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Consultor afirma em Rio Verde: “Tenham cautela com a China”

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Seminario Rio Verde larissa melo 04Murillo Soares

Rio Verde deu continuidade na sétima edição dos Seminários de Comercialização de Grãos, evento organizado pela Federação de Agricultura e Pecuária em parceria com os Sindicatos Rurais (SR). Desta vez, a sede da conversa foi o Salão Verde do Parque de Exposições do Município e contou com a presença de autoridades – locais e regionais – além de muitos produtores, interessados nas informações do consultor em Agrobusiness Pedro Dejneka.

Representando o presidente do SR, José Roberto Brucelli, delegado representante da entidade, lembrou que o agricultor deve ter “nervos de aço” para aguentar os altos e baixos da agricultura. Com isso, segundo ele, adquire-se conhecimento que, sozinho, não é suficiente para prosperar. “Temos maturidade e paciência, mas a parte de comercialização também é primordial. Precisamos de mais oportunidades como esta, para ouvir profissionais que possam nos contar sobre o cenário atual”, disse.

Rubens Leão, secretário de Planejamento de Rio Verde, esteve presente em nome do prefeito do município, Juraci Martins. O representante também parabenizou a Faeg pela iniciativa e, completando a fala de Brucelli, concordou que deve-se valorizar o produtor, dando a ele oportunidades de ter acesso a informações como as de Dejneka. “Rio Verde é uma cidade polo da Agropecuária, uma das maiores exportadoras de Goiás. Um evento como este só tem a acrescentar à nossa cidade”, ressaltou.

Falou-se muito em cooperação. Ao ter o uso da palavra o diretor executivo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Wanderson Portugal, destacou o trabalho conjunto que tem com a Faeg e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). “As duas siglas são irmãs siamesas e essa parceria tem sido construída por muitos anos”, lembrou. José Mário Schreiner, presidente da Faeg, concordou com o diretor executivo do Sebrae e ressaltou que, sobretudo em cidades progressistas, como Rio Verde, esta união é de suma importância.

Seminario Rio Verde larissa melo 01Ele também lembrou que as palestras dos Seminários é uma tentativa de levar as informações àqueles que mais precisam dela. “Os produtores estão abandonados pelo governo. Já que ninguém faz nada, nós faremos e não mediremos esforços para isso”, bradou. Segundo ele, o produto do agronegócio deve ser zelado e não é algo que pode ser descartado sem consequências. “As decisões de hoje não refletem somente aqui, em Rio Verde, mas em todos os munícipios e todos os setores”, ponderou. “Cuidar da Agropecuária e cuidar do futuro do Brasil”, finalizou.

Made in China
Assim como em Jataí, o consultor em Agrobusiness que atua na bolsa de Chicago, Pedro Dejneka, fez um balanço de vários pormenores da economia, tanto brasileira quanto mundial. “Hoje os preços do mercado brasileiro não estão favoráveis, mas o Brasil é um país com um futuro muito otimista para daqui cinco anos”, afirmou. Um dos grandes focos da palestra, no entanto, foi o mercado internacional, sobretudo a China. Segundo Dejneka, no início da década dos anos 2000, falava-se muito neste país, que todos temiam por apresentar perspectivas de crescimento altas.

“A China, no entanto, não cresceu como previsto e hoje apresenta pouquíssimos índices de crescimento”, contou. Ele explicou que houve um choque de demanda, ou seja, uma procura inesperada, por grãos. “Em 2010, o país tornou-se um dos maiores importadores de milho e também soja, enquanto seu abastecimento interno estava muito alto”, ressaltou. “É como um avião que estava alto demais e agora terá de fazer uma aterrisagem de emergência”, comentou.

O país ainda sofre com um problema demográfico, segundo Pedro. “Na China, a demanda está caindo, assim como o número de pessoas. Entretanto, as toneladas de grãos só aumentam. E, além disso, o país ainda está importando muito”, explicou. Isso, segundo ele, leva a uma quebra de mercado interno. “Vocês devem ter cautela com a China. Não plantem demais achando que eles comprarão tudo, pois isso vai acabar”, ponderou.

Seminario Rio Verde larissa melo 06Informações valiosas
Natural de Rio Verde e bom conhecedor da região, o consultor técnico da Faeg, Pedro Arantes, faz um balanço positivo da sétima edição dos Seminários de Comercialização de Grãos. “Hoje (terça-feira) antecedemos um importante feriado municipal e também competimos com outros dois grandes eventos. Mesmo assim, tivemos casa cheia”, analisou. “Vi aqui um nível de interesse alto e vários expressivos produtores do município. Isso é mais que o suficiente para o sucesso do evento”, concluiu.

Nesta boa safra de produtores presentes, estava Charles Peeters, que exporta milho, soja, feijão e algodão. “O palestrante nos deu um choque de realidade. Alimentamos muitas ilusões no meio agrícola e foi muito bom ter acesso a essas informações que me mostraram um outro lado do mercado”, afirmou. O agropecuarista anotou as palavras de Pedro Dejneka e já faz planos para as próximas safras. “Pretendo trabalhar mais amarrado com custos, já que não sabemos o futuro do mercado”, concluiu.

Seminario Rio Verde larissa melo 07Daniel Prate também esteve presente. Frequentador assíduo dos seminários da Faeg, já esteve em outras edições e ficou surpreendido com o conhecimento de Dejneka. “O palestrante foi muito feliz nas suas colocações”, analisou. Produtor de milho, cana-de-açúcar e soja, ele focou nas partes macroeconômicas da fala do consultor de Agrobusiness. “Palestras como esta abrem seus horizontes. Muitas vezes você pensa em uma parte só do jogo, e acaba deixando outra de lado”, confirmou.

Pedro Arantes ainda faz mais um alerta: “um dos tópicos abordados que considero mais importantes é do aumento do estoque de grãos no mundo todo e um risco cambial”. Para ele, o produtor deve ficar de olhos bem abertos para o risco que este problema pode causar e se resguardar para a próxima safra. “Essa safra está resolvida, mas para a outra ainda temos problemas”, finalizou.

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