Michelle Rabelo
Além de capacitar seus parceiros, assim como fazem com milhares de produtores rurais, por meio de cursos, ações e programas especiais, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) colocaram alguns dos líderes sindicais goianos em contato direto com três das principais entidades no que diz respeito às parcerias em prol da agropecuária goiana. Trata-se do Encontro de Dirigentes que acontece até esta quarta-feira (5) no hotel Plaza Inn, em Goiânia. Desta vez, o evento foi pensado de olho em quem está entrando agora no setor e assumindo as gestões dos Sindicatos Rurais (SRs) espalhados pelo estado.
Na ocasião, Faeg e Senar Goiás visam capacitar os novos presidentes, que assumiram as cadeiras no 1º semestre de 2015, para prestem melhores serviços e disponibilizem maior apoio aos homens do campo. Além disso, o evento trouxe um resumo do cenário do agro em Goiás e no Brasil, apresentando as funções diretivas e de lideranças, passando por conceitos básicos de desenvolvimento sustentável, estruturas de poder, políticas públicas e parcerias estratégicas.
Nesta quarta-feira (5), os presentes puderam conhecer de perto as metas do presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Pedro Arraes; o trabalho desenvolvido pelo diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Goiás (Sebrae Goiás), Wanderson Portugal; e o plano de trabalho do presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Arthur Toledo. Eles participaram do painel que abordou as parcerias visando o desenvolvimento municipal. O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, também esteve presente e destacou a importância das parcerias e de iniciativas como o Encontro de Dirigentes, que coloca os líderes sindicais em contato direto com “nomes de peso como os de Pedro, Wanderson e Arthur”. Ao lado de Schreiner, o vice-presidente institucional da entidade, Bartolomeu Braz, também marcou presença.
Pesquisa e assistência técnica
À frente da Emater desde o início do ano, Pedro Arraes, destacou a importância das parcerias para colocar em prática uma das missões mais importantes da entidade: oferecer assistência técnica aos produtores goianos. “Com os avanços, a tecnologia tende a ser mais específica e precisará que o produtor seja mais capacitado”. A intenção de Arraes é transformar a Emater, cujos pilares são assistência técnica e extensão rural e pesquisa, em uma agência de inovação rural, mas para isso ele admite que a entidade vai precisar passar por um cautelosos processo de organização “e da parceria de SRs, associações e todas as outras entidades possíveis”.
Parceria de sucesso
“Senar e Sebrae são irmãos siameses”, brincou o diretor técnico do Sebrae Goiás, Wanderson Portugal, ao dar boas-vindas para os presentes. “O sucesso de uma parceria é ver na realização do outro nossa própria realização. Nós somos assim e isso me deixa muito confiante no futuro”, completou. Ele também fez questão de destacar a necessidade um produtor cada vez mais competitivo. “Hoje, o Sebrae atende 25% dos negócios registrados em Goiás. Nossa meta é subir esse percentual para 50%. Não vai ser fácil, mas com a ajuda de vocês vamos conseguir”.
Mas nem só de elogios foi composta a fala de Wanderson. Ele aproveitou para provocar: “Precisamos dos Sindicatos Rurais para entrar em contato com o produtor. Não estamos sendo demandados, o que demonstra que as pessoas não estão aproveitando o que o Sebrae oferece: educação, atendimento, mercado e políticas públicas que criam um cenário favorável ao produtor”.
Durante o encontro acontece também o Seminário do Programa Empreendedor Sindical, composto por uma série de palestras que abordam temas como os indicadores do desenvolvimento sindical, a arrecadação da contribuição do Sindical Rural e suas obrigações legais. Fruto de uma parceria entre Faeg, Senar Goiás e Sebrae Goiás, o Programa Empreendedor Sindical (PER) visa desenvolver as organizações e as atividades sindicais rurais em Goiás.
Durante sua fala, Wanderson também falou sobre o Sebraetec, programa para melhorar a capacidade competitiva do negócio. Por meio dele, os pequenos legalmente constituídos nas áreas de comércio, indústria, serviços e agronegócio, preferencialmente inseridos em arranjos produtivos podem ter acesso aos conhecimentos de Ciência, Tecnologia e Inovação para auxiliá-los na transformação de seus processos e produtos.
A terra do alimento seguro
Finalizando o painel, o presidente da Agrodefesa, Arthur Toledo apresentou o plano de trabalho da entidade entre 2015 e 2018. Ele destacou a segurança alimentar, que para muita gente representa apenas a produção de alimentos saudáveis. “Segurança alimentar é produzir alimentos saudáveis, em quantidades suficientes, com variedade e preços acessíveis. Para isso, o produtor precisa de ajuda”, disse. Toledo apontou o alto custo de produção como um dos obstáculos dos mais de 135 mil agricultores e pecuaristas goianos.
Arthur também falou sobre a defesa sanitária, que vem sendo foco da Agrodefesa desde que ele assumiu a pasta, há cerca de cinco meses atrás. “A Agrodefesa não faz defesa. O produtor é quem trabalha para isso”, disse se referindo à vacinação contra febre aftosa, cuja campanha teve um resultado “mais que positivo”. Ele explicou que Goiás só conseguiu se destacar nessa área por causa do alto nível de consciência dos pecuaristas goianos.
Para 2015, Arthur disse que pretende, entre outras coisas, firmar mais parcerias – os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Pesca e Aquicultura (MPA) são alguns que compõem a lista –, reforçar o trabalho em relação à Lei Agrícola, manter uma equipe formada por técnicos que prefiram educar a fiscalizar e tornar Goiás a terra do alimento seguro.