Michelle Rabelo
Com o objetivo de zelar pelo produtor rural, o que inclui buscar meios para que ele viva da terra de forma eficiente e sustentável, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) recebe, no próximo sábado (7), um representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) - da sigla de Food and Agriculture Organization. Alan Bojanic - vem à terra de raízes rurais para conhecer de perto o trabalho realizado pela entidade, além de ratificar a semelhança entre o papel da Federação e a missão da FAO: aumentar a capacidade da comunidade e promover o suporte adequado e sustentável para a segurança alimentar. Os municípios de Alexânia, Santo Antônio de Goiás, Petrolina e Anápolis compõem a rota da visita.
Na ocasião, o presidente da Faeg, pretende destacar que assim como a FAO se preocupa e encabeça ações para melhorar a produção de alimentos, a Federação, em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), trabalha com a realização de programas de melhoria da eficiência na produção, elaboração, comercialização e distribuição de alimentos e produtos agropecuários. “São diversos cursos e treinamentos que objetivam ensinar o homem do campo a utilizar a natureza a seu favor, sem deixar de lado a busca pela melhoria da produção alimentar, o que contribui para a erradicação da pobreza no campo”.
Schreiner, que também preside o Conselho Administrativo do Senar Goiás, destaca ainda o trabalho realizado em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Apesar de o Brasil ser referência mundial na produção agropecuária, 80% dos produtores rurais, que estão na classe C, D e E, ainda não têm acesso às tecnologias que fizeram do país um dos principais fornecedores mundiais de alimentos. Em Goiás o cenário não é diferente, a Faeg, Senar Goiás e CNA seguem com vários programas junto aos Sindicatos Rurais (SRs) do estado, que vão de encontro as premissas da FAO: viabilidade econômica, justiça social e sustentabilidade ambiental”.
José Mário, que também é vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), aproveita para defender a democratização da pesquisa e da inovação para os produtores, para que o país continue dando sua contribuição para erradicar a fome e a garantir segurança alimentar da população mundial. “Precisamos que a tecnologia chegue a esses produtores para produzir mais riqueza, gerar mais renda e emprego e para que eles possam dar uma vida mais digna a suas famílias”. Segundo ele, o papel do produtor rural brasileiro “se confunde com os objetivos da FAO de erradicar a fome e a pobreza no mundo”. “Estamos plenamente conectados com esse objetivo. Graças à tecnologia, temos condições de contribuir com esse desafio de erradicar a fome e a pobreza no mundo, pois 800 milhões de pessoas ainda passam fome”, afirma.
Educação e saúde
Durante todo o dia, José Mário vai apresentar à Bojanic cinco iniciativas do Senar Goiás. Em Alexânia, o representante da FAO vai saber mais sobre a Educação à Distância (EaD), que facilita o acesso à educação derrubando barreiras de localização.
Em Santo Antônio de Goiás, a comitiva, que também será composta pelo diretor executivo do Senar Central, Daniel Carrara, e do superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, conhece o Faeg/Senar em Ação, iniciativa que leva aos municípios goianos atendimentos gratuitos relacionados à saúde e à cidadania. Devido a expansão dos atendimentos ofertados através de diversas parcerias, o programa tem se superado a cada ano. Os atendimentos propostos à população vão desde clínico geral, oftalmologia a emissão de identidade e CPF.
Ainda em Santo Antônio de Goiás, o grupo visita a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Arroz e Feijão), onde se encontram com o Chefe Geral da Unidade da Embrapa, Flávio Breseghello, e discutem pontos para uma Carta de Intenção. O documento simboliza o interesse que há entre Senar Goiás e Embrapa de trabalharem juntos, alinhando pesquisa e capacitação. A ideia dessa união é pegar a teoria de uma instituição e aplicar na prática da outra, sempre visando, também, a capacitação. Na reunião, ainda serão discutidos pontos deste “casamento” que poderão ser desenvolvidos e, futuramente, se tornarem cursos, treinamentos ou eventos.
Para finalizar a visita à Santo Antônio de Goiás, a comitiva participa do lançamento do Programa Nacional de Proteção de Nascentes, iniciativa que vem buscando mostrar a população a preocupação do setor agropecuário com a qualidade da água e a preservação da biodiversidade brasileira. A iniciativa faz parte das ações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Administração Central do Senar, que em março deste ano fizeram o lançamento nacional do Programa com o objetivo de proteger e recuperar nascentes em todo o Brasil, envolvendo a participação de todos os estados. Em Goiás, já vestiram a camisa em prol do meio ambiente os municípios de Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás, Orizona, Itaberaí, Silvânia, Rubiataba, Alexânia e Trindade.
O Programa é composto por cinco etapas: identificação da nascente, cercar o local, limpeza da área, controle da erosão e replantio de espécies nativas. A meta nacional é proteger mil nascentes até o final do ano. Em Goiás, o objetivo é recuperar cerca de 200 nascentes.
Tecnologia e cidadania
Na cidade de Petrolina, o grupo visita uma Unidade Demonstrativa do Programa Goiás Mais Leite – Metodologia Balde Cheio. Desenvolvido pelo Senar Goiás e pela Faeg desde 2010, a iniciativa leva conhecimento técnico aos produtores. Dessa forma, muitas vezes é possível aumentar os ganhos reduzindo despesas e até mesmo rebanho. Em Goiás, o Programa Goiás Mais Leite já atende a cerca de 600 produtores e envolve cerca de 60 técnicos.
A intenção é mostrar que, assim como a FAO, Faeg e Senar Goiás promovem investimentos e geram conhecimento que contribuem com a agricultura, além de colaborar para o aperfeiçoamento da produção agrícola e pecuária.
Finalizando, a comitiva passa por Anápolis, onde será recebida no Centro de Equoterapia da cidade. No Brasil, a equoterapia foi criada em 1976 por Lélio de Castro Cirillo, atual presidente da Associação Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil). Além do desenvolvimento psicossocial, a prática contribui para o aperfeiçoamento da força muscular, da coordenação motora e do equilíbrio. Neste caso, o Programa Equoterapia é um dos projetos desenvolvidos pelo Senar Goiás que tem como missão o atendimento às demandas sociais da comunidade rural, com foco nas pessoas com deficiência.