Cristiano Palavro e Nayara Pereira
Nesta quarta-feira (30), encerra-se o período de vazio sanitário da soja em Goiás, e com a chegada das chuvas em algumas regiões do estado, o plantio da safra 2015/16 está pronto para começar. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a expectativa de plantio é de cerca de 3,7 milhões de hectares durante a safra de verão, com forte destaque para a oleaginosa, que mesmo em um período de custos elevados e incertezas do mercado tem previsão de aumento na área cultivada.
Ocupando cerca de 90% da área plantada na primeira safra goiana, e com um aumento de 3% esperado para este ano, a soja deve alcançar 3,4 milhões de hectares em 2015. O clima deverá ser determinante na definição da produção total, e com o histórico de duas safras consecutivas de perdas em função de severas secas durante o período produtivo, os efeitos climáticos preocupam grande parte dos produtores. Em 2014 e 2015, a falta de chuvas no mês de janeiro gerou uma perda total de mais de 3,5 milhões de toneladas de soja.
De acordo com o consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), Cristiano Palavro, neste ano, com a confirmada intensidade do fenômeno “El Nino”, as expectativas em relação ao clima são mais favoráveis, com maior volume de chuvas esperado. “Porém, isso não afasta a possibilidade de ocorrência de veranicos e a concentração dos períodos chuvosos, o que pode acarretar em perdas, principalmente nas áreas com solos mal estruturados”, pontua.
Custos de produção
Cristiano ainda alerta para outro fator que exige atenção por parte dos produtores. “Outro fator de alerta são os custos totais de produção, que impactados pela alta do dólar sofreram elevações de 24% para a soja, e de 13,5% para o milho verão”, esclarece. A moeda norte americana acumula fortes altas em 2015 e elevou os preços dos insumos, que em sua grande maioria são importados.
Os fertilizantes estão em média 23% mais caros nesta safra, e os defensivos agrícolas tiveram alta de 7%. O mercado internacional passa por um momento de preços baixos, pressionados pelas sucessivas safras recordes na América do Sul e nos Estados Unidos. Os americanos estão em processo de colheita de soja e milho neste período, e com boas expectativas de produção novamente, o mercado está pressionado. Já no Brasil, com o dólar em alta, os preços tiveram fortes elevações, gerando boas oportunidades de vendas nos últimos meses.