Desde o início do mês de fevereiro, o preço da soja disponível subiu 6% no estado de Goiás. Os valores passaram de R$ 60,00 para R$ 65,00 a saca, cenário que estimulou a realização de novos negócios. Até o momento, cerca de 45% da safra 2017/18 foi negociada antecipadamente, percentual ainda abaixo da média dos anos anteriores para o período, de 60%.
Conforme explica o analista técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Cristiano Palavro, o cenário é decorrente das recentes altas registradas nos preços na Bolsa de Chicago, impulsionados pelas preocupações com o clima na Argentina, e também pela flutuação cambial. Depois de um longo período de estiagem, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) reduziu de 50 milhões para 47 milhões de toneladas a projeção para a safra de soja do país vizinho.
Diante desse quadro, as cotações futuras no mercado internacional se consolidaram acima do importante patamar de US$ 10,00 por bushel. “Com isso, observamos um crescimento das vendas no mês de fevereiro no estado”, destaca Palavro.
Colheita da soja
Assim como em outras regiões do país, o excesso de chuvas tem atrasado o andamento da colheita da soja em Goiás. Cerca de 35% da área foi colhida até o momento, contra mais de 50% registrado no mesmo período do ano anterior. Por enquanto, os prejuízos com as chuvas na qualidade da soja são pontuais.
“Mas não podemos descartar, tivemos muitas chuvas nos últimos dias. Em algumas regiões choveu mais de 100 mm em menos de dois dias. Ainda assim, não é um problema não tão grande quanto no norte de Mato Grosso. E o quadro não deve afetar a expectativa de safra nesta temporada”, diz o analista técnico.
A projeção é que sejam colhidas entre 10,9 milhões a 11 milhões de soja no estado neste ciclo, safra parecida com a colhida no ano anterior. O rendimento médio deve ficar ligeiramente abaixo do ciclo passado. A produtividade média está próxima de 54 sacas de soja por hectare até o momento.
Milho safrinha
Em meio ao atraso registrado na cultura da soja, o plantio da safrinha de milho deverá avançar para o mês de março no estado. Inclusive, as entidades do setor já solicitaram ao Ministério da Agricultura a ampliação do calendário de plantio do grão em mais 10 dias.
“Isso para que os produtores fiquem protegidos em caso de algum sinistro nas áreas com seguro contratado. Com o plantio em março, o risco se eleva bastante, temos uma previsão de clima dentro da normalidade entre março e abril”, ressalta Palavro.
Contudo, a expectativa é de uma redução de 5% na área cultivada com o milho safrinha no estado nesta temporada. Já os preços têm registrado poucas oscilações, com a saca do cereal ao redor de R$ 25,70.
Texto: Notícias Agrícolas
Foto: Ernesto de Souza