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Chuvas voltarão ao Centro-Oeste na quarta, mas em baixos volumes

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foto ernesto de souzaed. globoO bloqueio atmosférico que está impedido o avanço de frentes frias – e chuvas – do sul para o centro do Brasil tem data para acabar, segundo a meteorologia. A partir da próxima quarta-feira (18), chuvas generalizadas devem cair sobre os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais. Os volumes, porém, não serão significativos, alerta o meteorologista da Somar, Celso de Oliveira. “A previsão acumulada é de 15 milímetros para o período entre os dias 18 e 25. Não serão chuvas de quantidade, mas, diante da atual conjuntura, qualquer coisa tá valendo”, diz.

Ainda de acordo com Oliveira, o norte de Mato Grosso do Sul deve registrar os maiores volumes. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul também devem continuar presenciando volumes generosos de chuvas. “Ao sul de Mato Grosso do Sul deve chover 50 milímetros entre quarta e sexta-feira”, afirma.

Seca anormal

Dados aferidos pela Somar Meteorologia mostram que o volume de chuvas registrado especialmente na região central do país está muito abaixo da média, diferente do que ocorre no extremo sul. “De uma forma geral, o acúmulo médio em Mato Grosso nos primeiros 13 dias de outubro está na casa dos 30 milímetros. Normalmente, o Estado recebe uns 150 milímetros, ou seja, se a chuva fosse linear, já deveria ter chovido 70 mm e 80mm a mais”, diz Oliveira.

Se na região central a seca predomina e dificulta os trabalhos de campo, no Rio Grande do Sul é o excesso de água que preocupa, especialmente os produtores de arroz, trigo e milho. Segundo o meteorologista da Somar, a chuvarada no Estado do Sul deve cessar neste domingo, mas na terça-feira (17) já há previsão de novas chuvas na região.

Pacífico frio

A falta de chuvas no Brasil Central está associada ao esfriamento completo das águas do Oceano Pacífico, já que acaba criando um bloqueio atmosférico e impedindo que as frentes frias avancem do sul para o norte do país. “Nós temos observados que, em vez de avançar pelo interior, [as frentes frias] quando avançam, vão pelo Oceano. Isso é o que tem gerado essa condição diferente em relação ao ano passado, quando o Pacífico também estava mais frio, porém, parcialmente”, explica Oliveira.

Campo dividido

Os quadros climáticos opostos têm prejudicado os trabalhos de campo no país. Enquanto a estiagem impede o avanço do plantio de grãos no Centro-Oeste, o excesso de chuvas pode prejudicar as lavouras de trigo, cevada, aveia e canola no Rio Grande do Sul, que se encontram em maturação e colheita. O ideal nesta fase seria um tempo mais seco.

O comentário está boletim semanal publicado pela Emater/RS-Ascar, órgão do governo gaúcho que responde pela assistência técnica e extensão rural. Os técnicos informam que a colheita do trigo começou nesta semana e atingiu 3% da área total, acima dos 2% da mesma época do ano passado e abaixo da média de 5% para o período nos últimos cinco anos.

O levantamento da Emater/RS estima que 29% das lavouras se encontram prontas para colheita e 62% estão em fase final de formação de grão. Os técnicos relatam que os produtores estão ansiosos e preocupados com o fato de as lavouras não se apresentarem homogêneas em seu estádio final, “ou seja, muitas espigas se encaminham para a maturação enquanto outras ainda estão em fase final de enchimento de grãos”.

Os relatos de campo dão conta que a perspectiva de vários dias chuvosos para a segunda quinzena de outubro aumenta a preocupação dos produtores, pois as lavouras devem apresentar produtividade variável, em muitos casos dentro de uma mesmo talhão.

Segundo os técnicos, as primeiras colheitas, além de apresentarem volumes aquém do desejado, têm apresentado qualidade inferior em situações frequentes. “Com isso as empresas compradoras de trigo estão sem preço para o produto e, portanto, sem comercialização para os grãos em depósito, o que deixa os triticultores desmotivados quanto aos investimentos realizados na cultura na safra de 2017.”

O preço do trigo recuou mais 1,02% no mercado gaúcho nesta semana, para R$ 30,38/saca. Em relação à mesma época do ano passado a queda foi de 17,7% e em relação à média de outubro dos últimos cinco a os o recuo foi de 20,8%.

Texto: Revista Globo Rural

Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo

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