. Para a assessora técnica da Faeg para a área de Pecuária de Corte, Christiane Rossi, os questionamentos são bem vindos já que uma das funções das reuniões da Comissão é trazer ao encontro das lideranças e das entidades representativas, os anseios dos produtores. “É nossa obrigação conhecer as demandas. Aqui é o fórum das discussões, principalmente porque a Faeg representa o produtor”, pontua.

Segundo Pato, a contribuição é recolhida pela agroindústria no momento em que o produtor entrega a matéria-prima. Ele explicou ainda que os recursos do Fundepec são destinados a indenizar produtores em caso de surgimento de focos de doenças como a aftosa, peste suína clássica e outras. A entidade também contribui para que a defesa sanitária animal se torne mais eficiente, além de colaborar - através do financiamento de campanhas de combate e erradicação de doenças -, com o desenvolvimento da pecuária em Goiás.

A Comissão de Pecuária de Corte vai apontar em um documento, todas as propostas apresentadas em reunião e este será encaminhado ao Fundepec.

comissão corte - merciaInquérito Sorológico
Outra pauta do dia foi o inquérito sorológico sobre a febre aftosa que vem sendo feito pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) com o objetivo de detectar a eficiência da vacina, a prevalência da doença, assim como a circulação viral no rebanho goiano. Representando a entidade, a médica veterinária Dra. Mércia Oliveira, fez questão de ressaltar a importância econômica e sanitária destes inquéritos, que garantem a qualidade necessária para o consumidor interno e de mercados internacionais, bem como alavancam os negócios de todo o segmento pecuário. Fez questão de agradecer a contribuição dos produtores rurais que fizeram parte do inquérito, possibilitando que todas as etapas pudessem ser cumpridas.

Ela explicou que um cadastro contendo todas as propriedades goianas, onde são criados bovinos, foi enviado para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que fez um sorteio aleatório onde uma parte dos animais foi avaliado, marcado e segue sendo acompanhado de perto por pesquisadores. Esse processo, baseado em cerca de quatro mil amostras, norteia o trabalho de avaliação do Mapa, feito em um laboratório de Manaus.

A médica veterinária fez questão de ressaltar que todos os proprietários sorteados são informados com antecedência sobre o procedimento, não podendo comercializar os animais monitorados até o fim do acompanhamento, e sobre o fato das propriedades envolvidas serem liberadas após a divulgação dos resultados das análises. A propriedade fica sendo monitorada a cada 15 dias, e caso haja necessidade de novas coletas de sangue para confirmação do resultado dos exames, o procedimento pode ser efetuado nos mesmos animais da primeira amostra.

Além disso, Mércia pontuou que todos os custos com a operação de envio das amostras para o laboratório e outras despesas deste inquérito estão sendo financiadas pelo Fundepec, como uma de suas atribuições.

comissão corte - faeg - christianeLegislação trabalhista
Ainda durante a reunião foram citados os seminários que aconteceram em cinco municípios goianos, levando aos produtores informações sobre a legislação trabalhista, mercado pecuário e o Programa Pesebem.

As iniciativas, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás com o apoio da Faeg e da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego em Goiás, integraram o programa Campo em Ordem, cuja principal pauta debatida foi a NR-31, que dispõe sobre Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.

A Faeg vem, desde a publicação da norma, desenvolvendo várias ações de conscientização do produtor rural. Entre as abordagens estão: a forma correta de contratação dos funcionários e de mão de obra terceirizada, as exigências acerca das instalações da propriedade para com a segurança e saúde do trabalhador, dos equipamentos de proteção individual, dos cursos de capacitação dos funcionários, esclarecimento sobre as denominadas “condições degradantes de trabalho”.

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