Murillo Soares
Na última segunda-feira (16), a Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) sediou o workshop Plano de Defesa Agropecuária. O presidente da entidade, José Mário Schreiner, esteve presente na solenidade de abertura e discursou, ressaltando que Goiás é o primeiro estado a ter seu próprio plano. Este está alinhado à sua versão nacional, lançada no início do ano pela ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu.
Na ocasião, o presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Arthur Toledo, explicou que o Plano tem três objetivos primordiais: ouvir e fazer análise das exigências sanitárias animais e vegetais, compatibilizar o Plano Estadual com o Plano Nacional e buscar alinhamento com todos os agentes da cadeia produtiva. “O Brasil hoje ocupa um espaço fundamental na produção de alimentos do mundo. Abastecemos a mesa dos brasileiros e quase 150 países com carnes e vegetais”, disse.
Mas isso, segundo ele, não é garantia de sucesso. “Temos que estar atentos para fazer o dever de casa e estar na vanguarda, sempre à frente das tendências mundiais”, completou. Toledo não vê o Plano de Defesa Agropecuária como uma situação otimista, e sim uma realidade. “Hoje o Brasil ocupa um espaço fundamental na produção de alimentos do mundo. Abastecemos a mesa dos brasileiros e quase 150 países com carnes e vegetais. Mas só isso não é garantia de sucesso”, finalizou, sublinhando a necessidade de organização do que é produzido.
Na ocasião, também estavam presentes o governador de Goiás, Marconi Perillo; o secretário Estadual de Agricultura, Antônio Filho de Lima – que na ocasião estava representando o vice-governador e secretário de Estado José Eliton; o vice-presidente institucional da Faeg e presidente da Associação dos Produtores de Soja em Goiás (Agrosoja Goiás), Bartolomeu Braz; o chefe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão, Flávio Breseghello e o ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra.
Dando as boas vindas aos presentes, José Mário Schreiner lembrou da força do segmento agro e sua importância para a economia do país. “Hoje o Brasil passa por uma crise, mas é o setor agropecuário que não nos deixa afundar ainda mais nessa situação”, explicou. O presidente da Faeg ainda aplaudiu a iniciativa do Estado de Goiás a estar mais uma vez à frente dos outros, ressaltando que este é o primeiro Plano de Defesa Agropecuária Estadual.
Na mesma linha de raciocínio que o presidente da Agrodefesa, Schreiner apontou toda a tecnologia e a pesquisa goianas, mas frisou que, de nada adianta sem um plano a ser seguido. “Não basta ter a agricultura mais desenvolvida do mundo. Organização é primordial para continuarmos a alimentar milhares de pessoas em todo o mundo e pular de quarto maior exportador para primeiro”, destacou. Ele ainda lembrou que Alan Bojanic, representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, se encantou com o trabalho feito em Goiás. “O Agro é nossa maior riqueza”, finalizou.
Números
O governador Marconi Perillo destacou os números de Goiás em relação à Agricultura. Ele aplaudiu a criação do Plano e ressaltou que será de extrema importância para um crescimento ainda mais significativo da economia do estado. “O Agronegócio é o responsável por 69% do PIB de Goiás. Aliás, a região centro-oeste tem sido a que faz a diferença no Brasil”, destacou.
Segundo Perillo, a contribuição goiana está acima da média na exportação, na geração de empregos, além do PIB. “Nossa região cresceu bem mais que o Brasil todo nos últimos 4 anos”, disse. Ele ressaltou que Goiás lidera a produção de tomate industrial, ocupa a terceira posição em cana de açúcar e etanol, além da quarta em grãos.“Na pecuária somos a terceira posição em bovinos, a quinta, em suínos e a sexta, em aves. Também temos o maior rebanho de gado leiteiro”, completou. O governador ainda reforçou a fala de Schreiner e Toledo. “Podemos ir muito além dos nossos números. Com planejamento sólido e significativo, Goiás vai se tornar um dos estados de maior competitividade”, constatou.
O ex-ministro Francisco Turra também teceu números otimistas sobre a posição do Brasil no mercado internacional. “Nosso país é o maior exportador agrícola do mundo. Os Estados Unidos estão em primeiro lugar, e isso é aceitável, mas Holanda e Alemanha ocuparem os outros lugares do pódio”, assegurou. Segundo ele, este é um plano para que o país possa crescer ainda mais. “O mundo não tem escassez de dinheiro e sim de bons planos como este”, finalizou.
Discussão
Após a solenidade, abriu-se uma mesa redonda para o debate de alguns pontos do Plano de Defesa. Dentre os participantes, estava o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, que iniciou sua fala constatando o que disse anteriormente, sobre o crescimento da ciência e da tecnologia no estado. Além disso, pontuou a importância da sanidade animal e vegetal para que o Brasil continue com o selo de qualidade internacional de seus produtos.
Schreiner também falou sobre prevenção, que é um dos pontos importantes do Plano. “Devemos estar preparados para qualquer adversidade, seja uma febre aftosa ou uma influenza aviária. O Plano medirá nosso poder de reação”, disse. Ele afirma que estar preparado e pensar à frente, além de uma boa comunicação com os mercados interno e externo e com o consumidor, são peças chave para o crescimento de qualquer país. “Temos de enfrentar com altivez qualquer infortúnio que nos apareça”, completou.
Ele ainda pontuou a importância da educação ao trabalhador rural e sua capacitação no processo de crescimento e desenvolvimento agropecuário e falou sobre os tratados internacionais brasileiros. “O Brasil está travado em acordos bilaterais, além do Mercosul, que não é vantajoso ao nosso país”, comentou. “Mercado internacional depende de política, deve-se deixar de lado certas ideologias”, analisou.