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De esporte à terapia, uso do cavalo se populariza

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Rodolfo Cardoso e Catherine Moraes

Ana Alix Mendes, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) destacou o crescimento da Equideocultura de Goiás e do Brasil. Foto: Larissa MeloConsiderado o país com o maior rebanho de equídeos da América Latina e o terceiro do mundo, o Brasil conta hoje com mais de 7 mil cabeças de equinos, muares e asininos. Destes, 16,57% são usados para o esporte e 49,9% na lida com o gado. Para falar um pouco mais sobre o crescimento dos eventos equestres e das formas de uso dos animais, a doutora Ana Alix Mendes, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) proferiu a palestra “Crescimento dos Eventos Equestres e Suas Contribuições Econômicas e Culturais para a Sociedade”, no Seminário de Equideocultura. O evento foi realizado nesta quarta-feira (19) pela Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) e Instituto Inovar.

No total, mais de 300 pessoas participaram do evento entre técnicos e profissionais da área de equinos e muares como veterinários, zootecnistas, tratadores, domadores, além de criadores e estudantes universitários. Em sua exposição, Ana Alix falou desde as etapas evolutivas de domesticação que sofreu o cavalo e sua relação com homem, até à apresentação de dados sobre o crescimento das práticas equestres, seja esportiva, de lazer, cultural e terapêutica - como a equoterapia, que é realizada pelo Senar Goiás desde 2011 e já atende mais de 40 municípios goianos.
A palestrante mencionou também, um exemplo que tem se popularizado a cada dia, a criação de centros hípicos e equestres em condomínios fechados do Brasil. “Há pouco tempo atrás, o uso do cavalo era menos acessível, mas hoje, a cada dia tem se popularizado. No Sul, a exemplo do trabalho realizado pelo Senar Goiás, temos centros equoterápicos com atendimentos gratuitos. Temos centros de pesquisas na área”, explicou Ana Alix.

Goiás possui o 4º maior rebanho do Brasil, com 446.219 cabeças, entre equinos, muares e asininos. Ana ressalta que o crescimento da atividade no Estado é significativo. “A cultura do estado, a grande popularidade da música sertaneja e a necessidade de o homem atual se aproximar dos valores (raízes) são alguns dos fatores que contribuem para este crescimento”, conclui.

O jovem Gregory de Almeida Martins, 28, que estuda Medicina Veterinária na Faculdade Anhanguera, de Anápolis, disse que o evento acrescentou muito à sua futura profissão. “Sou um apaixonado pelo tema que está sendo apresentado... foi muito produtivo, pois aproveito para ficar próximos às pessoas do meio e daí posso absorver. Aprendi muitas coisas que não sabia como, por exemplo, quantidades de equinos no país e dados sobre exportação, além de complementar o conteúdo acadêmico”. Ele soube da palestra por meio de um técnico do Senar Goiás que deu um curso à sua turma de faculdade.

Competição

Carlos Eduardo de Oliveira participou do seminário e diz ter sido engrandecedor. Foto: Larissa Melo“O Brasil tem 273 cavalos competindo em provas internacionais. Com destaque para salto e hipismo. Em 2014, a Prova de Três Tambores movimentou em 2014, cerca de um milhão de reais em prêmios no Brasil”, ressaltou a doutora. Criador de equinos e membro da Comissão de Equideocultura da Faeg, Carlos Eduardo de Oliveira participou do seminário e elogiou a iniciativa da organização do evento. “Eu não sabia, por exemplo, que o Cavalo Árabe estava sendo usado no team penning. O evento está sendo engrandecedor e atende criadores, esportistas, estudantes e técnicos”, completou.

Doma Racional

Outro fator destacado pela professora e que, segundo ela, demonstra um avanço na área, é o fato de criadores perderem dinheiro quando o assunto é a doma brava. A técnica está sendo considerada ultrapassada e cede lugar à doma racional. “Temos ótimos técnicos, estudando técnicas cada vez melhores”, acrescentou Ana. Na doma racional, o processo consiste em ganhar a confiança do animal, ao invés de dominá-lo pela força.

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