A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateu, na quarta (2), a conjuntura do mercado de arroz e a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação do produto fora do Mercosul, que se encerra no dia 31 de dezembro.
O assunto foi discutido durante a reunião da Câmara Setorial do Arroz do Ministério da Agricultura com a presença das entidades que representam a cadeia produtiva. A TEC foi retirada pelo governo em meio à alta no preço do cereal este ano. Sobre o arroz adquirido fora do Mercosul, incidia uma taxa de 8% que foi zerada.
“A posição da CNA é contra a continuidade da isenção da tarifa, porque a safra de arroz começa a entrar no mercado no começo de janeiro e se intensifica em março, por isso não é necessária a continuidade da isenção da tarifa”, avaliou Francisco Schardong, representante da CNA na Câmara Setorial e coordenador da Comissão do Arroz da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
Durante a reunião foi apresentada uma proposta para estender a isenção até o final de fevereiro de 2021. Mas em votação, a Câmara Setorial foi contra a isenção da prorrogação e vai enviar um ofício à ministra Tereza Cristina informando a decisão.
Sérgio Roberto Gomes, analista da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), fez uma análise do mercado de arroz e falou das tendências para a safra 2020/2021.
Segundo ele, na projeção de preços do cereal, os fatores de alta são: menor estoque de passagem e de oferta, expansão do consumo interno e externo, elevação do dólar e dos preços no mercado internacional.
Em relação aos fatores de baixa, estão a concorrência do Mercosul, a maior safra norte-americana, a projeção de leve expansão de área na próxima safra.
Gomes também apresentou uma proposta de um novo instrumento da Conab, o Prêmio de Armazenagem Privada (PAP). É um instrumento de política de garantia de preços mínimos, com o objetivo de pagar um prêmio ao produtor/cerealista e manter o produto em estoque privado e não da Conab, por um tempo determinado. O prêmio irá ajudar a pagar a estocagem e os custos de carregamentos.
“É mais uma ferramenta para complementar a atuação da Política de Garantia de Preços Mínimos, mas precisa ser melhor discutida para se adequar as necessidades dos produtores rurais,” afirmou Fábio Carneiro, assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA.
Assessoria de Comunicação CNA/Sistema Faeg/Senar