Dirceu Borges-Superintendente do Senar Goiás
O agronegócio brasileiro tem sido a roda motriz da economia. E essa força ficou ainda mais evidente com a chegada do coronavírus. O Agro não parou. Mas a produtividade depende de incentivo, direcionamento e de tecnologia que maximiza a eficiência das cadeias produtivas. No meio desse cenário surge o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Senar, que através de suas ações chega a 3 milhões de pessoas todos os anos. Mas agora as afirmações são substituídas por um questionamento: como continuar?
A Medida Provisória nº 932, publicada no dia 31 de março deste ano, prevê o corte de 50% na arrecadação compulsória do Sistema S durante três meses e coloca em cheque a sustentabilidade do Senar, e todas as instituições do sistema S.
Não existe uma estrutura capilarizada como a nossa, que chega em todas as partes do País. O produtor ficará desassistido. Em 28 anos de atuação, o Senar atendeu gratuitamente mais de 78 milhões de pessoas do meio rural por meio de capacitações de educação profissional, ações de Promoção Social PS?) e Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
Em Goiás, o impacto pode inviabilizar ações de profissionalização no campo. Um corte dessa proporção, em um período de comercialização da safra, submete a instituição a trabalhar com 30% do orçamento estimado para o ano. O Senar não tem reservas, "não tem gordura para queimar", utiliza-se 20% do seu recurso em área meio, e o restante na área finalística, ou seja, diversas ações que aconteceriam nos próximos dias estão sendo suspensas, o que significa um prejuízo para toda a cadeia produtiva. Somente no programa de Assistência Técnica e Gerencial, mais de 4 mil produtores poderão ser afetados por essa medida, podendo muitos deles saírem da atividade, por falta de orientação técnica. Programas de promoção social, como o Campo Saúde, que atenderam no último ano aproximadamente 50 mil pessoas, em todo o Estado de Goiás, serão suspensos por tempo indeterminado.
Algumas medidas estão sendo tomadas para reverter a MP nº 932, com apoio de parlamentares, das confederações e principalmente de milhares de produtores que estão se mobilizando em prol do Senar. Uma queda de pelo menos 30% na arrecadação que estamos prevendo, por causa da desaceleração da economia, devido a pandemia de Covid-19, somados com os cortes de 50%, causará uma ferida muito grande. Mas http://#OSenarNãoPodeParar !