Ao estilo voz e violão o professor de Educação Física, Alex Rocha Sales, fez com que os educadores que integram a 1ª turma de capacitação do Agrinho 2014 voltassem à infância. Alex ministrou, na manhã desta sexta-feira (21/2), uma palestra sobre brincadeiras que misturam música, movimento e interação. O evento foi realizado no Hotel Vivence, em Goiânia.
Alex é professor da rede municipal de educação de Goiânia e pesquisador de brinquedos, músicas e tradições folclóricas, com ênfase nas canções do Cerrado, bioma brasileiro presente em Goiás. Ele defende a ideia de que o conhecimento que as crianças têm de música vem quase que exclusivamente da escola. “A família não assume mais esse papel, diferentemente do que acontecia no meu tempo”.
Entre as muitas representações culturais que envolvem a música, o professor citou a Catira e a Folia de Reis que, na contramão da atualidade, continuam passando dos pais para os filhos. “O Brasil tem uma cultura rica e autossuficiente, e é papel do professor não deixar isso morrer”, explicou Alex, pontuando que a utilização de músicas nas brincadeiras facilita o aprendizado.
Para o professor de Ensino Fundamental I e II, Marcos de Souza, a música melhora, entre outras coisas, a autoestima do aluno que passa a gostar mais de si, dos colegas e da escola. “Com as brincadeiras, os alunos vão interagir mais com o conteúdo. Vou levar tudo o que vi aqui para minha cidade”, disse o educador, que é natural do município de Planaltina de Goiás.
Aprendendo na prática
Ao todo, 113 educadores participaram da palestra intitulada ‘Brinquedos Cantados’ e interagiram nas dinâmicas propostas por Alex, envolvendo cantigas de roda, palma e ordem, músicas de memorização, realização de coreografias e até um trenzinho que foi formado no salão do Hotel Vivence.
Ele apostou em expressões faciais e corporais que acompanharam vários ritmos, do mais agitado ao mais lento. Em contrapartida, os educadores entraram na brincadeira imitando de Saci Pererê a jogadores de capoeira. O objetivo de Alex foi ensinar os educadores a sensibilizar os alunos com a música. “A canção tem que ter um sabor diferente para tocar o coração da criança. Tem que ter doçura, magia e encantamento”, disse.
Alex explicou que todo brinquedo cantado tem que ter quatro elementos básicos: letra, música, melodia e movimento. Estes tipos de brincadeiras podem ajudar na disciplina das emoções, no controle da timidez e na coordenação motora, o que inclui o sentido de lateralidade, direita e esquerda.
A diretora da Escola Municipal Nivaldo Augusto da Silva, em Caturaí, Cleia Maria Pontes, disse que a palestra de Alex foi a melhor da semana – ela está em Goiânia desde terça-feira (18/2) participando da capacitação do Agrinho. “O professor resgatou brincadeiras antigas e nos fez lembrar da nossa infância. Na minha escola fazemos isso sempre nas datas comemorativas, mas agora isso vai acontecer com mais frequência”. Ela classifica o Agrinho como o melhor programa na área educacional do Brasil.
Capacitação
A palestra desta sexta-feira (21/2) marcou o encerramento da capacitação da primeira turma. Eles vieram de diferentes cidades de Goiás e receberam, desde terça-feira (18/2), orientações sobre como desenvolver trabalhos sobre o tema “Esporte, Lazer, Cidadania e Meio Ambiente”. Este é o mote dos projetos de promoção social que renderão aos vencedores prêmios que vão de câmeras digitais a um automóvel zero quilômetro. Esse ano o Agrinho vai orientar cerca de 565 educadores, sendo cinco turmas de 113 pessoas.
Agrinho
Há sete anos, o Senar Goiás realiza o Programa Agrinho envolvendo crianças da educação infantil e do ensino fundamental da Rede Pública em atividades pedagógicas relacionadas a temas como cidadania, meio ambiente e responsabilidade social. Por meio de um projeto de promoção social, o Agrinho premia trabalhos de alunos e professores referentes aos diferentes temas, que são definidos a cada ano.
Os prêmios podem ser disputados nas categorias Redação, Desenho, Desenho Especial, Escola Agrinho e Experiência Pedagógica.