O leite é um produto imprescindível na mesa de todos os brasileiros, é um dos alimentos mais saudáveis e completos para o consumo humano. Mesmo sendo de extrema importância temos visto produtores abandonando a cadeia por total inviabilidade, corremos o risco de ter menos produtores desta cadeia e consequentemente reduzir a matéria prima de qualidade e produzida por aqui.
Os custos para essa cadeia produtiva estão subindo cada vez mais (40% nos últimos 12 meses) e agora os laticínios anunciaram redução do pagamento pelo litro de leite aos produtores. Uma média de 15% a menos (R$0,40/litro em 02 meses). Para um produto em que os ganhos são contados em centavos, essa redução representa a inviabilidade total de se produzir leite.
E isso influenciará diretamente na mesa da população pela redução drástica da produção e na economia de milhares de famílias e municípios, com a redução de milhares de empregos e da renda oriunda dessa atividade.
É urgente que os laticínios revertam essa queda de preços, respeitem o índice anteriormente acordado pois o consumo de leite continua alto e essa queda de pagamento não será repassado ao consumidor final. É necessário que haja o estabelecimento de políticas que garantam aos produtores de leite a redução dessas altas instabilidades de preços pela qual passam todos os anos, e de instrumentos que possam dar-lhes uma previsibilidade dos preços que irão receber no próximo mês. Essas políticas são fundamentais para que os produtores possam trabalhar o planejamento da atividade a curto, médio e longo prazos e, assim, procurar minimizar os enormes prejuízos acumulados em todos os anos.
Se os laticínios não reverterem essa política, vão tirar produtores do mercado, aumentar o desemprego, perder matéria prima de qualidade e deixar de fornecer à sociedade um bom produto. A médio e longo prazo os laticínios estão assinando a falência de suas industrias.
Em muito pouco tempo, poderemos ter em Goiás e no Brasil milhares produtores expulsos da atividade um desemprego ainda maior, a população pagando caro pelo produto que não terá a mesma qualidade, pois o leite para os laticínios terá que ser importado. Vai sobrar desemprego e vai faltar leite de qualidade na prateleira. Nem os produtores nem a população merecem isso.
José Mário Schreiner, Presidente do Sistema Faeg
Comunicação Sistema Faeg