No dia 10 de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, divulgou sua nova atualização dos números da safra brasileira de grãos, reduzindo levemente a produção estimada para este ciclo. Segundo a entidade, o Brasil deverá produzir neste ano um total de 228,51 milhões de toneladas de grãos, o que representa uma queda de 3,9% em relação à safra anterior. O número divulgado neste mês foi também menor do que divulgado em junho, em função principalmente das perdas produtivas constadas nas áreas de milho safrinha.
Apesar do excelente resultado obtido pela soja, maior produto agrícola nacional, que registrou um aumento de 4,2% em relação à safra passada, com produção total de 118,88 milhões de toneladas, as quedas observadas no milho reduziram o potencial produtivo da safra. O cereal registrou quedas na área plantada neste ano, tanto no verão (-7,3%) quanto na safrinha (-4,1%), e também sofreu com problemas climáticos durante a segunda safra, o que impactou o resultado esperado de produtividade média.
A estimativa divulgada aponta que o Brasil deverá produzir um total de 82,92 milhões de toneladas de milho, resultado 15,2% inferior a 2017, quanto o país produziu 97,84 milhões de toneladas do grão. É importante salientar que a colheita do milho safrinha ainda está em fase inicial em todo o país, com cerca de 15% da área já colhida até o momento. Em função da estiagem ocorrida durante os meses de abril e maio nas principais regiões produtoras, as produtividades foram afetadas, com perdas mais acentuadas registradas nos estados do Mato Grosso do Sul e no Paraná, terceiro e segundo maiores estados produtores de milho safrinha.
Para Goiás, a Conab estima uma produção total nesta safra de 21,53 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,6% em relação ao resultado obtido em 2017. O principal motivador desta queda foi a redução na produtividade média dos cultivos (-2,8%), já que o estado ampliou sua área cultivado nesta safra (+1,2%), chegando ao total de 5,30 milhões de hectares.
A soja segue como principal produto agrícola do estado, tendo registrado mais uma safra muito positiva neste ano. A produção total da oleaginosa alcançou 11,78 milhões de toneladas, um forte crescimento de 8,9% em relação à safra passada. O resultado foi fruto do crescimento da área plantada (+3,3%) e da obtenção da melhor produtividade média já registrada no estado, de 3.480 quilogramas por hectare (58 sacas por hectare). Os cultivos da soja foram favorecidos pelas condições climáticas na safra de verão, que possibilitaram a expressão dos excelentes níveis tecnológicos aplicados nas lavouras.
Já os cultivos de milho registraram quedas em relação a 2017, acompanhando os resultados observados nas demais regiões produtoras brasileiras. No caso do milho safrinha, a produção foi estimada em 6,64 milhões de toneladas, uma queda de 12,2% em relação à safra anterior. Além da queda na área plantada neste ano (-2,4%), as produtividades também registraram baixas (-10,0%), ocasionadas principalmente em função do plantio mais tardio e a ocorrência de um período seco entre abril e maio.
Outro produto afetado pela estiagem durante o desenvolvimento da safrinha foi o sorgo, cuja produção está estimada em 722 mil toneladas nesta safra, uma queda de 10,4% em relação a 2017. Este resultado levou Goiás a perder a primeira posição entre os maiores estados produtores do grão, posição agora alcançada por Minas Gerais, que deverá produzir neste ano 769 mil toneladas de sorgo.
Entre os outros principais grãos produzidos em Goiás, destaque para os aumentos da produção de algodão em caroço (+26,9%), girassol (+22,0%) e feijão (+8,1%), e a queda observada na produção de arroz (-1,4%).