É na região de Jussara, no Sítio Vale da Serra, que o produtor de leite Harlei Marques de Lima e sua mulher, Valdirene Basílio de Lima, viram sua vida mudar para melhor nos últimos quatro anos. Desde 2013, o casal recebe Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do programa Senar Mais. São 72 hectares. Deste total, 48 são utilizados para a pecuária de leite. De acordo com Harlei, o programa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) garantiu aumento em sua produtividade leiteira. No início da implantação do programa, o casal tirava 350 litros de leite por dia. Hoje, eles tiram em média 700 litros de leite por dia. “Aquele que quer permanecer na atividade leiteira tem que procurar tecnologia e informação, já que o custo para continuar nesta atividade é muito alto”, conta o produtor. As informações desta propriedade foram apresentadas durante o 14º Dia de Campo Senar Mais Leite, que ocorreu na propriedade deste casal, no último sábado, 16 de setembro.
O trabalho na propriedade é orientado pelo técnico do Senar Mais em Jussara, Rogério Gomes, que atende 25 propriedades na região. De acordo com o técnico, dentro destes 48 hectares, 2,2 hectares são de pastejo rotacionado irrigado, com o capim Mombaça e quatro hectares com pastejo rotacionado sem irrigação. Para suplementar a seca, a propriedade possui ainda silagem de sorgo. São 72 vacas, um total de 80,4% de vacas em lactação, animais das raças girolando. “Quando começou o trabalho, em 2013, o produtor trabalhava com gado mais comum e depois começou a inseminação, melhorando as pastagens, a genética, implantando o sistema de pastejo rotacionado e irrigado e colocando ordenha mecânica”, comenta.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e também com Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, o programa Senar Mais tem como principal objetivo transformar a vida dos produtores rurais. “Com o Senar Mais nosso produtor consegue preencher as lacunas existentes em sua propriedade. Em cada Dia de Campo enxergo esta realidade, já que os produtores passam a produzir mais e com qualidade. Cada um deles que recebe ATeG é exemplo para outras famílias que também sonham em transformar suas vidas”, expressa.
Resultados do programa
Exemplo de mudança e de transformação é o produtor Arthur Oscar Vaz, de Jussara, que também recebe ATeG do Senar Mais. Ele esteve presente no 14º Dia de Campo do Senar Mais Leite. Desde 2000, atua no segmento da cadeia de leite, produzindo cerca de mil litros de leite por dia. Ele conta que participar de eventos como estes é uma forma de adquirir cada vez mais conhecimento. “Já estive em outros eventos do Senar Mais, mas é sempre bom aprender, adquirir conhecimento, porque cada caso é um caso. Na última palestra que participei, em Morrinhos, aprendi que se tivermos uma gestão organizada na propriedade o próximo passo é apenas adquirir volume. Isso é o que nos torna cada vez mais competitivo”, pontua.
O administrador Cleomar Barros, de 63 anos, também participou do evento. Hoje, ele sonha em mudar a realidade da propriedade familiar, por isso, optou em conhecer melhor o programa Senar Mais, através do Dia de Campo, para em seguida inserir no contexto de produtores que recebem ATeG. Juntamente com o irmão, que é agrônomo, eles pretendem em breve assumir esta propriedade, que é administrada pelo pai, que possui 90 anos. “Temos uma necessidade de manutenção desta propriedade. Nosso projeto é trabalhar na cria e recria de gado e à medida que formos aumentando a produtividade, com recursos utilizados pelo programa, vamos trabalhar isso de forma mais mecânica”, comenta.
De acordo com o engenheiro agrônomo e consultor técnico do Senar Goiás, Carlos Eduardo Carvalho, o intuito do trabalho desempenhado pelo Senar Mais é fazer com que os produtores rurais conseguissem aplicar suas tecnologias, obtendo renda dentro de suas propriedades. “É importante mostrar aos produtores que é possível aplicar tecnologia e adquirir renda dentro da propriedade. O leite é tão lucrativo quanto qualquer outra cultura, mas é preciso que esta cultura seja trabalhada de forma correta”, comentou o consultor técnico do Senar Goiás.
Texto: Juliana Barros
Fotos: Larissa Melo