O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, abastecendo mais de 150 países. São 4.110 mil t exportadas, ou seja, 30,2% da nossa produção que é de 13.605 mil t, ficando atrás somente dos EUA que produzem 18.283 mil t desta carne (Usda 2016).
O consumo do brasileiro está em 41,1 kg per capta ano, sendo a mais consumida internamente no país e a segunda em nível mundial.
Nacionalmente, temos o Paraná como o principal produtor. São 4.110 mil t e juntamente com os demais da região Centro-Oeste, grande produtora de grãos, Goiás segue como um importante e mais recente mercado de aves, participando com 802 mil t de carne de frango, que o faz ocupar o 6º lugar no ranking.
Essa produção tem contribuído para disponibilizarmos um alimento barato, ao se comparar com as demais carnes, de fácil preparo e com a garantia de qualidade do produto, para atender aos vários níveis de consumidores.
Além de atender o consumidor com disponibilidade de alimento em quantidade e qualidade suficientes, também gera contribuições sociais e econômicas ao estado e ao país. Em Goiás, o VPB (Valor Bruto da Produção) que é o preço bruto recebido pelo produtor, multiplicado pela produção, movimentou pouco mais de R$ 2 bilhões de reais e gerou milhares de empregos diretos e indiretos.
Mas, como em toda atividade, com os seus altos e baixos, a avicultura assim como praticamente toda a pecuária, passou por momento difícil e teve seus ganhos comprometidos. E o principal motivo foi a elevação dos preços dos grãos, milho e soja, base para a alimentação das aves, devido entre outros motivos às condições climáticas, que diminuiu a oferta e elevou em 2016 mais de 60% e 20% respectivamente.
Já em 2017, enfrentou como os setores das demais carnes, os resultados negativos de uma operação desastrosa na forma de comunicar com a sociedade, a Operação Carne Fraca, que colocou em xeque, toda uma estrutura eficiente, trazendo prejuízos com os embargos ocorridos por vários parceiros comerciais, bem como causou dúvidas ao consumidor interno. Foram poucos os envolvidos nas irregularidades e que já estão sendo punidos. Porém, trouxe para reflexão a eficiência da fiscalização e medidas foram tomadas para estabelecer os rigores necessários aos processos e procedimentos de fiscalização, por parte do ministério.
Com isso, os preços que já iniciaram o ano com deságio de 16%, saindo de um preço médio de R$ 3,09 em dez/16 para R$ 2,78 em jan/17 quilo vivo, perdeu mais 7% após o ocorrido em março, em Goiás. Soma-se também o fato de uma economia recessiva, de mais de 14 milhões de desempregados no país, que mesmo tendo nesta carne a melhor opção em relação ao preço, não está sendo capaz de influenciar nos preços a ponto de garantir margens melhores aos produtores.
Mesmo com a redução na produção brasileira de carne em mais de 6%, não foi o suficiente sustentar os preços pois as exportações brasileiras perderam o ritmo e em relação aos volumes, reduziram em 9% comparando o acumulado de janeiro a maio de 2016 com 2017, de 603 para 549 mil toneladas. Em valores houve um pequeno incremento de 0,9%, saindo de 887 para 895 milhões de dólares. Já em junho comparando com maio, a redução foi de 13%, segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio.
A nossa avicultura segue como uma das mais competitivas, estando o país livre de influenza aviária além de termos oferta de grãos abundante para alimentação das aves, o que garante uma produção crescente. Necessitamos seguir ampliando os mercados e melhorando nossas negociações, junto a novos países.
Investimos muito em modernização das nossas estruturas de aviários e seguimos evoluindo com as regras de biosseguridade, eficiência em manejo e da tecnologia genética das granjas, em saúde animal e bem-estar animal, entre tantos outros necessários ao aumento produtividade para resultar em renda ao produtor.
A garantia desta renda se faz necessária e cabe, em grande parte, aos demais elos da cadeia produtiva, à jusante, sempre manter o equilíbrio dos ganhos para não prejudicar a principal fonte de abastecimento desta proteína, o avicultor. Pois o crescimento da população mundial e a demanda por alimentos é crescente. Segundo Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) a produção global de carnes deverá ser 16% maior em 2025 do que no período base (2013-15). Isso se compara com um aumento de quase 20% na década anterior.
Portanto, estarem preparados, gerirem com eficiência e serem sustentáveis são algumas exigências aos agentes desta cadeia produtiva para garantir a permanência no mercado. Aos consumidores, cabe valorizar o fato de estarem em um país com capacidade de produção e que garante alimentos de qualidade e a preços acessíveis.