Durante o 3º Fórum Avícola e 5º Dia de Campo, realizado nesta quinta-feira (6/6), em Mineiros, o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, ministrou palestra em que defende que o Brasil será o maior produtor mundial de alimentos dentro de nove anos. No ano de 2022, a demanda mundial por alimentos será 20% maior. "O Brasil tem condições de atender 40% dessa demanda. Mas, é preciso sanear uma série de gargalos", ressalta José Mário.
Ele explica que com a capacidade de produção do produtor brasileiro e com a crescente aplicação de tecnologia ao campo, em 2022, a safra brasileira poderá atingir as 205 milhões de toneladas. Para que essas estimativas se concretizem, diz José Mário, é preciso investir no desenvolvimento das famílias rurais.
Segundo o palestrante, um estudo realizado pelo Sistema CNA, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), estratificou as famílias rurais brasileiras em classes de rendas. Nas classes D e E estão 76,86% dos produtores rurais, enquanto a classe C abriga 16,70% das famílias e nas classes A e B ficam os demais 6,35% dos produtores.
Em Goiás, os índices seguem a tendência registrada nacionalmente. As classes D e E concentram 63,16% das famílias rurais goianas, na classe C ficam 23,94% delas e, em menor número, nas classes A e B, estão 12,90% dos produtores do estado.
Ao fazer um exercício de prospecção, o presidente do Sistema Faeg/Senar explicou que se metade das famílias rurais goianas que estão nas D e E forem alavancadas para a classe C, cerca de R$ 2 bilhões seriam agregados à economia goiana. E, já se metade das famílias da classe C chegassem às classes A e B, seriam R$ 6 bilhões a mais para Goiás.
"É promovendo a ascensão social e econômica das classes C, D e E que vamos cumprir as metas de sermos os maiores produtores mundiais de alimentos", esclareceu José Mário. Além, disso, segundo ele, é preciso enfrentar os gargalos existentes na logística, armazenagem, energia elétrica, seguro rural, assistência técnica e pesquisa.
Hoje, em Goiás, 80 mil famílias rurais precisam de apoio no que diz respeito à assistência técnica e extensão rural. Segundo levantamentos realizados pela Faeg, argumentou o presidente da entidade, a cada R$ 1 que fossem investidos em técnicos para dar assistência às famílias que necessitam, R$ 1.000 seriam gerados a mais. "A conta demonstra que só assim poderemos fazer frente ao desafio do desenvolvimento agropecuário", ressaltou.
O 3º Fórum Avícola e 5º Dia de Campo foram realizados pela Associação dos Avicultores Integrados da Perdigão (Avip) e pela Unifimes. (Texto: Francila Calica - Gerência de Comunicação Sistema Faeg/Senar e Fotos: Larissa Melo)