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De forma lúdica, crianças acompanham ATeG do Senar Goiás na propriedade dos pais e contribuem para sucesso na piscicultura

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Dizem que filho de peixe, peixinho é. Essa máxima vem fazendo sentido em muitas regiões de Goiás. Na Fazenda Barreiro, no município de Água Limpa, no Sudoeste goiano, mora a família Montes: Viviane, Hamilton e as filhas Maria Luíza, de cinco anos, e Ana Clara, de dois. A propriedade sempre teve um misto de pecuária de corte e leite. Há oito anos, quando o casal se casou, começou a investir na criação de peixes. Sem conhecimento específico, colocavam os alevinos no viveiro escavado “poço” sem saber a quantidade adequada para o tamanho e o tanto de ração correta. Alguns peixes cresciam demais, outros de menos e assim também não se sabia do lucro ou prejuízo.

Há dois anos, vendo o potencial da piscicultura, a família decidiu que era preciso ajuda. Viviane conta que procurou a Assistência Técnica e Gerencial do Senar Goiás (ATeG) e passou a ser acompanhada pela técnica de Campo Amanda Marques. “Ela clareou a nossa visão aqui. Nos ensinou a medir o pH da água, que é muito importante para que o ambiente seja mais confortável para os animais. Agora, sabemos colocar o tanto adequado de peixes nos tanques, fazer tratamento com cal, dar ração com o grânulo e a quantidade ideal de proteína certa. Enfim, foi uma infinidade de detalhes que fizeram nossa produção ser de qualidade e diversificada com tilápia, alevinos de pintado e tambatinga”, destaca.

Nesse processo de melhoria da piscicultura com a ATeG do Senar Goiás, Maria Luíza, a filha mais velha do casal, se encantou com o trabalho e fez questão de acompanhar as visitas da técnica e, diariamente, ajudar os pais na alimentação dos animais. “Nós achamos esse interesse dela maravilhoso! Estimulamos para ter uma sucessora nossa. Eu e meu esposo acreditamos que as crianças precisam ser inseridas no trabalho desde cedo. Claro, não é exploração do trabalho infantil. Mas é deixar elas fazerem parte de tudo que acontece na fazenda, às vezes com brincadeira, mas para que elas cresçam sabendo o valor do trabalho e do campo”, informa Viviane.

Maria Luíza, apesar da pouca idade, já consegue explicar a importância da contribuição dela na propriedade. “Meus papais ficam alegres quando eu pergunto sobre os peixinhos, se posso dar comida. Eu sempre quero segurar também. Eu gosto muito de fazer o trabalho daqui com meus pais. Eu sei também o nome de todos os bezerros e se são nossos ou do meu avô”, detalha.

A técnica de campo Amanda Marques destaca que Maria Luíza é uma criança que tem tanto interesse na assistência técnica, que nos dias de visita é recebida na porteira pela menina. “Ela sabe que naquele dia vamos trabalhar com os peixes. E, percebendo esse interesse, eu sempre tentei envolvê-la nas atividades. Um dia eu perguntei o que ela queria ser quando crescesse. Ela respondeu que queria cuidar de animais. Isso para mim foi uma satisfação muito grande. Então, eu a ensinei como fazer biometria e análise de água para que cada vez mais ela desperte essa valorização do trabalho que vem sendo feito pelos pais”.

A psicóloga do Senar Goiás, Rafaella Fraga, lembra que essas atividades são extremamente benéficas e é importante diferenciá-las de trabalho infantil. De acordo com ela, no Brasil, longas horas de atividades diárias obrigatórias são proibidas para quem ainda não completou 16 anos, como regra geral. “Quando realizado na condição de aprendiz, é permitido a partir dos 14 anos. Se for noturno, perigoso, insalubre, o impedimento se estende aos 18 anos incompletos. Mas no caso do envolvimento dos filhos nas atividades do campo, como forma de pertencimento e informação, até mesmo para que eles cresçam sabendo qual profissão escolher, é um outro contexto”, orienta Rafaella.

“Inspirar, deixar um legado e formar a criança para que ela não seja apenas um herdeiro, mas um possível sucessor, é o desafio para os pais em geral e para os pais e produtores rurais no processo de desenvolvimento dos seus filhos. O dia a dia de uma criança no campo é de puro envolvimento com a terra e com o negócio da família. De fato, o trabalho infantil é proibido e não é isso que estamos falando. Porém, conhecer e ser inspirada pelo negócio da família pode vir a ser decisivo para o interesse futuro daquela criança”.

Da Fazenda Santa Rosa, em Morrinhos, também acompanhada pela técnica Amanda, vem outro exemplo de sucesso de criança envolvida na ATeG do Senar Goiás. Lerrander de Oliveira e Silva Guimarães Filho, de 10 anos, chamado por todos de Lerrandinho, também é um menino muito interessado em ajudar os pais. A primeira atividade na propriedade foi pecuária de leite, mas com os custos altos de produção, principalmente de ração, o casal Lídia e Lerrander Oliveira resolveu mudar de ramo. Observou um “poço” deixado pelo antigo proprietário que era usado apenas para pesca esportiva. Surgiu dali uma inspiração: criar peixes! Mas ninguém tinha noção de como fazer uma produção para a venda.

“Foi aí que o Senar Goiás nos mandou esse anjo chamado Amanda para nos dar suporte em tudo. Não só nas visitas, mas também tirando nossas dúvidas em qualquer horário. O comprometimento dos técnicos de campo é como se a propriedade fosse deles também. Isso está nos ajudando demais e o nosso filho está muito empolgado a ver esses bons resultados e a continuar com eles. Até a nossa outra filha, a Ana Luiza, de seis anos, também se interessa”, reforça Lídia.

Lerrandinho é parte essencial no trabalho e fica feliz com isso. “Eu desentupo os canos, ajudo na retirada dos peixes e agora estou ainda mais empolgado, desde que a Amanda me ensinou a jogar tarrafa”.

Jogar uma tarrafa exige prática e técnica. É preciso jogá-la de tal maneira que ela se abra por completo no ar e assim se consiga uma boa captura dos peixes. “Ele é um menino muito curioso. Então eu coloquei a tarrafa na mão dele, expliquei e ele deu show. Pegou peixes. Diante disso eu tenho certeza que essa sucessão familiar vai acontecer ali. Ele quer participar dos cursos de piscicultura do Senar e só não foi ainda porque não tem idade. No Encontro Faeg ao Seu Lado de Morrinhos, ele insistiu até a mãe levá-lo”, informa Amanda.

Na propriedade, ele sabe o lugar e a quantidade certa de ração para fornecer, além de vários detalhes do manejo. Tudo foi possível graças à ATeG do Senar Goiás. “Nós fazemos questão de não ter apenas a participação do produtor, buscamos envolver a família no processo. As crianças se sentem importantes em auxiliar. O melhor é que elas aprendem e cobram dos pais para desempenhar as atividades da forma correta. Então, quando tem esse interesse, elas realmente precisam ser envolvidas e estimuladas, porque sempre são multiplicadoras de conhecimento”, conclui Amanda.

Comunicação Sistema Faeg/Senar

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