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Encontro discute importância econômica da atividade

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Michelle Rabelo
Roberto Arruda destacou importância econômica da equideocultura. Foto - Fredox CarvalhoFalando da importância econômica da equideocultura, mesmo em tempos de desafios sanitários, necessidade urgente de organização da cadeia produtiva e crise econômica generalizada, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Arruda, esteve com produtores, estudantes e representantes do setor na manhã desta quarta-feira (19). Ele foi responsável por ministrar a palestra de abertura do 1º Seminário de Equideocultura realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Nesta empreitada a entidade contou com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) e do Instituto Inovar. Arruda fez questão de destacar a importância de o produtor entender, de fato, o funcionamento da cadeia produtiva da atividade.

Dando as boas-vindas aos presentes, o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, falou sobre a representatividade econômica, cultural e social da equideocultura e do tratamento especial que a entidade vem dando à atividade. “A criação da Comissão de Equideocultura foi um passo grande em direção à organização do setor, pois nela acompanham-se, de perto, os debates da atividade, além de conscientizar os produtores da necessidade de mobilizar a classe”. Schreiner, que também é vice-presidente diretor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e precisou participar do evento via videoconferência, destacou os cursos e treinamentos na área da equideocultura oferecidos pelo Senar Goiás, além do Programa Equoterapia, que integra a grade da entidade desde 2011.

Durante sua palestra, Roberto Arruda apresentou o complexo do agronegócio do cavalo, destacando que é necessário acabar com a ideia de que o agronegócio é feito apenas de pecuária e agricultura. “Também é preciso entender que a equideocultura pode ser divida em duas partes: a atividade voltada para o trabalho do campo, e outra voltada para o lado empresarial. A criação de cavalos não foca apenas o trabalho rural. O animal também é utilizado em escolas, esportes, eventos e atividades turísticas”. Ele também alerta para o valor de um produtor que conheça as etapas de criação do cavalo, antes da porteira, dentro da propriedade e fora da porteira, e que valorize os cuidados com a sanidade animal. “Os casos de mormo registrados em Goiás – foram nove nos últimos nove meses – nos mostram como é importante cuidar do animal. Muitas vezes, o produtor investe pesado em máquinas e se esquece de gastar com o cavalo”.

Cenário econômico
Falando do cenário econômico da cadeia, Arruda diz que enxerga a atualidade com bons olhos. “Como um todo, estamos passando por uma crise, saudável para os equídeos, que vai formar e profissionalizar as pessoas envolvidas no setor. Elas serão obrigadas a se qualificarem. Por outro lado, novas oportunidades estão surgindo mesmo em tempos de crise. Cada vez mais executivos estressados buscam viver próximos dos animais. Esse ninho de mercado ganha com a o período difícil”.

O Brasil conta hoje com 7.487.657 cabeças, entre equinos, muares e asininos - o maior rebanho de equinos na América Latina e o terceiro mundial. Além disso, é o 8º maior exportador da carne equina no mundo, que deixa o país rumo, principalmente, à Rússia, Bélgica, Itália, Japão e Vietnã, onde o alimento é uma iguaria. Goiás possui o 4º maior rebanho do Brasil, com 446.219 cabeças, entre equinos, muares e asininos.

Entre números e expectativas positivas, o produtor Leandro Garcia caracteriza o setor como “carente de informação”. Vindo de Anápolis, onde possui 14 animais destinados à lida e participação em competições esportivas, ele fez questão de elogiar a iniciativa da Faeg e contar sobre o medo de transportar seus cavalos até municípios de outros estados.

“Em um único dia a gente pode ter acesso a vários tipos de conhecimento, trocar experiências e receber orientações sobre situações pontuais que nos preocupam demais. Exemplo é a participação dos nossos animais em competições nas quais eles terão contato com outros milhares de cavalos que podem ter alguma doença”. Leandro enxerga como urgente a organização do setor e como necessária a mudança na legislação sanitária no que diz respeito aos cuidados com os equídeos.

Conhecendo mais a atividade
Segundo a assessora técnica da Faeg para a área de pecuária, Christiane Rossi, a ideia do seminário é mostrar ao produtor a importância da atividade no cenário nacional e apresentar algumas facetas muitas vezes desconhecida por quem cria o animal. Ela conta ainda que a entidade vem sentindo necessidade de organizar um evento como o dessa quarta-feira (19) desde que a Comissão de Equideocultura foi criada. Sobre a Comissão, Christiane explica que o grupo busca as demandas do setor e trabalha na tentativa de apresentar soluções. “Percebemos que precisávamos, cada vez mais, levar informação ao produtor rural e a todas as entidades envolvidas na cadeia produtiva. Até então a importância econômica da atividade não era tão conhecida”.

Produtor Leandro Garcia caracteriza o setor como carente de informação. Foto - Fredox CarvalhoRoberto Arruda, que também coordena a Equonomia – grupo da USP que estuda a economia da equideocultura - concorda com a assessora técnica. Ele entende que a organização da cadeia é fundamental, mas alega que para isso “é necessário informação e conhecimento”. Aliada à necessidade de um produtor mais informado, o professor destacou a mudança do setor, que vem – mesmo que a passos pequenos – sendo alertado pela nova fase da indústria. “A própria embalagem dos produtos para equinos eram bem simples e agora já são mais sofisticadas: feitas para um novo público”. Nesse contexto, Roberto alerta para a união e atenção redobrada dos produtores. “Para sermos ouvidos pelo governo precisamos ter uma organizaçãoforte. Só assim vamos conseguir mostrar ao mundo a importância do segmento e a necessidade de políticas públicas voltadas para o setor”.

Arruda apresentou ainda um estudo, feito entre 2006 e 2015, mostrando falhas que impedem efetiva a organização do setor. “A confusão na quantidade de animais existentes no Brasil é uma delas. Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são cerca de 5,5 milhões de cavalos. Já o Censo Agropecuário aponta um pouco menos. Temos uma estimativa de que são 5 milhões, sendo 3,9 usados para a lida no campo e 1,1 para a prática de esportes”.

No Brasil o cavalo é um animal mais utilizado para estimação e esporte, mas a exportação da carne já é uma realidade, ainda que pequena. Em todo o país, em 2014, faturamos R$ 4,1 milhões com a venda de animais vivos e R$ 6,6 milhões com a venda de carnes. Em 2015, de janeiro a junho, foram exportados US$ 3,90 milhões em carne de cavalo e US$ 1,92 milhão em cavalos vivos, respectivamente ocorrendo aumento expressivo de 66% e 40%, comparando com o mesmo período de 2014. Além da carne existem ainda outros subprodutos provenientes do abate de equídeos – equinos, muares e asininos -, como pincéis, ração para outros animais, vacinas opoterápicas, mortadelas e salsicharias.

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