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Veja as perspectivas de mercado para soja, milho e proteína animal, reveladas no Do Campo a Cidade

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O evento “Do Campo à Cidade: Cenário Macroeconômico para 2019” trouxe para os participantes orientações quanto à transformação no agronegócio. Os mercados agrícola, econômico e pecuário foram observados durante uma tarde de palestras com o objetivo de facilitar o conhecimento do produtor diante do seu segmento e do comportamento da sociedade. Bartolomeu Braz Pereira, vice-presidente do Sistema Faeg disse que o Brasil está mudando e o agro passa por um momento que precisa ser discutido.

“O país apresenta oportunidades e estar unidos com as entidades nos identifica pautas para defender este setor. Temos que estar juntos para discutirmos políticas sérias, na geração de empregos e melhorias. O desafio é destravar para que o produtor possa produzir com crédito. Que saibamos aproveitar este evento e levar o que aprendemos,” explicou Bartolomeu. O produtor rural irrigante, Félix Curado de Corumbá de Goiás participou do evento e disse que procura se informar porque o trabalho dentro da porteira está sendo bem feito. “Estes eventos são muito bons, pois trazem orientações para nós, produtores, sobre comercialização, se posso vender agora ou depois, pegar dinheiro no banco ou não,” informa ele.

Curado ainda ressalta que o encontro serve como norte para todos. “Muitas dúvidas são geradas, principalmente pelo fato de termos uma colheita menor pelos problemas climáticos. Tudo isso diminui a produtividade. Trabalho com feijão, milho, tomate e trigo e os preços não estão bons. Na verdade não é o que estamos esperando. Desejamos reação, e a palestra está trazendo informações como as crises vivenciadas, se podemos investir e o que devemos fazer diante dessas situações,” relatou o produtor que possui irrigação em sua propriedade.


Perspectivas para 2019

Um dos painelistas do Encontro foi o sócio-diretor da Agroconsult e coordenador do Rally da Safra, André Pessôa, que abordou sobre as perspectivas de soja e milho para este ano. “A soja está chegando mais cedo, e do ponto de vista operacional dentro das fazendas se faz necessário realizar a colheita para complemento do ciclo. O excesso de temperatura e a falta de chuvas foram desafios e precisamos salvar a produtividade. É preciso olhar o mercado da guerra comercial de Estados Unidos e China,” explica. Mesmo diante da quebra significativa de safra no Brasil e Paraguai, Pessôa informou que o saldo é positivo para a América do Sul. “Vamos entregar mais soja no mercado internacional este ano no conjunto do que entregamos ano passado. Estamos superando o consumo em 11 milhões de toneladas a mais produzidas. Com a guerra comercial entre os dois países, quem abasteceu os chineses foi o Brasil,” declarou o sócio-diretor da Agroconsult.

De acordo com André, existe uma comercialização antecipada do milho e o índice de confiança do agronegócio para o produtor representa otimismo. O analista sênior do Rabobank Brasil, Adolfo Fontes, que atua no desenvolvimento de pesquisas na área de proteína animal fez provocações aos participantes. “A geração Y é maioria no Brasil, que vai de 18 a 38 anos. Ela tem uma maior representatividade. Não na economia, mas tem o poder de influenciar o poder de consumo. Temos que olhar para as tendências. Queremos qualidade com preço competitivo. O Brasil tem um potencial de crescimento na recuperação de um patamar pré-crise. Além do país ser o maior exportador de carne bovina, ele fica em segundo como produtor,” conta.

O analista falou sobre o setor de proteína animal, principalmente da carne bovina. “O que a gente tem analisado dentro do Rabobank é a questão dos fundamentos do setor. Do ponto de vista da oferta podemos destacar que 2018 representou oferta crescente dada pelo número de fêmeas no abate que foram para o frigorífico. Também tem a questão de caixa dos produtores. A produção do ano passado foi acelerada atingindo 4% de crescimento no Brasil. Ela deve continuar acelerando mesmo identificados os 2%. Existe uma demanda com projeções para o mercado internacional e doméstico,” disse.

Segundo informações de Adolfo, houve um recorde de volume de exportações em 2018. “Se as expectativas de crescimento se concretizarem, o que envolve as questões econômicas, as Reformas que influenciam, existirá uma demanda já que o consumo interno implica na renda disponível. E a arroba do boi gordo deve atingir um dos patamares mais firmes a partir do segundo semestre deste ano,” analisa ele.


Fotos: Fredox Carvalho

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