Como já havia sido debatido com os instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás no início do ano, o alcance da qualificação rural e as mudanças que esta capacitação precisa sofrer, foi tema de palestra ministrada pelo secretário executivo do Senar Central, Daniel Carrara. O evento aconteceu durante o Encontro Técnico de Parceiros, no Vivence Hotel em Goiânia, e recebeu vários elogios por parte de quem preside a ponte entre o Senar e o produtor: os Sindicatos Rurais (SRs).
Carrara falou em facilitar o aprendizado dos participantes e inserir no cronograma cursos de graduação e pós-graduação. Além disso, discutiu a necessidade de um reposicionamento do Senar diante do cenário atual. De olhos e ouvidos bem atentos, uma comitiva de parceiros da entidade.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg) e do Conselho Administrativo do Senar Goiás, Leonardo Ribeiro, fez a abertura do evento e agradeceu a presença de todos. “Ter vocês aqui mostra que somos mesmo a grande estrutura do agropecuarista em Goiás. É muita responsabilidade e ao mesmo tempo um reconhecimento do trabalho que vem sendo feita pelas equipes da Faeg e do Senar”, pontuou.
Ribeiro falou ainda sobre a importância de zelar pelo produtor, de trabalhar com envolvimento na ação sindical e de fazer da realidade do setor agropecuário cada vez mais eficiente e competitiva. “É nosso papel cuidar do produtor. Temos que mostrar que a contribuição sindical está sendo bem usada”.
Com a palavra, o Senar Central
Carrara apresentou dados sobre o trabalhador rural capacitado pelo Senar e disse que o caminho é investir em quatro bases: formação inicial continuada, educação profissional técnica de nível médio, educação profissional de nível superior e pós-graduação.
Ele falou ainda sobre o projeto do Centro de Excelência em Educação Profissional Rural do Senar Central, que já está a todo vapor com verba para construção já liberada e processo de licitação em andamento. O projeto é composto por cursos presenciais e à distância.
Um dos pontos abordados pelo secretário executivo foi o papel do mobilizador, que diante dessa espacialização da qualificação precisará ter cada vez mais argumentos para abordar o produtor e convencê-lo de que os cursos são importantes.
Para o secretário geral do Sindicato Rural de Rio Verde, Walter Venâncio, é necessário exigir mais do mobilizador no quesito qualificação. “Os Sindicatos precisam acompanhar mais de perto o trabalho do mobilizador. Acompanhar todo o processo – da formação do mobilizador até a finalização do curso dado ao produtor – é um passo importante”, defende. Walter propõe ainda a criação de incentivos para o mobilizador. “Uma boa remuneração é um bom começo”.
Capacitação também para os SRs
Já o superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, falou sobre a necessidade de um pacto para alcançar resultados e da valorização dos supervisores regionais. Eurípedes também falou sobre a importância da capacitação dentro dos Sindicatos Rurais (SRs). Exemplo disso é a realização dos Seminários Regionais de Contabilidade Rural, que acontecerão ainda neste semestre, e de treinamentos sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Os Seminários darão ênfase na atividade rural pessoal e jurídica, reunindo contadores, escritórios de contabilidade, profissionais de recursos humanos, acadêmicos de ciências contábeis e empresas de agronegócios para aperfeiçoarem conhecimento acerca do tema.
Quanto ao CAR, o superintendente da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Marcelo Lessa, dará orientações aos SRs e, consequentemente, aos produtores rurais. Para o presidente do Sindicato Rural de Piranhas, Dermisson Ferreira, a iniciativa é muito bem vinda, já que “existe uma carência grande dentro dos municípios”.