Potencial da pecuária e entraves do setor são debatidos

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Jose-Mario“O Brasil é o País que deverá atender essa grande demanda mundial de alimentos e principalmente de carne.” A frase do presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, abriu a cerimônia oficial do Congresso Internacional da Carne 2013, realizado no Teatro Rio Vermelho do Centro de Convenções de Goiânia entre os dias 25 e 27 de junho. O evento é uma realização da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás) e do International Meat Secretariat (IMS-OPIC).

José Mário falou do orgulho em receber pecuaristas vindos de 10 países diferentes para o congresso e agradeceu o IMS, os parceiros institucionais e os patrocinadores por acreditarem no Estado de Goiás e na Federação como realizadora do evento internacional. “Da mesma forma com que cresce nossa importância como Estado produtor e como representante dos produtores rurais goianos, cresce nossa responsabilidade por fornecer uma maior quantidade de alimento e de qualidade”, disse.

Entraves

Para o presidente da Faeg, não basta o produtor ser bom apenas dentro da sua propriedade rural. Ele precisa ter entraves resolvidos e citou como exemplo a alta carga tributária, a infraestrutura e a questão indígena como a vivida pelo Estado do Mato Grosso do Sul. Segundo ele, a Faeg vai propor e levar ao Governo Estadual, uma proposta frente a um grande entrave à produção estadual , que é a cobrança do ICMS goiano na comercialização do gado.

Para ele a medida atrapalha a competitividade de ganho do produtor na venda da proteína. “Não é possível o pecuarista goiano conviver com taxa de ICMS de 12% para venda de boi magro ou gordo. Esta situação está gerando um desequilíbrio grande em função dessas tarifas altas e distorcidas. E é importantíssimo que o gado produzido em Goiás possa ser levado a outros mercados”, reclamou José Mário.

A senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), elogiou a capacidade produtiva do pecuarista brasileiro que, segundo ela, foi solitário no seu esforço de produzir uma carne de qualidade ao mundo. “A pecuária brasileira, assim com a agricultura é uma coisa extraordinária. Há 40 anos o Brasil possuía 70 milhões de cabeças e hoje o rebanho é 155% maior. E devemos isto a cadeia de pecuária de corte brasileira que nasceu, desenvolveu, cresceu e ficou adulta sozinha com o esforço único e exclusivo dos produtores rurais”, ressaltou.

A dirigente ainda falou da sanidade da carne e disse que a CNA irá, no segundo semestre deste ano, apresentar à iniciativa privada e ao Governo Federal, um planejamento de Defesa Agropecuária para o País para oferecer um produto de qualidade ao mercado internacional. Assim como o presidente da Faeg, a senadora reforçou como a falta de infraestrutura encarece o custo da produção agropecuária brasileira.

“Nós produtores nos deslocamos com a agropecuária para o Centro-Oeste, mas a infraestrutura não nos acompanhou. Queremos que a logística possa ir junto onde há terra fértil, chuva e terras com preços adequados”, reforçou Kátia Abreu.

Acordos internacionais

katia-abreuEla ainda falou que o Congresso é um bom momento para se discutir a tipificação de carcaça e que a CNA tem discutido o modelo adotado pelos australianos e argentinos. Outra preocupação abordada pela presidente da CNA são os acordos comerciais bilaterais do Brasil. Para ela, o Mercosul é um entrave nas negociações de liberalização do comércio brasileiro com a União Europeia devido ao protecionismo incentivado por alguns países do bloco sul-americano.

“Estamos assistindo a forma com que esses acordos Brasileiros estão sendo feitos e vemos o Brasil ficando para trás e perdendo mercado por essa sua participação no Mercosul. A União Europeia compra mais de 20% das nossas exportações, enquanto os Estados Unidos não chegam a 11% e esses dois grandes mercados anunciaram um acordo na semana passada”, explicou a senadora Kátia Abreu.

O secretário-geral do Secretariado Internacional da Carne (IMS), Hsin Chung Huan, se disse contente por estar no centro de produção agropecuária do Brasil. Falou que a organização possui 90 membros em mais de 40 países no mundo e que a missão do IMS é garantir o fornecimento de alimento do mundo.

Ele comentou sobre a produção sustentável no mundo e criticou as várias notícias erradas divulgadas pela mídia e que não representam a correta forma de produção agropecuária pelo mundo.

O diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Goiás, Wanderson Portugal, disse que o Brasil é cada vez mais um país de empreendedores.

Ele citou números de que Goiás possui mais de 272 mil micro e pequenas empresas formalizadas que respondem por quase 58% dos empregos e metade da massa salarial do Estado de Goiás. Falou da parceria com a Faeg incentivando o produtor rural a se tornar um empreendedor rural e como essa capacitação por meio do Programa Empreendedor Rural (PER) garante que a propriedade rural seja mais lucrativas e rentáveis.

Antônio Flávio Camilo de Lima, secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, representou o governador de Goiás, Marconi Perillo. Ele falou do conceito de sustentabilidade estar em destaque na programação do congresso.

Lembrou que o mundo possui atualmente mais de 7 bilhões de pessoas e que desse número 800 milhões ainda passam por um grave quadro de desnutrição. O secretário ressaltou que um dos maiores desafios da humanidade é o de proporcionar acesso seguro a alimento a todas as pessoas de todos os continentes.

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