Michelle Rabelo
“O problema do nordeste goiano é fundiário”, disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schereiner, durante visitas a Cavalcante, Alto Paraíso e São João D’Aliança. Ele percorreu os três municípios nesta terça-feira (3) ouvindo a demanda dos produtores e discutindo com eles problemas que estão em pauta no cenário da agropecuária. Além da falta de energia e de chuva, a questão fundiária foi bastante abordada, já que um grupo ameaça invadir propriedades na região durante o feriado de Carnaval.
Em Cavalcante, dentro da questão fundiária, os produtores citaram o fato de que enfrentam dificuldades em conseguir financiamentos. Para José Mário, esse é o momento de produtores e entidades se organizarem para cobrar uma ação imediata dos governos municipal, estadual e federal. “A questão social é muito importante. Diante disso, é necessário não abaixarmos a cabeça, não aceitarmos barbaridades como essa insegurança jurídica na qual vocês vivem aqui. Governos não agem, reagem”, argumentou.
Em Alto Paraíso, José Mário fez questão de ratificar que não é contra a reforma agrária, e sim contrário à invasões de terras particulares. “As terras precisam ser compradas pelo governo e destinadas àqueles que precisam. Elas não podem ser invadidas. Para isso nós temos uma legislação”.
Em São João D’Aliança, a reunião com produtores girou em torno da presença do ex-integrante do Movimento dos Sem Terra (MST), José Rainha, na cidade. Ele teria comandado a invasão de uma fazenda no município, que segue ocupada por centenas de famílias. “Essa questão precisa ser tratada com muito zelo e preocupação. Sabemos que a situação é delicada, pois essa invasão pode ser o estopim para um problema muito maior. Eu não vou sossegar enquanto houver uma propriedade invadida”, disse, acompanhado pelo Assessor Jurídico da Faeg, Augusto Cezar, que foi até a cidade para orientar os produtores.