A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu na segunda (12), na sede da entidade, um evento para debater estudos sobre o potencial do mercado de seguros rurais no Brasil e de sistemas de dados agrícolas para avaliação de danos e perdas por desastres na agricultura com pesquisadores, integrantes dos ministérios da Agricultura e da Economia e com representantes das seguradoras e resseguradoras.
O primeiro estudo teve como tema a mensuração e avaliação do potencial de demanda do mercado de seguro rural no Brasil. Foi elaborado a pedido da CNA pelo Centro de Estudos em Gestão de Seguros e Riscos, da ESALQ/USP, que é coordenado pelo pesquisador Vitor Ozaki.
O estudo é inédito e teve como objetivo dimensionar o potencial de demanda do mercado de seguro rural no Brasil nas modalidades de seguro passíveis de subvenção pelo Governo Federal e também o valor necessário no orçamento para a execução do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) nesse cenário.
"A CNA possibilitou todo apoio institucional e também foi uma parceira importante para nos colocar em contato com especialistas de cada uma das áreas para a gente obter os dados", disse Ozaki.
As análises e as mensurações que têm sido desenvolvidas pela CNA têm como objetivo subsidiar a elaboração de agenda estratégica relacionada à gestão de riscos para o setor agropecuário para os próximos anos.
"A necessidade de otimização dos gastos públicos em todos os setores exige que as propostas das entidades representativas dos produtores rurais estejam fundamentadas em estudos técnicos, de análise comparativa dos custos e benefícios dos diferentes instrumentos de políticas setoriais", explicou Carolina Nakamura, assessora técnica do Núcleo Econômico da CNA.
"Hoje, nós temos uma subvenção do seguro rural na ordem de R$ 1 bilhão, mas gostaríamos de saber qual é o real montante necessário para que não haja riscos sistêmicos na agropecuária", afirmou o coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Renato Conchon.
Na avaliação do diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola, o estudo é importante para o direcionamento da política agrícola no País. Segundo ele, apenas cinco milhões de hectares estão cobertos atualmente e a demanda real de seguro é para até 30 milhões de hectares.
"Isso traz uma responsabilidade muito grande para o governo federal, que precisa entender a necessidade de colocar mais recursos no programa de subvenção", declarou Loyola.
Danos - O outro estudo apresentado foi denominado "Diagnóstico sobre sistemas de dados agrícolas para um sistema nacional de avaliação de danos e perdas por desastres na agricultura" e teve como autor o pesquisador na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e consultor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Gilson Martins.
O objetivo foi elaborar um diagnóstico de capacidades técnicas e institucionais para avaliar sistematicamente danos e perdas por desastres no setor agrícola e posicionar o programa de capacitação da FAO sobre o público-alvo para capacitações nessa área no Brasil.
A pesquisa realizada permitiu uma revisão ampla sobre os sistemas estatísticos e de registro e análise de dados de perdas e danos no Brasil. Há muitas instituições que geram dados sobre a agricultura, mas ainda é necessário um esforço de harmonização de métodos e o estabelecimento de governança institucional na área de gestão de riscos, para congregar e harmonizar essas estatísticas.
"Você precisa de informações de qualidade sobre riscos e perdas que acontecem no campo para um dimensionamento mais preciso do valor de recursos que são necessários e até para a precificação do próprio seguro rural", destacou Martins.
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