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FA FAEG
15 de outubro 2020

Quem são os que ensinam e os que aprendem?

Fátima Araújo

Aprender ao ensinar e ensinar ao aprender; eis a “magia” dos fenômenos que envolvem o ensino e a aprendizagem. Mas será que esta relação que envolve mestres e aprendizes é sempre tão mágica como se diz com letras? Professor tem um dia ou o tem todo dia? Se é aprendiz na instituição de ensino ou na vida?

Indagações como estas remetem a se refletir o quão nobre e desafiadoras são as artes do aprender e do ensinar. Em algum momento nesta alquimia chamada educação, as emoções e os desafios se misturam a tal ponto de tornar ainda mais complexa a relação. Relação esta que é diária, diuturna. Se aprende e se ensina o tempo todo. E nesta arte nem sempre quem mais ensina é o mestre. Variadas são as situações em que estes recebem grandes lições de seus discípulos, por menores que estes sejam.

Aliás, outros mestres também acumulam funções que antes da pandemia de Covid-19 era exclusividade professoral! Não raras são as cenas registrada em vídeos e áudios que mostram o quanto intensa se encontra a relação entre aprendizes e familiares na busca pela construção do conhecimento. É bem comum se apreciar momentos de rara significância onde os aprendizes literalmente colocam as mãos na terra plantando, cuidando e colhendo os frutos do cultivo. É bem provável que este aprendizado seja mais efetivo, além de ser lembrado que, por exemplo, foi construído juntamente com os avós, valorizando-se ainda mais a sabedoria destes.

Neste cenário, o Programa Agrinho, do SENAR Goiás (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) está em um de seus momentos mais privilegiados, onde que por meio de suas ações a equipe se depara a todo momento com cenas de valor indescritível que registram familiares e aprendizes interagindo a favor da educação. O contrário também é verdadeiro - inclusive para os professores - diante dos desafios de convivência consigo próprio e com os mais próximos.

No entanto, o que se percebe é que é possível sim ensinar e aprender mesmo que os atores deste processo tão mágico não estejam interagindo diretamente (e fisicamente) na instituição destinada para o ensino formal. E o mais interessante é que o significado do que se aprende se configura como sendo uma lição para a vida toda, na qual existe pitadas de outros afetos, construídos no seio familiar.

E é por estas e outras que se afirma que todo dia é dia de ensinar e de aprender e que, especialmente neste ano de 2020, outros mestres – que não aqueles que se está acostumado a homenagear – igualmente merecem ser reconhecidos. São aqueles que historicamente delegaram para a educação um papel que lhes era devido e que neste novo normal assumem parte das incumbências que de fato seriam dos professores, de modo que juntos todos ensinam e todos aprendem.



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