Em Ipameri, produtor e família dobram a produção de milho para pamonha com o acompanhamento do Senar Goiás. A propriedade também é exemplo de aproveitamento de área com vários negócios
Filho de um pequeno produtor rural, Coriolando Inácio Carneiro Neto cresceu junto com os pais e os irmãos numa propriedade em Ipameri, a 200 quilômetros de Goiânia. A produção familiar tinha um pequeno excedente que era vendido. O menino era o que mais se interessava pelas coisas do campo. Porém, quando adulto, a terra dividida como herança ficou pequena, sendo quase que inviável para manter uma renda. Mas aí veio um incentivo.
“Meus irmãos estudaram fora e prosperaram. Um deles, o César Inácio, comprou uma terra e me repassou. São 13 hectares com muita fartura de água. Então, eu pude começar o cultivo que eu sempre tive muita vontade, que é o de milho verde para pamonha. Eu comecei com meu conhecimento, mas aí eu vi que precisava de ajuda para alavancar a produção”, conta.
Em uma reunião com o objetivo de implantar a feira do produtor rural na cidade, Coriolando conheceu o Senar Goiás, por meio da técnica de campo Paula Regina de Oliveira, que explicou como ele poderia ter acesso a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). “Ele procurou o Sindicato Rural da região e passou a ter o acompanhamento não só para o plantio de milho verde, mas para a rotação de culturas”, lembra.
“São sete hectares para o milho e abóbora e as demais áreas para tomate, pepino, melancia e mandioca. São duas colheitas de milho por ano. Minha produção vai para um dono de pamonharia e até para o Mato Grosso. Não tenho trabalho nenhum. O pessoal dele vem, colhe e leva. A abóbora é vendida para vários lugares, como Goiânia e São Paulo”, detalha Coriolando.
O produtor recebe o acompanhamento na propriedade desde 2021. “O Coriolando tinha uma produção de seis a no máximo oito toneladas por hectare e, durante esse tempo, com a dedicação dele e o acompanhamento pela ATeG, o produtor dobrou esse número, atingindo 16 toneladas por hectare. Número acima da média para Goiás que gira em torno de 12 a 14 toneladas. Além disso, com a rotação de culturas ele colheu 30 toneladas de abóbora da variedade Landa. Um resultado excelente”, destaca a técnica de campo.
Ela orienta que a alternância de culturas busca o aproveitamento, a conservação e a recuperação do solo, reduzindo o surgimento de pragas e doenças na plantação. “Mas é preciso um bom planejamento de técnicas e prazos”. Uma outra vantagem, segundo ela, é que o produtor tem maior possibilidade de lucro, já que não fica com a terra parada se concentrando em um único tipo de produção.
“O milho para ter uma boa produção, vai exigir boa adubação, práticas de manejo para a prevenção de pragas e doenças. A rotação de culturas auxilia, além de quebrar o ciclo de várias pragas, na descompactação do solo e, claro, no aumento da produtividade, como temos visto na propriedade do senhor Coriolando”, explica Paula Regina.
Além da ATeG do Senar Goiás, o sucesso na propriedade se dá pela dedicação do produtor que conta com o apoio da família na realização do manejo. “Eu, meu filho, Thiago Inácio e meu neto, João Vitor, revezamos a noite para fazer a irrigação. Cada dia um fica responsável pelo trabalho e essa é só uma das coisas que demanda dedicação de quem quer ter uma boa produção, uma lavoura bonita”, conta o produtor.
Além das plantações, a propriedade é um exemplo de diversificação de produção que vai além das plantações. “Nós temos criação de porcos, tiramos leite e minha esposa, Maria Aparecida, faz queijos. Também criamos peixes. Enfim, fazemos de tudo um pouco para termos mais possibilidades de renda”, afirma Coriolando.
O manejo na propriedade é também uma forma de preparo para a sucessão familiar. “Nós vínhamos nos fins de semana e começamos a nos apaixonar pelas atividades daqui, principalmente pela cultura do milho, que é difícil, mas ela é empolgante. E aí estamos num período de entressafra de área irrigada, com milho muito bonito. Estamos buscando cada vez mais conhecimento. Criou um vínculo familiar mais forte, e estamos passando a cultura de geração em geração”, destaca Thiago.
Para os interessados em ter a Assistência Técnica e Gerencial do Senar Goiás (ATeG), basta procurar um Sindicato Rural. Atualmente são atendidos 15 mil produtores de 11 cadeias - horticultura, fruticultura, grãos, pecuária de corte, leite, apicultura, piscicultura, agroindústria, avicultura, ovinocaprinocultura e silvicultura.
“É uma parceria que tem ajudado muito o produtor rural. Não só aqui, mas outros produtores. Nós começamos fraquinhos, com bem pouco, e com a nossa persistência, a nossa vontade e a ajuda do Senar, que tem nos orientado bastante, estamos tendo lucro bem mais do que o normal”, comemora o produtor.
Comunicação Sistema Faeg/Senar