Laryssa Carvalho
Foi o tempo em que trabalhar no meio rural era sinônimo de falta de conhecimento técnico. Para aqueles que pretendem ingressar no setor agropecuário é necessário aperfeiçoamento e conhecimento de qualidade. E foi com esse pensamento que no último sábado (22) mais de 200 pessoas puderam participar da 1ª aula do curso Técnico em Agronegócio da Rede e-Tec Brasil, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Em Goiás, os aprovados foram distribuidos nos polos de Anápolis, Cristalina, Itumbiara, Niquelândia, Rio Verde e Alexânia.
O número de inscritos superou as expectativas e encheu todos dos Sindicatos Rurais dos municipios envolvidos e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) de orgulho. Ao todo foram 988 inscrições, com 240 aprovados distribuidos entre os polos, sendo que 87 possuíam em seu currículo, nível superior além de mestrados e doutorados. Entre os 16 estados (Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal) que receberam as aulas, com início também no último sábado (22), Goiás se destacou com o maior número de cidades que receberam o curso. No total são 6 polos bem estruturados que receberam os estudantes.
O grande dia
O sábado não foi marcados apenas pela alegria de levar conhecimento técnico a todos que se mostraram interessados, mas também foi dia em que o agro rompeu barreiras, fazendo cair por terra o mito de que conhecimento técnico e campo não combinam. A iniciativa também confirmou o que os jornais já evidenciam a tempos em manchetes como: “Agropecuária foi o único setor que registou saldo positivo de empregos em julho”, matéria veiculada no Globo Rural que trouxe os dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged).
Para o aluno da Rede e-Tec, Pedro Olímpio, formado em gestão pública pela Faculdade Estadual de Goiás (UEG), o sábado foi muito produtivo. Além de enfatizar as possibilidades do setor, Pedro faz questão de esclarecer o motivo de agregar em seu currículo o curso técnico. “As pessoas não entendem a importância do curso técnico, principalmente no setor do agronegócio. Fazendo o curso, você adquire a prática que na faculdade muitas vezes você não tem”. Para o gestor que lida cotidianamente com a produção rural, o “fazer acontecer” é um diferencial na hora de lidar com a produção. “Eu optei por fazer o curso por que percebi que o conhecimento técnico é necessário. Muitos que estavam ali viram no agro a oportunidade de já saírem empregados. Aqui temos a possibilidade de finalizar um curso com o certificado e já ingressar no mercado de trabalho” elogiou Olímpio, que também é presidente do Sindicato Rural de Anápolis.
Para confirmar o que foi dito pelo estudante Pedro, o coordenador de ações e projetos para área técnica do Senar Goiás, Fernando Veiga, enfatiza que o setor tem atraído claramente pessoas que já possuem um curso superior ou até mesmo mestrado e doutorado, justamente pelo grande crescimento e movimentação dos diversos elos do agro. “Essas pessoas já formadas participam por que vislumbram no curso uma oportunidade de se inserir em um setor que só tem crescido no país. Eles apostam no setor e nós apostamos neles e em todos que tenha interessa em participar” enfatizou, com orgulho, o coordenador.
No sábado
Durante a aula, foram repassados aos alunos noções de familiarização com o portal do Ead- Senar, já que 80% das aulas serão ministradas à distância e 20% de forma presencial. Além disso, os alunos também participam de aulas de ambientação. Esse primeiro contato no sábado (22) foi para informar os estudantes sobre a metodologia do curso e como ele será ministrado. Ao todo o curso tem duração de 2 anos, o que correspondem a 1.230 horas/aula.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, que deu as boas-vindas aos participantes, o desejo é que as turmas formadas adquiram novos conhecimentos na área e contribuam de forma eficaz com o agronegócio do estado. “Queremos que os alunos saiam apostando em uma educação continuada. É preciso que se crie a consciência de que a capacitação é contínua e que esse curso de dois anos vem para abrir um leque de possibilidades”, afirmou Schreiner.
Técnico em Agronegócio
O Curso Técnico em Agronegócio da Rede e-Tec nasceu de uma parceria entre o Senar e o Ministério da Educação (MEC) para ampliar e facilitar o acesso da população rural ao ensino de nível médio. Como a maior parte das aulas é realizada na modalidade à distância, ele permite que o aluno possa cursá-lo mesmo que more uma fazenda.
O objetivo do curso é aliar conhecimento, prática e visão empresarial além de ensinar disciplinas que estimulam o empreendedorismo no campo, como: Administração Rural, Economia Rural, Políticas Públicas para o Agronegócio, Marketing Aplicado ao Agronegócio, entre outras. O currículo está disponível no portal http://etec.senar.org.br/.
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