Andréia Peixoto é Pedagoga, especialista em Docência do Ensino Superior, Personal & Professional Coach, Coordenadora de Ações e Projetos do Senar Goiás
Hoje, 29 de outubro comemoramos o Dia Nacional do Livro. Nesse sentido, retomo à reflexão proposta no artigo “O hábito da leitura como estratégia de emancipação”. Na ocasião fomos estimulados a recordar do primeiro livro lido, bem como do aprendizado proporcionado pela leitura. Diante disso, reconhecendo a importância do livro para estimular o hábito da leitura, seguindo a tendência dos desafios, proponho a celebração da data de uma forma exclusiva: identifique uma pessoa especial. Agora, que tal presentear essa pessoa com seu primeiro livro? Certamente será um movimento de contribuição no processo de desenvolvimento pessoal, profissional e espiritual da pessoa escolhida.
Charles W. Elliot, presidente, no período de1869 a 1909, da Universidade de Harvard, a mais antiga instituição de ensino superior dos Estados Unidos, reconhecida como uma das mais famosas e concorridas de todo o mundo, afirmou que os livros são os mais silenciosos e constantes amigos; os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores. A sábia reflexão de Elliot, evidencia, a importância do livro em nossa vida, e também os benefícios que os bons livros podem proporcionar na vida dos leitores, tais como, entretenimento, conhecimento, desenvolvimento do senso crítico, aperfeiçoamento da escrita, em resumo, a prática da leitura enriquece o vocabulário, dinamiza o raciocínio, ampliando a perspectiva de mundo.
O Brasil começou a publicar livros em 1808, após a fundação da Imprensa Régia, por D. João VI, o primeiro livro editorado no Brasil foi “Marília de Dirceu”, obra poética de Tomás Antônio Gonzaga, integrante do Arcadismo. Mas uma pergunta que não quer calar, por que o dia 29 de outubro foi estabelecido como o Dia Nacional do Livro? Foi nesse dia, em 1810, que a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil, na ocasião foi fundada a Biblioteca Nacional do Brasil na cidade do Rio de Janeiro, reconhecida pela UNESCO como uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e também a maior biblioteca da América Latina, e instituída a data para incentivar a leitura.
Ao longo da história da humanidade, o homem se comunicava por meio do desenho e da pintura, mas foi com a evolução da escrita que potencializou a habilidade comunicativa, garantindo o registro através de um sistema convencional de sinais fechados. O livro constitui a materialização mais completa dos elementos da cultura, das descobertas, das emoções, e da poesia, enfim, da forma do autor ver e sentir o mundo.
Na antiguidade os registros foram em rolos ou cilindros confeccionados com papiro, posteriormente substituído pelo pergaminho feito de pele animal, devido à resistência, possibilitou a costura e o abandono dos cilindros, originando o códex ou códice, cujo o formato é similar ao livro contemporâneo. Na Idade Média, com a chegada de papel chinês ao oriente, os livros, ainda escritos à mão, substituíram os pergaminhos.
No entanto, na metade do século 15, Johannes Gutemberg inventou a impressora, possibilitando a produção de livros no processo industrial. Na época atual, vivemos no mundo digital, os livros evoluíram e assumiram a configuração dos livros eletrônicos, os famosos e-books, difundidos por todo o mundo pela internet. Nessa perspectiva existe uma especulação sobre o destino do livro físico. Será substituído pelo livro eletrônico?
A professora de Linguística Naomi Baron, da American University, realizou uma pesquisa com mais de 300 estudantes universitários nos EUA, no Japão, na Alemanha e na Eslováquia confirmando que a maioria prefere os livros físicos aos e-books. Mesmo com toda a praticidade das versões digitais, 92% dos entrevistados preferem a versão impressa, pois a capacidade de concentração é otimizada na versão escrita, a experiência da leitura envolvendo o componente físico, tátil, cinestésico possibilita a memória visual das informações ou de determinada passagem da história.
Podemos concluir que a pesquisa da professora Naomi Baron mostrou que independente da leitura do livro impresso ou eletrônico o leitor estabelece conexões que transcende a decodificação das palavras. É garantido que os dois formatos continuarão cumprindo a nobre missão de materializar os elementos da cultura, das descobertas, das emoções e da poesia. A importância do livro é indiscutível, parafraseando Hermann Hesse, indicado para Nobel de Literatura em 1946, os livros são fontes de satisfação, de alegrias e de conhecimento, enriquecendo a vida e aumentando o valor da existência de cada leitor.
Comunicação Sistema Faeg/Senar