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Com início da safra, Faeg cobra maior repressão a crimes rurais

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reuniao delegado gladson GRCRD 05 10 2015 fredoxcarvalho 23Rodolfo Cardoso

Não é de hoje que a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) tem se preocupado com os constantes furtos e roubos registrados em áreas rurais do estado. O mais recente caso aconteceu em Buriti Alegre, onde agricultor Carlos Gomes de Oliveira, teve duas máquinas agrícolas levadas durante ação de um grupo criminoso. Na última semana, o assessor jurídico da Federação, Augusto César de Andrade, esteve reunido com o delegado titular do Grupo de Repressão a Crimes Rurais e de Divisas (GRCRD) da Polícia Civil (PC), Glaydson Divino Carvalho. Na ocasião, foram debatidas ações que podem impactar na redução da criminalidade rural em Goiás e a Faeg aproveitou para cobrar ações de maior repressão aos crimes que acontecem no campo.

Também presente na reunião, Carlos Gomes, contou que há pelo menos dois anos a região onde fica sua propriedade vem sofrendo com os constantes roubos de máquinas agrícolas, caminhonetes e insumos. “Só ano passado foram pelo menos três máquinas agrícolas. Na divisa, entre Buriti Alegre e Goiatuba, a situação também está preocupante. Há alguns dias atrás levaram dois tratores e uma grade. Uma outra produtora perdeu 70 toneladas de fertilizantes, sem falar nas 15 caminhonetes que foram roubadas”, desabafa.

De acordo com Augusto César, a Faeg tem feito várias ações, como reuniões nos próprios municípios, com o objetivo de conscientizar a população rural, sobretudo nesse período de pré-plantio da safra 2015/2016. “Além disso, estamos nos reunindo periodicamente com as polícias Civil (PC) e Militar (PM), tanto solicitando para intensificar o patrulhamento em áreas rurais, quanto para que o policiamento esteja cada vez mais perto da população”, disse.

O sócio de Carlos, Volneimar Lacerda de Oliveira, também demonstrou preocupação com a segurança na zona rural do estado e, assim como Augusto, ratificam que com o início do plantio a insegurança aumenta. Segundos Carlos e Volneimar, o transporte de adubo exemplifica muito bem o medo de todos os produtores goianos. “O adubo, por exemplo, é muito volumoso. Precisamos procura facilitar a logística do material, colocando-o próximo às lavouras, em vários locais diferentes. Mas aí vêm esses bandidos à noite e nos roubam. Até o ano passado o adubo custava entre R$ 1,2 mil e R$ 1,4 mil a tonelada. Hoje o valor está em média R$ 2,2 mil a tonelada. Se você multiplicar isso por 30 toneladas, tem um prejuízo maior de R$ 70 mil”, explica Carlos. Produtor Carlos Gomes diz que região precisa de ajuda. Foto Fredox Carvalho

Sensível ao sofrimento dos produtores, Augusto César citou as recentes ações que a Federação tem realizado em prol do homem do campo e os avanços que elas trouxeram para o setor como um todo. “A Federação faz questão de alertar aos produtores rurais, sobre medidas preventivas de segurança como, por exemplo, os cuidados no momento de transportar produtos e insumos. Como estamos no início da safra, o transporte desses materiais é comum e isso faz com que o produtor se torne mais visado, por isso temos que dar apoio a eles”, explicou. “Outra ação da entidade é a realização do Faeg Senar Interage, uma webconferência que em sua 3ª edição tratou do tema Segurança Rural. A existência da Comissão de Assuntos Fundiários e Segurança Rural e a criação da Cartilha de Segurança Rural, em março deste ano, completam a lista de ações ada Federação”, finalizou.

Altos índices

Delegado garante que união das polícias pode ser uma alternativa. Foto - Fredox CarvalhoDurante a reunião, o delegado Glaydson Divino Carvalho, disse que está empenhado em desarticular as quadrilhas que atuam na região de Buriti Alegre, assim como aquelas que atuam nos outros cantos do estado. “É necessário que os vários setores se unam para acabar com esse tipo crime”, disse, pedindo o auxilio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e da Receita Federal na parte de fiscalização como em abordagens à caminhões gaiolas e à pranchas reboque. “É muito difícil desarticular esses grupos, pois, eles atuam sem serem abordados em blitz. É muito fácil hoje ir de um lugar a outro sem ser abordado”, acrescentou o delegado, que também enfatizou a importância de se compartilhar, entre as diversas delegacias que atendem casos de roubo em áreas rurais, os Boletins de Ocorrências (BOs).

O delegado informou ainda que a maioria dos maquinários roubados em Goiás são comercializados em estados como Pará e Maranhão. Sobre os insumos, Glaydson afirmou que pelo fato de serem produtos que devem ser usados em um curto período de tempo, geralmente são comercializados ali mesmo, na região do roubo. Ele finalizou pedindo para que os produtores não pratiquem a receptação desses materiais, pois além de ser crime, fomenta um mercado em que ele mesmo pode ser uma vítima futura.

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