Catherine Moraes
A fim de discutir os principais entraves do setor e quais são os próximos passos a serem tomados, a Comissão de Irrigação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) se reuniu na tarde desta quarta-feira (15). Entre os pontos destacados, a necessidade de pesquisas na área, a realização de um seminário em 2015 e a produção de tomates industriais no Estado, que ainda não foi completamente colhida e pode causar perdas significativas à cadeia produtiva.
A reunião foi comandada pelo presidente da Comissão, Eduardo Veras; o gerente de assuntos técnicos e econômicos, Edson Alves e pela consultora técnica do Senar Goiás para a área de Irrigação e Meio Ambiente, Jordana Sara. Entre os participantes: o superintendente de irrigação da Seagro, Alécio Maróstica; o gerente de Infraestrutura Hídrica e Obras da Seagro, Vitor Hugo Antunes e diversos produtores.
Tomate industrial
No total, Goiás é hoje responsável por 70% do plantio de tomate industrial do país. Isso porque, o clima seco entre março e setembro favorece o cultivo assim como solos profundos, bem drenados e a topografia plana que permitem grandes sistemas de irrigação. Antes do plantio, as empresas já fecham o contrato com os produtores e preveem o total a ser colhido. Apesar disso, produtores alegam que algumas empresas não conseguiram colher a expectativa em tempo hábil.
“Uma das empresas para a qual comercializo moía 3 mil toneladas de tomate. A expectativa deles era passar para 3.600 toneladas. O problema é que o tomate deveria ser colhido em 115 dias, já está em 150 e a empresa colheu apenas 2.600. O nosso maior problema é que o tomate é perecível e não sabemos o que fazer. Estamos usando água e energia e podemos perder a produção”, afirmou.
Presidente do Sindicato Rural de Cristalina – maior município irrigado do Estado e superintendente de irrigação da Seagro, Alécio Maróstica afirma que é preciso analisar situações antes que elas ocorram. “Estamos sempre trabalhando como bombeiros, apagando problemas depois que eles ocorrem. Tivemos uma situação semelhante com milho doce em Cristalina e no caso do tomate, esta não é a primeira vez. Precisamos nos unir, atuar tecnicamente e nos organizar”, pontuou.
Necessidade de pesquisa
Na ocasião, Alécio falou ainda sobre o cadastro que foi realizado e custeado por irrigantes. Ele afirma que, o investimento por parte dos produtores é de extrema importância e que isso contribui para o crescimento da produção amparada em dados. “Os produtores precisam reconhecer a realidade da própria irrigação, do município e do Estado. Precisam participar ativamente de debates, discussões e propor melhorias. Temos que formar um grupo e propor um Plano de Ação”, finalizou.
Entre os exemplos, Jordana citou os Comitês de Bacias que precisam de participação ativa dos produtores. Além disso, ela afirmou que a Federação já entrou em contato também com o doutor José Alves Filho, da Universidade Federal de Goiás (UFG) que se disponibilizou a auxiliar estudos de mestrado e doutorado que tratem de irrigação.
Seminário 2015
Por fim, a pauta da reunião contou ainda com a realização de um seminário, marcado para o primeiro semestre de 2015. A ideia é tratar os principais pontos da irrigação de forma que os produtores possam se capacitar ainda mais e discutir determinados assuntos relacionados à atividade. Na próxima semana produtores e o corpo técnico da Faeg irão se reunir para determinar possíveis palestrantes e os temas a serem abordados.