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Biogás e biofertilizantes: oportunidades para reduzir custos e garantir sustentabilidade no campo com orientação do Senar Goiás

Cresce uso de biogás na agropecuária, mas há espaço para mais investimentos no setor. Senar Goiás reconhece a importância e oferece, além de treinamento, Assistência Técnica e Gerencial (ATeG)


Buscar formas sustentáveis de diminuir possíveis danos ao meio ambiente e ao mesmo tempo reduzir custos na agropecuária têm sido estratégias de quem atua no campo. Uma das ações encontradas pelo produtor é o uso cada vez maior de fontes renováveis de energia. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Agroenergia, localizada no Distrito Federal, se metade das pequenas e médias propriedades pecuárias brasileiras produzissem gás a partir de resíduos orgânicos, haveria uma economia total de R$ 1,45 bilhão anualmente. Esse é o valor que 504 mil fazendas, metade das que mantêm entre 10 e 100 cabeças de gado, economizariam ao deixar de comprar o botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP).

Já em relação ao impacto ambiental, 595,2 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente deixariam de ser emitidas a cada ano. A redução é resultado da substituição de um combustível fóssil (GLP) por outro de fonte renovável, que é o biogás. Todas essas estimativas são resultado de estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Agroenergia, a partir de dados coletados de um biodigestor instalado em caráter experimental em uma propriedade em Luziânia (GO).

Para explicar melhor a importância desse recurso, a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) define bem o que é o biogás: uma fonte de energia renovável, produzida a partir da degradação de materiais orgânicos tais como resíduos e efluentes e outras fontes de biomassa com grande potencial econômico, ambiental e social. O aproveitamento energético desses materiais, por meio da produção do biogás, contribui para a sustentabilidade e a eficiência energética de importantes setores econômicos, como a agropecuária.

De acordo com informações da Abiogás, o Brasil tem um potencial de produção que não se compara a qualquer outro país do mundo e, exclusivamente, a partir de resíduos. Isso significa que o biogás consegue ampliar a geração de energia sem a necessidade de plantar ou inutilizar áreas de cultivo, apenas aproveitando, para fins energéticos, os resíduos hoje desperdiçados e que já estão gerando emissões de gás metano.

Por se tratar de uma fonte de energia limpa, renovável, produzida a partir de resíduos e com aplicação em diversos setores, a Associação explica que o biogás é um bem econômico promotor da Economia Circular e da descarbonização. A Abiogás revela que apesar da queima do biogás gerar emissões de carbono, trata-se de uma fonte de energia que não aumenta a concentração de carbono na atmosfera, diferentemente dos combustíveis fósseis, os quais liberam quantidades expressivas de carbono estocadas há milhões de anos.

Incentivo do Senar Goiás

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) oferece cursos e Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na área de energia renovável. O foco principal é realizar capacitações e levar informações para desenvolvimento de equipamento que gere produção de biogás e biofertilizantes, um dos eixos de sustentabilidade do agronegócio. O técnico de Campo do Senar Goiás em Horticultura, Luciano Alves Ferreira, orienta que o biogás na propriedade rural, especialmente na parte econômica, é bem viável. “Boa parte do gás que seria utilizado na produção de alimentos vem do biogás. Então, já é uma economia muito boa. E também, na questão social, mais produtores da agricultura familiar, por exemplo, percebendo que a atividade econômica é viável, mais pessoas podem aderir ao projeto. Na questão ambiental, contribui muito em relação aos restos, aos dejetos que seriam, às vezes, destinados ao meio ambiente ou descartados de forma incorreta. São restos de alimentos, o próprio esterco de curral. Todo esse material pode ser transformado e depois retornar para a propriedade em forma de energia e fertilizante, contribuindo novamente com a questão econômica, que você deixa de gastar com adubos químicos”, explica.

Luciano acrescenta que produzir biogás traz benefícios até para o solo, porque além de gerar energia, resulta nos biofertilizantes que melhoram a qualidade da terra e a diversidade da flora. “Vai se transformando em uma atividade, em um ciclo que sai da produção, vai para o biogás, que vai para a cozinha, que depois volta de novo para o biogás, que transforma em nutrientes que vai para o solo, depois vem de novo para o cultivo. É um ciclo relevante para o agro”, informa.

Para ele, é importante cada vez mais levar informações, principalmente para quem atua com agricultura familiar. “É uma forma de ajudar a reduzir custos no campo. Hoje a gente busca uma agricultura sustentável e a pequena propriedade precisa ter esse caráter de sustentabilidade. Para isso, é preciso dar condições para ele conseguir se equipar e investir na atividade. Resulta, ainda numa vida mais saudável para a família e retorno financeiro, que é importante também. Talvez o investimento parece alto para a pequena produtora da agricultura familiar, mas com orientação adequada essa realidade muda”, reforça. Luciano diz que uma propriedade que consome um ou dois botijões de gás por mês, investindo em um biodigestor pode deixar de gastar 100% desse botijão e ter um retorno financeiro.

O técnico de Campo ressalta exatamente que produzir o biogás não é tão difícil. “É uma caixa de alvenaria, uma caixa pequena de alvenaria e tem a questão onde ela vai depositando o material orgânico que vai decompondo e vai transformando em gás. Não tem o custo muito caro. Se for uma quantidade que o produtor vai usar para sustentar uma pequena propriedade e a residência, o custo razoavelmente é baixo e o manuseio é simples. Conforme vai alimentando a composteira, vai se produzindo gás”. Ele destaca que isso pode ser feito a partir de esterco verde do gado, de suíno e até resto das culturas que são produzidas na propriedade, como batata e abóbora.

O agricultor Realino Lopes Pereira, de 40 anos, trabalha com a produção de mandioca para industrialização de farinha, além de couve, fruta, alho e batata-doce em Orizona (GO). Com apoio do Senar Goiás e da Universidade Federal de Goiás (UFG), construiu um biodigestor em sua propriedade rural. Ele conta que é uma caixa de três mil litros para uso próprio. “Utilizo dejeto animal e resto de comida, como casca de mandioca e batata para alimentar o sistema e produzir o biogás. Além da energia, produzo biofertilizante que é aplicado nas plantas”, comenta.

Sobre o retorno econômico, ele informa que investiu R$ 4 mil para fazer o biodigestor e está economizando cerca de mil reais por ano com o uso do biogás. “Agora eu só compro um botijão por ano, só mesmo para alguma emergência. Acho que vale a pena sim investir na produção de energia a partir dos dejetos que a gente produz na propriedade. É um retorno importante para o bolso do produtor”, reforça.

Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag

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